A PF na casa de familiares da esposa de Olívio, sábado de manhã

A PF na casa de familiares da esposa de Olívio, sábado de manhã

TRANQUILO “Estou tranquilo porque, em primeiro lugar, todas as verbas com as quais contratamos as empresas do Grupo Scamatti, foram estaduais e federais. Quando é (verba) do Estado, quem faz a gestão do dinheiro e dos contratos, das medições, é o escritório regional do Erplan (Escritório Regional de Planejamento), em Barretos.” Assim iniciou o prefeito suas justificativas quanto à “Operação Fratelli”, que acabou alcançando Olímpia.

A CAIXA No que diz respeito às verbas federais, diz o prefeito que quem gerencia é a Caixa Econômica Federal. Nos dois casos, é aberta a licitação, enviada cópias para os órgãos referidos, que dão a Ordem de serviço quando tudo está “nos conformes”. Depois eles medem o que foi feito, e autorizam o pagamento. “Só pagam conforme a execução das obras”, observa o alcaide.

DENUNCIADA “Em alguns momentos a prefeitura foi denunciada, desde 2009, por vereadores de oposição e outras pessoas. E toda a documentação que o Gaeco levou, já foi apresentada ao MP, e ele arquivou”, lembra o prefeito, que fala das contas aprovadas de 2009, 2010 e 2011, além de outras representações contra sua administração, todas infrutíferas.

ABAIXO DA TABELA “E todas as obras que ela (Demop) ganhou foi sempre abaixo da tabela. Teve uma que o preço de mercado era de R$ 22, R$ 23 o metro quadrado (de asfalto), conforme a tabela oficial de medição de valores, e dentro do Pregão, chegaram a vencer por R$ 17. De R$ 2 milhões, a obra foi negociada por R$ 1,5 milhão, e os R$ 500 mil transformamos em mais metros quadrados”, relata o burgomestre.

CHAMA O POVO Ele garante que o que a Demop faz na cidade, são “obras de alta qualidade, chanceladas pela Caixa e pelo Erplan”. Além disso, as obras foram executadas na sua totalidade, e os moradores são testemunhas desta qualidade”, disse.

FOI O CARNEIRO Lembrando que Olímpia tem um “batalhão” de votuporanguenses trabalhando em sua administração, Geninho diz o seguinte: “A empresa tem sede em Votuporanga, e eventualmente, algumas pessoas maldosas podem dizer ‘foram eles que trouxeram’, mas é um grupo grande. Mas a Demop chegou a Olímpia na gestão Carneiro, em 2008. Conhecia o pessoal da Demop quando era vereador.”

TUDO LEGAL “Portanto estamos tranquilos”, enfatiza o prefeito. “Todas as licitações são públicas, todas as aberturas de envelopes são públicas. Então, não temos nada a temer. É aguardar com tranquilidade, e passar essa tranquilidade para a população.”

SCAMATTI & SELLER A empresa do grupo sob investigação está em Olímpia, atualmente, com as obras da ETA “seca”, nos altos da cidade, um contrato de mais de R$ 6,11 milhões. “Não fizemos nenhum pagamento ainda. Ele deve sair nos próximos 30 dias”, observa.

PARAR POR QUÊ? “As informações que recebi, é que as equipes estão aí, trabalhando, é obra que tem que ser rápida. Não vou pautar minhas decisões da prefeitura, pela imprensa. Se eventualmente receber ordem para parar ou relicitar, aí vou cumprir. Segundo informações de encarregados, nada muda se não tiver decisão judicial”, disse o prefeito, em relação às especulações sobre se as obras do grupo foram paralisadas nos municípios investigados.

MAL ACOSTUMADO Geninho confirma que na gestão passada teve muita dor de cabeça com más contratações de empresas para executar obras na cidade. Eram sempre “empresas-bebês” que, via de regra, “quebravam”. Sendo assim, se pedir para parar, ele pára sem problemas. “Estamos acostumados a fazer processo de paralisação e retomada. Três empresas ‘quebraram’ em Olímpia e trocamos.”

PREVENTIVAS Geninho lembra que as prisões efetuadas até agora são preventivas. “Ninguém está condenado”. Ou seja, “Nada de que possamos nos assustar, ou que necessite de medidas administrativas imediatas”, reforça. “Vamos aguardar o processo andar. Se perceber que as obras ficaram lentas, ou que o lixo está sendo mal coletado, tomarei medidas administrativas”, avisa.

POR QUE TRISTE? “Quem gosta de amanhecer e ouvir dizerem ‘o Gaeco está aí!’. É melhor que viesse outra notícia, naquele dia. A gente não recebe o Gaeco com felicidade. É por causa da relação com os responsáveis pela empresa, pelas obras, também. Cira vínculo de amizade, e de repente, vê preso, é chato”, diz. Por isso, foi “uma manhã triste” para ele, “sabendo que tinha um promotor lá (na prefeitura)”.

DIVISÃO DOS SÓCIOS Os proprietários da Demop são Edson Scamatti, que detém 60% do capital; Dorival Remedi Scamatti, com 10% do capital; Pedro Scamatti Filho, com outros 10%; Mauro André Scamatti, 10%, e ainda Olívio Scamatti, também com 10% do capital. Por último entrou Luis Carlos Seller, mas para formar outra empresa, a Scamatti & Seller.

RAMIFICAÇÕES As ramificações do grupo não são pequenas: além da MultAmbiental, criada em 2009, fazem parte do grupo, segundo o que foi apurado, a Demop, a GP Pavimentação, a Mineral Grandes Lagos Ltda., a Noromix Concreto Ltda., a Porto de Areia Saara Ltda., e a Mineração Água Amarela Ltda. pode ser que de um tempo para cá, algumas outras tenham sido incorporada ou criada, e outras tenham trocado de nome.

QUEM ESTÁ NA ‘MIRA’ Na mira dos fererais estão a Demop, a ScanVias, Scamatti & Seller, Multiambiental, Mineradora Grandes Lagos, Noromix e outras duas não nominadas.

CONTRAOFENSIVA Como tornou-se um craque imbatível no chamado “marketing de reversão”, o prefeito Geninho, logo após a blitz do Gesco, lançou mão de uma ofensiva visando desviar a atenção e o foco dos cidadãos. Começou com o anúncio de assinatura de contrato de construções de casas em Baguaçu, pelas obras das 129 em fase final nos fundos da Cohab IV, mandou distribuir os uniformes para a petizada da Rede Municipal, fez com que seus assessores mais próximos circulassem e fossem vistos pela cidade (na certa para não demonstrarem acuamento), deu ordem para um “mutirão” de limpeza, e uma enorme “operação tapa-buraco”, limpeza nas beiras dos rios, e até a calçada da Deputado, entre São João e Coronel, começou a ser feita.

OS PRESOS Na manhã de sábado foram presos Maria Augusto Seller Scamatti, mulher de Olívio Scamatti, e Luiz Henrique Perez, técnico em Informática da empresa Demop. Ambos foram acusados de destruir e esconder provas que poderiam comprovar possíveis fraudes em licitações em prefeituras na região de Rio Preto. Os demais presos na arte abaixo reproduzida do Diário da Região.