Parece coisa à toa a visita do governador Geraldo Alckmin (PSDB) a Olímpia, na noite de ontem, sexta-feira, 22, mas não é. Principalmente do ponto de vista político. E não só local. O governador dos tucanos terá um problemão a resolver em São Paulo, quando lá chegar.

O documento que ele assinou aqui, e que erroneamente a imprensa oficial e a “da casa” está divulgando como a oficialização de Olímpia como Estância Turística, ainda tem um longo caminho a percorrer. E Alckmin, um incêndio de grandes proporções a apagar.

Para o prefeito Geninho (DEM) foi só alegria. Afinal, ele conseguiu o que almejava há tempo. Apressar o processo de oficialização da cidade como Estância Turística, mais de olho nos estimados R$ 4 milhões anuais que os cofres da 9 de Julho vão receber, e um pouco menos no fato em si, que é a honorificação daquilo que deu a Olímpia o status que ela tem hoje, e que crescerá ainda mais nos próximos cinco a dez anos.

Mas, não será tão fácil assim. A ter oficializado Olímpia como Estância Turística, Alckmin teria passado por cima de outra instância política, a Assembléia Legislativa, que ainda deve votar o projeto, de autoria de Itamar Borges (PMDB), e aprovar ou não. Mas, como o governador, ao que consta, tem maioria na Casa, não deve demorar a passar. Mas vai criar rusgas com outras lideranças, que também tem lá seus municípios à espera de selo idêntico ou com pouca diferenciação.

Mas Alckmin chega forçando a barra. Ditando aos parlamentares sua vontade. Talvez premido pela posição do burgomestre olimpiense, que detém o cargo de presidente da AMA, a associação de municípios que agrega mais de 120 localidades, mais de 120 prefeitos, ou cerca de um milhão de votos, sendo pessimista. Difícil imaginar Geninho comungando outras paragens eleitorais, mas seu cacife, por ora, é forte. Ninguém sabe o dia de amanhã.

No âmbito local, levado pela onda gigantesca que o Parque Termas dos Laranjais vem provocando, esse “tsunami” econômico, o governo segue lépido e fagueiro, numa circunstância na qual o clube leva o governo municipal e não o contrário. O “boom” econômico gigante causado pela dinâmica do parque autoriza dizer que a nada mole vida do governante tem esse facilitador em Olímpia.

Encobre todas as outras evidências de uma administração pífia, calcada no básico visando facilitar a vida daqueles que para cá veem, em busca do lazer. Claro, melhor que o seu antecessor, que criava todos e os demais empecilhos possíveis para o clube.

Porém, convido o nobre leitor a uma reflexão. Quantas frentes de trabalho e mão de obra foi gerada na cidade por ação do Executivo Municipal? Quantas e quais novas indústrias aqui se instalaram, por obra e graça de projetos administrativos? Forçoso concluir que não fosse o Termas, estaríamos hoje patinando na mesmice, com a economia atravancada e muito desemprego.

Dizem que  político, além de outros atributos – que Geninho os tem de sobra, se é que me entendem-, tem que ter sorte. E o poderoso de turno o teve e está tendo aos montes. Talvez o próprio olimpiense não tenha ainda se dado conta da grandeza de tudo o que representa o Termas. Mas, podem ter certeza, os políticos o sabem.

À frente deles, Geninho. O potencial turístico do município e suas consequências são o carro-chefe da economia e do desenvolvimento local. O alcaide seria um “operário” nesta “indústria”, apenas cuidando, de uma forma ou de outra, para que os “trilhos” fiquem limpos, para que não haja a menor possibilidade de um eventual descarrilamento. Como se diz, o prefeito, bom político que é, “surfa na onda”.

(PS: sobre as implicações políticas locais da visita do governador falarei em outro post)

Até.