Talvez o modo mais realista para se classificar a sessão ordinária da Câmara de Vereadores de ontem à noite, 10 de junho, é pelos substantivos acima, titulando esta postagem. Partindo do presidente Beto Puttini (PTB), e perspassando por pelo menos seis outros colegas, por cerca de meia hora só se ouviu reclamações, justificativas, mi-mi-mis e explicações sobre fato que nem era do interesse legislativo.

A Câmara acionando seu “sistema de autodefesa”. Tudo por causa de uma “barriga” (termo que no jornalismo indica “erro de informação”) do semanário Folha da Região. O não-fato jornalístico, por si só já evidenciaria a desnecessidade de tamanho e irritante chororô.

Mas, o presidente, na ânsia de se mostrar muito acima das “picuinhas jornalísticas”, acabou fazendo uma revelação muito mais intrigante do que as fictícias “615 xícaras de café por dia” anunciada com estardalhaço pelo semanário em questão: a de que, na verdade, havia comprado uma máquina, para seu Gabinete, que torra e moe o café antes de “coá-lo”, pela bagatela de R$ 2,812 mil.

Uma excentricidade, por certo, fato até mais grave do que se apenas liberasse 615 xícaras de café por dia, haja vista ser a Casa de Leis a “Casa do Povo”, no entendimento comum, e por lá passarem centenas de pessoas por dia, com o “cafezinho da Léo” servido à vontade.

O jornal, em seu formato eletrônico, depois, se retratou, conforme se pode ler em material postado após explicações do presidente: “(…) A falta de mais informações para melhor entendimento, levou a editoria do jornal a analisar por outro caminho, ou seja, a calcular que o valor de R$ 2.812,23, que aparece em um único lançamento como aparece em nome da empresa que, diga-se de passagem, entre outras coisas vende também o pó de café, deixou a ideia de um consumo de até três quilos de café por dia.” Portanto, perfeitamente dispensável tanto mi-mi-mi quanto se viu na noite de ontem.

Triste constatar que a Câmara de Vereadores de Olímpia caminha para se tornar um reduto de, digamos, “meninos mimados”, que reagem com grande truculência verbal ao menor episódio desagradável. O presidente Puttini, aliás, tem se esmerado cada vez mais na verborragia, o que sempre lhe traz problemas e desgastes. Para quem tem pretensões de ocupar a principal cadeira do prédio luminoso da Praça Rui Barbosa, é um grave precedente.

Não que não devesse se manifestar da Tribuna, sobre tema tão caro a si, mas não precisava exagerar. Choramingar não é próprio dos políticos de fibra. E ali, ontem à noite, ficou a nítida impressão de que há um grupo deles que parece ter optado pelo sistemático derramar de lágrimas. E isso é muito, muito chato.

Até.