O que fará o prefeito Geninho (DEM) quanto ao seu futuro político? Esta pergunta está, nos últimos dias, como se diz, “na boca do povo”. E engraçado que ela ganhou força com as idas e vindas da “Operação Fratelli”, e a cada vez mais próxima possibilidade do alcaide ser chamado a responder por suas ações que constam no “modus operandi” do grupo que a encabeçara, o Scamatti.

Os que perguntam têm sempre em mente a questão do foro privilegiado, quando o detentor de cargo eletivo goza de certas prerrogativas frente à Justiça que não têm os pobres mortais cidadãos comuns. Raciocinam que elegendo-se deputado, o prefeito estaria imune a qualquer ataque mais ferrenho de MPs e juízes, embora sejam ações estas da “Fratelli”, de cunho federal – estadual, em menor escala.

Por este raciocínio acreditam eles que uma vez eleito deputado estadual, o burgomestre, claro, caso eleito, estaria mais distante das “garras” dos órgãos envolvidos nas investigações, já que seria ‘blindado” pelo cargo. Se não sair candidato a estadual ano que vem, outros dois anos e seu mandato se expira. Aí, raciocinam, ficará à mercê dos “homi”, sem cargo que o resguarde.

Mas, esquecem-se os que assim pensam, que uma candidatura de Geninho a estadual agora é um salto no escuro. A começar pela necessidade da desincompatibilização, ou seja, o prefeito deixaria o cargo, legaria a administração da cidade a seu vice, Gustavo Pimenta (PSDB), e por quase dois anos, já que teria que renunciar ao cargo em início de abril do ano que vem (a lei manda que o Chefe de Executivo deixe o cargo, de forma definitiva, seis meses antes das eleições).

Repararam? De forma definitiva. Ou seja, não se elegendo, Geninho fica sem cargo eletivo podendo, no máximo, abocanhar um cargo político aqui ou alhures. Mas, neste caso, estaria sujeito às ações de magistrados e defensores públicos.

Portanto, o que preferirá o alcaide? Correr o risco de perder o mandato de prefeito mas estar protegido pelo cargo de mando até 2016 – e isto não quer disser que estará imune a uma eventual decisão mais drástica da Justiça, embora todos conheçam as “chicanas” possíveis -, ou tentar o voo do condor rumo à Assembléia Legislativa e, sendo eleito, deter cargo de ainda maior prestígio político e mais distante, digamos, das “garras” de seus algozes.

Mas, para isso, sabe que terá que correr o risco de ficar fora do poder, caso não se eleja, por dois anos ou mais. Eventualmente até, colocando um ponto final em sua carreira política, de forma um pouco precoce.

Cabe aqui o dito popular “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come?” ou este “bicho” que tanto rosna aqui e acolá, na verdade é manso? O tempo, como senhor da razão que é, mostrará uma coisa ou outra. É esperar para ver.

NOSSAS DESCULPAS
O blog pede desculpas a dois leitores assíduos deste espaço que foram vítimas da imperícia deste blogueiro na manhã de hoje: Sérgio Ney Padilha Garcia e Rodrigo Bijotti, que tiveram seus comentários deletados numa operação falha executada por nós no momento do gerenciamento dos comentários.

Como há muito “spans” na caixa, adotamos a prática de deletar em bloco de 20 a 25 comentários, que são selecionados em conjunto. Numa dessas seleções os dois comentários dos prestigiosos leitores foram junto. Perdão, e fiquem à vontade para reenviá-los quando quiserem.

Até.