Com a – nem tão supreendente assim – aparente mudança de lado do vereador Marcos Santos, do PSC, que agora integraria – ainda que maldisfarçadamente – a bancada Genista na Casa de Leis, a correlação de forças no tocante à eleição da Mesa Diretora, em dezembro próximo, mudou. A diferença é que o grupo pró Mesa Genista teria ganhado mais um voto. Assim, empatando a peleja em cinco a cinco.

Por uma configuração anterior, especulou-se de que tal resultado ficaria em cinco a três. Com a guinada de Santos, pelo menos evita-se o vexame de uma derrota acachapante para o alcaide, que se veria em palpos de aranha dentro de seu próprio grupo.

É claro que, matreiro que só, o prefeito ainda pode provocar uma grande reviravolta nisso tudo, embora para isso tenha que sacudir certas estruturas ou mais que simplesmente isso. É que no formato anterior, diziam, os vereadores Hilário Ruiz, do PT, e o próprio Marcos Santos, votariam neles mesmos para presidente, restando então oito votos para decidir o cabeça da Mesa.

Então, o atual presidente, Beto Puttini (PTB), o primeiro secretário da Mesa, Leonardo Simões (SD) e o segundo secretário, Marco Antonio Parolim de Carvalho (PPS) escolheriam este último. Os demais – Cristina Reale e Paulo Poleselli, ambos do PR, Salata (PP), Marco Aurélio Rodrigues (PSDB) e Marcelo da Branca (PSL), votariam em Salata.

Agora, dizem, Ruiz votaria em Marco Coca, Santos idem, juntamente com o próprio candidato, mais Pastor Leonardo e Beto Puttini. Cristina Reale, Poleselli, Salata, Marcão do Gazeta e Marcelo da Branca, votariam no vereador do PP. Empate numérico, portanto.

Aí é que o imponderável imperaria. Salata vai bancar sua intenção de ser presidente mesmo tendo que depender da sorte, ao final? Marcão não terá nada a perder (a não ser a Mesa, claro). Já Salata pode azedar sua relação com o Executivo, caso insista e a sorte não lhe sorria ao final.

Porque o Capítulo II – Da Eleição da Mesa – do Regimento Interno, em seu Artigo 17 reza que, havendo empate, faz-se um novo escrutínio e, persistindo o empate, a disputa vai para sorteio. Antes era mais fácil, porque no empate, levava o mais velho. O que, no caso, favoreceria Salata. Mas este artigo do RI foi mudado.

Este seria o desenho atual dentro da Casa de Leis para dezembro próximo, última sessão ordinária daquele mês. Pode haver mudanças de última hora? Sim, claro que pode. Tanto para um lado quanto para outro. Do lado, digamos, oposicionista à Mesa, a garantia seria angariar mais um voto. Resta saber o quanto Marcos Santos está “amarrado” ao burgomestre, porque ele seria, em tese, e salvo engano, o único voto “flutuante”.

Até.