Menos mal que os funcionários públicos municipais de Olímpia não tiveram só os 4% necessários para não “perderem” para o salário mínimo nacional. Tudo bem também que a diferença a maior entre o piso da categoria e o mínimo nacional não tenha ficado somente no 0.9% estimado caso o reajuste fosse de fato no índice acima.

Conforme postamos aqui na sexta-feira da semana passada, 4, a triste realidade vivida pela categoria do funcionalismo municipal era essa: necessitavam de um reajuste mínimo de 4% em seus salários este ano, para não perderem frente ao Salário Mínimo nacional, que foi reajustado em 9%, passando a ser de R$ 678 para 2013.

Com o piso hoje em R$ 658, os 4% de aumento significariam R$ 26,32, elevando o piso para R$ 684,32, ou 0.9% acima do salário mínimo. Porém, agora, com os 7% oferecidos pelo Executivo Municipal hoje, se aceito pela categoria, elevará o piso a R$ 704.06, diferença a maior de R$ 46,06, ou 3.84% acima do mínimo. Ajuda a diminuir o impacto da queda vertiginosa do valor entre os dois salários, mas não resolve a penúria dos funcionários.

A CÂMARA
A primeira sessão ordinária da Câmara Municipal, ontem à noite, foi uma excelente e definitiva mostra de que as coisas ali serão mesmo conforme já dissemos aqui: um ambiente de paz, amor e sossego. Áh, e de muita falação, também. A menos que ontem tenha sido apenas a empolgação de iniciantes, teremos, a cada sessão, cerca de 60 minutos de falatório, quando os vereadores enaltecem seus requerimentos e indicações, ou tocam em algum assunto mais candente.

Por exemplo, ontem a “bola da vez” foi os constantes blecautes que a CPFL proporciona aos olimpienses há já um bom tempo. O vereador Marcelo da Branca puxou o assunto, conclamando os demais companheiros a formarem uma comissão para tratar deste problema. Investigar, manter contato com a empresa, cobrar dela o fim dos “apagõezinhos”, etc

O Pastor Leonardo pegou carona no assunto dizendo que já foi cobrado a esse respeito quanto esteve à frente do Procon municipal, e que chegou a oficiar a CPFL sobre o tema, porém sem resultado. Salata, por sua vez, acusou a empresa de “um certo descaso” com o fornecimento de energia elétrica da cidade. lembrou que a CPFL é a empresa que teve “o maior superávit” do país, e que, por isso, “não é possível estar deixando este passivo sucateado”.

“Não vamos aceitar mais este descaso com a cidade, que não pode continuar com esta situação insustentável”, discursou o líder do prefeito da Tribuna.

Jesus Ferezin, que voltou à Casa de Leis sob liminar (está condenado por improbidade administrativa, com trânsito em julgado da sentença), usou da Tribuna para explicar sua situação e a razão de sua condenação: nomeou para a Casa, quando foi seu presidente, um funcionário filho de um vereador.

E aproveitou para dizer também que vai agir, na Câmara, como sempre o fez o vereador Dirceu Bertoco, hoje licenciado, ocupando o cargo de secretário municipal de Agricultura, Indústria e Comércio. “O meu partido é Olímpia”, disse, argumentando, como fazia Bertoco, que as eleições terminam às 17 horas de determinado dia do mês de outubro. E que a partir daí sua preocupação passa a ser a cidade e seus munícipes. Eufemismo para dizer, mais exatamente, que irá aderir de vez ao situacionismo.

Uma idéia interessante posta na noite de ontem veio do vereador estreante Paulo Poliselo de Souza, que pede a criação da uma Taxa Municipal de Turismo Sustentável, ou seja, hoteis e pousadas passariam a cobrar de cada turista que por aqui aportar, algo como R$ 2 por pessoa incluídos na conta, dinheiro este que, ao final de cada mês seria rateado para setores como Saúde, limpeza pública e até mesmo para custear o marketing em torno do turismo local.

Diz ele ser plenamente possível essa cobrança, uma vez que no estado de Alagoas, onde passou alguns dias com a família, ao pagar a conta do hotel se deparou com a cobrança de R$ 2 por pessoa, ou seja, R$ 10 acrescido à soma. É irrisório para o turista, mas fará uma grande diferença para setores da cidade que necessitam de incremento financeiro, que aliás será revertido em serviços para o próprio turista, segundo seu ponto de vista. Este assunto deve mesmo ser levado a fundo, a idéia é boa.

Até.