A Comunidade da Paróquia de N.S. Aparecida teve na noite de ontemn, segunda-feira, 10, uma grande oportunidade de conhecer melhor as propostas dos candidatos a prefeito de Olímpia, João Magalhães (PMDB) e Geninho (DEM), numa sabatina organizada por aquele núcleo religioso. Teve a oportunidade, mas não conheceu. Simplesmente porque a comunidade não se fez presente na medida em que poderia se fazer presente. O evento foi organizado e realizado sob densa nuvem de silêncio.

Não permitida pelos responsáveis da organização a divulgação prévia do que aconteceria ali, o fato político-eleitoral ficou restrito a poucos porque o grande público presente – talvez 150 a 200 pessoas – era formado, em quase sua totalidade, por assessores, funcionários e secretários do atual prefeito candidato à reeleição. Outro pouco acompanhava Magalhães e o mínimo restante compunha-se, aí sim, de membros daquela comunidade, mas certamente com sua opinião já formada acerca do nome a ser digitado na urna eletrônica no dia 7 de outubro.

Então, para quem, ou para quê serviu tal sabatina? Não se sabe. Além disso, o encontro ficou prejudicado com a ausência da terceira candidata, Helena Pereira (PMN) que, com a mãe internada no hospital, não pôde comparecer. Portanto, caso alguns dos presentes quisesse conhecer alternativa aos dois nomes não o pôde pela ausência de Helena. De bom alvitre não teria sido adiar o encontro? Para que houvesse equilíbrio entre os concorrentes? Não restam dúvidas de quê a candidata foi prejudicada, à primeira vista.

Depois, por que o encontro não foi aberto a todos os interessados daquela região? Por que não se fez a divulgação prévia? A imprerssão que fica é a de que ambos os candidatos, principalmente Geninho, falou para si mesmo, já que ali estava, quase a lotar o ambiente, sua “claque”. Tanto que, ao final, o que se ouviu foi uma quase ovação ao “mestre”. E também que o encontro foi mais do mesmo.

Narra o Diário de Olímpia que “não houve debate, apenas exposição de programas”. Ou seja, aquilo que ambos fazem no rádio todos os dias, desde que começou o Horário Eleitoral Gratuito. E sem o debate ou mesmo perguntas “livres”, não se sabe o que se esconde por trás do “verniz” da mera propaganda política. E somente perguntar o que se pretende para este ou aquele setor é pouco, uma vez que o que político mais sabe fazer é promessa.

Perguntas inesperadas, intervenção do adversário na exposição do outro, ou ainda pedir que se expliquem propostas e promessas em detalhes. É isso que faz máscaras caírem, se máscaras houver para cair.

Por exemplo, quando Geninho diz que quer “continuar administrando a nossa cidade com técnica, competência, amor e transparência”, ele está querendo dizer mesmo o quê? Ou as alegadas “técnica, competência, amor e transparência” são inquestionáveis? E quando ele reforça com “as mais de 200 obras de meu governo”, não há que se perguntar quais são, onde estão, quando e como foram feitas e ao final a qualidade delas? O mesmo poderia se aplicar a Magalhães com suas propostas de Governo. São exequíveis? Em que medida? De onde tirar os recursos necessários? E por aí afora.

O Diário de Olímpia, que acompanhou todo o evento, foi ainda mais preciso no tocante ao público presente, ao dizer que as galerias estavam “ocupadas em 90% por correligionários, assessores e candidatos”. O que corrobora a nossa pergunta lá de cima: a quem ou para que serviu esta sabatina?

Da mesma forma que este blog, o noticioso eletrônico também faz a sua cobrança: “O evento foi cercado de mistério e de orientações para não ser divulgado com antecedência. Pelo menos, o Diário de Olímpia não foi convidado, mas compareceu para bem informar ao leitor e, claro, ao eleitor. Sem a divulgação, e com a galeria lotada em sua maioria de assessores e candidatos, para que serviria o encontro de candidatos?” Pois é: pra quê serviu?

Até.