Tudo indica que o presidente da Câmara de Vereadores, Beto Puttini, irá colocar em atividade o painel eletrônico adquirido pelo então presidente da Casa, Francisco Roque Ruiz (PSB), no final de 2008, e até hoje inutilmente afixado na parede dos fundos do Plenário, próximo à Mesa Diretora. O presidente colocou em pauta na sessão passada o Projeto de Resolução 233, alterando o artigo 259 e seus incisos, do Regimento Interno da Câmara, o qual passou a contar com o inciso III, que permite a votação por meio eletrônico.

O painel eletrônico da Câmara foi comprado por Ruiz pela bagatela de R$ 120,8 mil no apagar das luzes de sua gestão à frente da Casa de Leis, em dezembro de 2008. Denunciado pelos vereadores Hilário Ruiz (PT), Guto Zanette (PSB), João Magalhães (PMDB) e Priscila Foresti, a Guegué (PRB), em março de 2009, virou caso de Justiça, ainda tramitando.

Aliás, fato bastante curioso: o Projeto de Resolução é de autoria do vereador Marcelo da Branca, assinado por Puttini, por Becerra Jr., pelo Pastor Leonardo (PR), 1º e 2º secretários da Mesa, respectivamente, e por Da Branca (PSL). Marco Coca (PDT), vice-presidente, não assinou.

PROFESSOR É PROFESSOR,
ASSESSOR É ASSESSOR!
Momento constrangimento total: professores foram à Câmara expor situação de trabalho e remuneração, e acabam se deparando com uma situação inusitada. A aprovação de uma emenda ao projeto de criação do Escritório de Captação de Recursos, o ECR, que passa a exigir do nomeado para um dos cinco cargos de Assessor Especial, que esteja cursando o Ensino Médio, em qualquer uma de suas séries.

Ou seja, o felizardo pode ter acabado de sair do fundamental, entrado no primeiro ano do “colegial” e já estará apto a receber, mensalmente, mais de R$ 2,3 mil. Agora me diz: quantos professores, que além destes cursos completos ainda têm nível superior e muitos até mestrado, ganham esse salário? O pior foi ver vereadores usarem da Tribunal para fazerem a defesa da categoria e depois aprovarem, sem questionar, a tal emenda -casos de Beto Puttini (PTB) e Becerra Jr. (PDT).

A sessão ordinária da Câmara de Vereadores de segunda-feira passada, 25, teve a presença de cerca de 50 professores, que para lá foram com a finalidade, primeiro, de emprestarem solidariedade ao professor acusado injustamente de ter molestado uma criança na creche em que trabalha, no chamado “caso acerola”. Segundo, para protestarem contra as condições de trabalho e de remuneração proporcionados pelo município.

Pelo menos um vereador, Hilário Ruiz (PT), sensibilizado com a situação, votou contra, fazendo uma deferência aos professores presentes. “Não posso aprovar uma situação como essa sabendo que aqui há professores que estudaram, têm nível superior e muitos não ganham isso”, disse.

Porém, Puttini, presidente da Casa, e Becerra Jr., 1º secretário da Mesa, usaram o tema professores em seus discursos, sendo aplaudidos, porém votaram favoráveis a que um estudante de ensino médio ganhe mais que a categoria dos professores.

O ECR é aquele órgão que vai gerar um gasto total, ao final do mês, de R$ 25.113,43, totalizando R$ 251.134,30 no final do ano, não computando 13º e outras despesas. Os dois Assessores de Secretaria, na referência T3.7 vão custar R$ 6.195,98 por mês, enquanto os cinco Assessores Especiais, na referência T3.5, vão custar R$ 11.617,45 somados, por mês.

UM AEROPORTO PRA
CHAMAR DE SEU
O prefeito Geninho (DEM) vai vender ou permutar 42 lotes resultantes das reservas de 2% do total de lotes de três loteamentos da cidade, alegando que usará o dinheiro, no caso da alienação, para comprar área e instalar nela um novo aeroporto. Pelo menos esta foi a justificativa dada aos vereadores para que o projeto de Lei 4.506 pudesse ser aprovado, em regime de urgência, na sessão de segunda-feira passada, 25.

O PL em questão autoriza o Executivo a proceder alienação e/ou permutação (sic) dos lotes existentes nos loteamentos “Alto do Cote Gil” (10), “Parque Villa Lobos” (11) e “Jardim Amélia Dionísio” (21). Foi aprovado por oito votos a um, com posicionamento contrário de Hilário Ruiz (PT), que cobrou maior clareza na proposta.

Estes lotes, informou o vice-líder na Câmara, vereador Salata (PP), são correspondentes a 2% da chamada área dominial de cada loteamento, a que o município tem direito. Com a negociação, o município irá adquirir uma área de 40 alqueires, “para construção de um novo aeroporto”, conforme garantiu. Segundo Salata ainda não há local definido, embora haja “três opções no momento”.

Até.