Publica o semanário Planeta News em sua edição que está circulando hoje, que a página obrigatória de ser mantida em aberto para que o cidadão possa acompanhar como seu dinheiro está sendo gasto “sumiu” do ar, no site oficial da prefeitura.

Não se sabe se por problemas técnicos, como alega o Governo Municipal, ou se para evitar que novos números e valores sejam trazidos a público, como fez o jornal na edição passada, mostrando quanto do dinheiro público olimpiense foi colocado no esquema chamado “Máfia do Asfalto” pelos agentes federais. Leia abaixo a íntegra da publicação:

“O programa ‘Gestão Transparente’, que por força de lei tem que permanecer à disposição do cidadão interessado em acompanhar a movimentação dos recursos públicos do município, pode ter sido tirado do ar pelo Executivo Municipal. Procurado, o secretário municipal de Finanças, Cleber José Cizoto, disse tratar-se, provavelmente, de problemas técnicos originados na empresa mantenedora do sistema, mas a suspeita é a de que a retirada tenha sido proposital.

A página, com a relação de todos os pagamentos feitos pela prefeitura – com seus valores, datas, empresas recebedoras, origem da verba, etc. -, esteve aberta a consultas durante todo o dia da terça-feira passada, 23, mas à noite ‘sumiu’ do site.

Na edição de sexta-feira passada, 19, o Planeta veiculou matéria sob o título ‘Geninho pôs mais de R$ 30,54 milhões no ‘esquema’ Scamatti’, cujos valores divulgados haviam sido retirados exatamente da página ora fora do ar. Na reportagem foram relatados os valores pagos pela prefeitura de Olímpia a empresas do Grupo Scamatti, considerado pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal e Gaeco, ‘responsável pelo maior esquema de fraudes em licitações do País’, desbarato dentro da ‘Operação Fratelli’, no último dia 9 de abril.

Em Olímpia, a operação esteve sob o comando do promotor federal Welinton Veloso, de Sorocaba, que em cumprimento a mandado apreendeu documentos e computadores, após quase cinco horas de minuciosa fiscalização dentro da prefeitura. Neste tempo, nenhum funcionário pode entrar para trabalhar.

As informações e valores obtidos pelo Planeta, estavam à disposição de qualquer cidadão no site da prefeitura (www.olimpia.sp.gov.br), na seção ‘Cidadão’, e depois ‘Gestação Transparente’, em cumprimento à Lei nº 131, de 27 de maio de 2009, denominada ‘Lei da Transparência’, que diz, em seu Parágrafo Único: ‘A transparência será assegurada também mediante: II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público’.

No entanto, essa semana, tais informações do direito de qualquer cidadão podem ter sido retiradas do ar, impedindo assim que o cidadão possa verificar onde seu dinheiro está sendo usado.

Segundo o secretário Cizoto, a empresa responsável pelo sistema abastece com dados a página todo mês, e às vezes acontece de ficar com ‘erro’ no acesso aos dados. ‘Vou avisar à empresa que não está sendo possível acessar os dados, para eles providenciarem os reparos. Acredito que até à tarde de hoje (ontem, quinta-feira), os dados estarão novamente disponíveis’. Até o fechamento desta edição, ontem à noite, o sistema ainda não estava disponível”.

NR: O blog consultou o site da prefeitura agora pela manhã e, da mesma forma, a página “Gestão Transparente” continua fora do ar.

OS ARQUIVAMENTOS DO MP
Outro assunto interessante trazido pelo Planeta News diz respeito às denúncias feitas contra a Demop ao Ministério Público local e, depois de um tempo, arquivadas pelo promotor José Márcio Rosseto Leite. Chegou a circular a versão de que estas investigações haviam sido reabertas, mas não é o que mostra publicações no próprio site do Conselho Estadual do Ministério Público.
Segundo o promotor responsável pela apuração, José Márcio Rosseto Leite, faltou ‘consistência’ à denúncia
Tratava-se de uma denúncia apócrifa de que uma suposta quadrilha composta por membros da família Scamatti, envolvendo a empresa Demop Participações Ltda. e outras empresas da família, que agiriam em um esquema que visava desvio de recursos públicos através de fraudes em licitações.
Outro arquivamento de denúncia contra a Prefeitura e a Demop é a formulada pela ex-vereadora Priscila Seno Mathias Netto Foresti, a Gugué.
Até.