Fenômeno interessante é possível observar nestes tempos de Festa do Peão de Barretos em contraposição ao Thermas dos Laranjais.

Houve um tempo – e não vai longe-, que a cidade sofria muito com a grandiosidade do evento realizado a cada agosto na terra vizinha. Até mesmo nossos festivais do Folclore – o que não é de se estranhar -, era vítima das montarias, quando as datas eram coincidentes.

Por exemplo, houve tempo em que a festa de lá começava na quinta-feira do nosso Fefol. E sempre que isso acontecia, chegava naquela data o público se evadia em direção à cidade vizinha, deixando vazio o nosso recinto.

Situação difícil, que levou os organizadores de ambos eventos a firmarem um acordo de cavalheiros, onde uma data jamais coincidiria com a outra, começando uma festa antes e a outra depois. Geralmente o Fefol começava antes, já que a festa de lá sempre tem mais que 10 dias de duração.

E esta havia sido a concessão máxima feita a eles pelo folclorista e principal organizador do Fefol, José Sant’anna. Ao contrário do mandatário da vez, que “abriu as pernas” escandalosamente, trazendo o maior evento cultural no gênero do país, para julho, deixando livres as datas para a montaria.

Não há informações seguras quanto a isso, mas indícios apontam que pode ter havido um “acordão” entre autoridades locais e realizadores da festa do peão para tanto. Verdade ou boataria, quem sabe um dia o tempo mostre.

O que conta, agora, e este é o cerne deste artigo, é que já não há mais a névoa densa da montaria sobre a economia local, a não ser para o bem, já que agora, bem dotada que está em termos de hotelaria, Olímpia tem socorrido Barretos, ainda paupérrima neste quesito.

Mais importante ainda notar o poder desenvolvimentista deste setor propiciado pelo Thermas dos Laranjais contra a pouca influência que “a maior festa de peão do Brasil” tem tido no desenvolvimento econômico daquela cidade, seja em termos de hotelaria, particularmente, seja em termos gerais.

Houve um tempo em que a cidade ficava às moscas nos finais de semana – ou até mesmo a partir da segunda quinta-feira – da festa barretense. Agora já não se observa mais isso, de uns dois, três anos para cá, e num crescendo. Os finais de semana olimpienses, com a festa do peão “bombando”, como se diz, tem se mostrado forte e de muita concorrência nas lanchonetes e restaurantes.

É possível observar que a legião de turistas que vem a Olímpia neste período, em busca das águas termais, por aqui fica, fazendo a nossa economia rodar, a nossa gastronomia evoluir, o nosso comércio a se sustentar. E não se vê mais aquele frisson todo em torno da festa vizinha. A impressão que dá é a de que o formato cansou, ou está próximo de se exaurir enquanto atrativo maior.

Se bem observado se poderá ver que o entusiasmo maior pela festa, hoje, parte da molecada, os jovens e os novos adultos, aqueles que nunca foram e padecem de curiosidade mórbida, aqueles que já foram uma ou dua vezes e por algum motivo quer voltar mais uma, e aqueles que ainda insistem em ver naquele aglomerado de gente sem nenhum propósito prático, algum sentido.

A conclusão óbvia é que Olímpia e Barretos dispõem de duas máquinas para atrair gente e dinheiro. Só que, no nosso caso, é fonte crescente e permanentemente renovável, atraindo mais investimentos e investidores, antecipando um futuro extremamente promissor, pela diversidade e opções que daqui há pouco se terá.

Já no caso de Barretos, a ferramente que dispõem é finita, está em fase de esgotamento – haja vista as atrações deste ano, que pouco interesse despertaram até no público neófito da festa.

Além do que, Barretos disputa espaço com “enes” eventos do mesmo gênero por todo o Estado. É ainda a maior festa de peão do Brasil, mas caminha inexoravelmente para não sê-lo e não demora muito.

Já o Thermas, o único concorrente a altura que terá será o Hot Beach, a ser construído…aqui mesmo em Olímpia. E outro empreendimento já anunciado mas ainda guardado a sete chaves.

Portanto, Barretos, perdendo  sua festa, perde tudo. Olímpia, ao contrário, só terá a “perder” a primazia do Thermas enquanto chamariz único do turismo de lazer para a cidade o ano todo.

Embora vá continuar como o maior clube do país e um dos maiores da América Latina em seu gênero. Um fenômeno que não se esgotará nunca em si mesmo.

Até.