Não fosse pelo compadrio político de seus ex-parceiros partidários, o vereador Leonardo Simões, o Pastor Leonardo, estaria em maus lençóis neste momento. Aliás, talvez até não fosse por isso ele não teria tomado a decisão de abandonar a sigla pela qual se elegeu, e da qual era o líder na Câmara, o PDT.

Pesquisando datas e documentos, o blog apurou que Simões fez um tremendo malabarismo para chegar à condição em que está hoje, a de presidente do Diretório Municipal do Solidariedade, o SDD, partido recém-fundado no país, e do qual é presidente do Diretório Nacional Marcílio Lima Duarte, porém centrado na figura do Paulinho da Força.

Por que o compadrio? Porque o PDT em Olímpia tem na direção do Diretório Municipal a esposa do ex-vereador Primo Gerolim, Ana Rosa da Silva Gerolim, que foram parceiros de Simões, assim como do outro eleito, Alcides Becerra Canhada Júnior, desde os primórdios da campanha eleitoral, ano passado.

Eleito por média, com 627 votos, Simões, se pode dizer, não “esquentou cadeira” para os democrático-trabalhistas de plantão, saltando no barco essededista tão logo ele passou diante dele. Simões fez tudo na surdina, pelo menos do público externo, apenas tornando público o abandono da sigla na sessão ordinária da Câmara do dia 14 passado.

Mal o Solidariedade havia acabado de formar seu diretório na cidade, entrando em vigência no dia 9 deste mês, mas cujo protocolo e decisão/despacho têm data de 16 de outubro. Mas, não é crível que Simões tenha deixado uma sigla cuja Comissão Provisória existe em Olímpia desde agosto de 2011, e se filiado a outra que talvez sequer existisse oficialmente ainda.

E por que o compadrio o salvou? Porque a presidente da Comissão Provisória pedetista não fez valer o Artigo 61 do Estatuto do Partido Democrático Trabalhista, aprovado pela Convenção Nacional realizada em Brasília, no dia 27 de Agosto de 1.999, que em seu Título III, “Da Fidelidade e da Disciplina Partidária”, em seu Capítulo I, “Das Penalidades”, reza:

Artigo 61-É norma fundamental de fidelidade e disciplina partidárias, obrigatória a todos os filiados, o respeito e o cumprimento do Programa, dos Estatutos e das diretrizes e deliberações legitimamente adotadas pelo Partido.

Parágrafo 2º-Equipara-se à violação de norma de fidelidade e disciplina partidárias, o desligamento de filiado que, após obter Mandato Legislativo através da Legenda do PDT, abandone o partido sem renunciar a este mandato.

Corroborado pelo Artigo 62, que diz: São passíveis de punição por indisciplina e infidelidade partidária, na forma da lei e deste Estatuto, todos os filiados e qualquer órgão partidário.

Mas, nos bastidores sabe-se que Simões não corre e não deverá correr este risco jamais, pois certamente não haverá denúncia, uma vez que o PDT em Olímpia é apenas um grupo não superior a 10 ou 15 pessoas, incluindo familiares do ex-vereador Gerolim, todas voltadas a um interesse maior – o poder, representado, segundo se informa, na pessoa do presidente da Casa de Leis, Beto Puttini (PTB), nome que o PDT já se comprometeu abraçar em 2016.

E não há espaço para acreditar ter havido um rompimento, porque o “facão” da fidelidade partidária cortaria na carne do agora essededista. O grupo deve esperar contar com sua figura engrossando a candidatura Puttini.

Consta, aliás, que toda a movimentação teria passado pelas mãos do prefeito Geninho (DEM), indo desaguar nas do vice, Gustavo Pimenta (PSDB). No final das contas sabe-se ou desconfia-se de quais sejam as intenções do prefeito, mas não se sabe qual interesse teria no SDD ou no controle da sigla em Olímpia por Simões, o vice-prefeito Pimenta.

PS: Além de Simões, integram a Comissão provisória Ander Paulo Rizzon, Anderson Luis Viana Dias Santos, Daniel Joaquim Emilio e Ivo Zangirolami Júnior, que aliás foi candidato a vereador ano passado, pelo PR do vereador licenciado e secretário municipal Dirceu Bertoco, obtendo 407 votos.

Até.