A desfaçatez como marca de campanha. Parece ser este o mote mais apropriado para a gestão Geninho (DEM), em função de recente decisão de “maquiar” a mudança de cores e seu slogan, que “é uma marca” de sua administração, como adimitiu para um semanário local. Agindo assim, o prefeito demonstra não temer a Justiça comum, mas respeitar sobremaneira a Justiça Eleitoral. Porque esta, agindo sob os parâmetros de Justiça Especial, pode jogar por terra o seu sonho político da reeleição. E sua reeleição, ao que tudo indica, no momento é o que interessa, o resto não tem pressa.

“A única coisa que tem é (sic) as placas de obras, onde tem os números, aquele slogan: ‘Olímpia cada vez (é “cada dia”) melhor para você’, que é uma marca da minha administração. Vou ter que fazer um adesivo com o Brasão do município e colar em cima, no período eleitoral. Só Isso”, explicou o prefeito à Folha da Região. “Só isso”, disse ele, perceberam?

Ou seja, para o governante de turno, desrespeitar leis municipal, estadual e até federal, ignorar símbolos, transgredir no uso das cores em próprios municipais, móveis e imóveis, e criar slogan de Governo para desfilar nestes mesmos próprios ao longo de três anos e meio para depois simplesmente “fazer um adesivo com o Brasão” para disfarçar o mal feito, é algo sem nenhum significado, sem nenhuma importância.

E tem mais: o temor do alcaide frente à JE é tamanho, que ele vai recolher todos os telefones celulares (e são muitos), bloquear todas as contas de e-mails da prefeitura, porque teme alguém “da oposição” pegar um deles e pedir voto “por sacanagem”. E mais: vai tomar todos os carros dos secretários. “No dia 4 de julho não tem mais nada”, garantiu. Papel timbrado também terá que ser trocado (e são milhares de milhares) por causa do slogan. Estes também passarão a ter o Brasão do município.

“São detalhes, mas tem que ficar atento porque a lei eleitoral é rígida”, comentou ao jornal. Detalhes não, prefeito. É crime. De improbridade administrativa. E quanto a temer mais a Justiça Eleitoral que a Justiça comum, tem razão. A esta foi delegada a responsabilidade de apurar o caso quando de denúncia feita ao Ministério Público Eleitoral, e nada foi feito. Mas, com a Justiça Eleitoral não se pode brincar, não é isso que, mais ou menos, o prefeito deixa antever?

Enfim, é como se estivesse a dizer que cada um teme aquilo que julga ser necessário temer. Ou que basta a um homicida declarado esconder o corpo da vítima que o crime deixa de existir.

MAIS UMA MORTE?
Enquanto isso, mais uma família da cidade chora a morte de um ente-querido por excesso de burocracia do sistema municipal de Saúde, segundo afirmaram. Trata-se de uma jovem de 27 anos, vítima de Lúpus, que morreu por falta de um medicamento que teve que buscar na Justiça, como é praxe neste Governo Municipal, quando se trata de remédio de alto custo.

A secretária Silvia Forti Storti tem por norma, conforme ela mesma já disse de público, deixar que o requerente entre com reclamação junto ao MP, que se transforme a denúncia em ação judicial para só depois do final de tudo – geralmente com antecipação de tutela ou liminar -, passar a fornecer o medicamento. Diz ela que é para depois ser ressarcida pelo órgão cedente, seja Estado ou União.

Pouco importando o sofrimento de quem necessita do remédio para continuar vivendo, ou para simplesmente continuar respirando, como era o caso da jovem moça que deixou “um filho inteligente de cinco anos”, conforme relatou um acabrunhado avô no dia do sepultamento.

Ela havia falecido no início da noite de quarta-feira passada, dia 30, exatamente nas mesmas horas em que o prefeito Geninho e sua secretária Silvia Forti capitaneavam um convescote auto-elogioso na Casa de Cultura, à frente de quase 400 funcionários, praticamente obrigados a comparecer naquela que seria uma noite de gala para ambos, com seus números frios e discursos enviesados.

A continuar assim não demora muito e o burgomestre manda para a Câmara projeto de lei proibindo olimpiense de morrer por falta de assistência médica ou remédio na rede municipal de Saúde. E, não duvidem se não seria aprovado por seis votos a três.

POR QUÊ? JÁ NÃO
ESTAVA CERTO?
Texto publicado no prestativo “Diário de Olímpia” no final da semana passada dá conta de que “Geninho manterá a mesma chapa original de 2008, ou seja, com Gustavo Pimenta (PSDB) como candidato a vice-prefeito”. Mas isso já não estava acertado? Ou havia alguma dúvida por parte do alcaide? É certo que houve uma quase ruptura entre os dois dias passados, mas tudo acabou se acomodando, passado o “fogo” do prefeito em sair por aí, a bater de porta em porta, em busca de um vice. Ou, quando não, de ter alguém batendo em sua porta oferecendo o próprio nome.

Informado disso, Pimenta e os próceres do PSDB, partido que deu sustentação à candidatura, eleição e agora ao Governo Geninho esperavam, pacientemente. Mas não sem se movimentarem para a necessidade de se executar um “Plano B” qualquer.

Segundo aquele mesmo prestativo site de notícias, “até o momento os partidos da chapa situacionista são DEM, PSDB, PTB, PP, PR, PSB, PPS, PDT, PRP, PSDC, PTC e PHS”. E mais: “Ficou decidido que serão duas coligações nas proporcionais (vereadores) e uma só majoritária”, com Geninho e Pimenta.

A coligação de Geninho hoje é composta basicamente de “nanicos”, excetuando PSDB, DEM e PTB, por suas tradições e ramificações em níveis estadual e nacional. Mas, se vistos com lupa, na cidade até estes acabam por serem também partidos “nanicos”. Se não, vejamos:

O DEM é o próprio Geninho e mais nada além de uma dezena de dirigentes; o PSDB é Gustavo Pimenta e o grupo que hoje gravita em torno do poder, exceção a um ou outro “dissidente”; o PTB é Beto Puttini e os dirigentes, além de não mais que uma dezena de filiados; o PP é o vereador Salata e seus dirigentes; o PR de Dirceu Bertoco idem; o PSB de Guto Zanette até que já foi grande; o mesmo se podendo dizer do PPS, de Marcão Coca), e do PDT, antes nas mãos do então vereador Valtinho Bitencourt, hoje nas mãos do Pastor Leonardo; o PRP passou para o comando do secretário Paulo Marcondes, e não há informações de que dele faça parte mais que seus  diretores; e o que dizer do PSDC, do ex-vereador Becerra, que jogou por terra uma promissora carreira política e agora tenta voltar à lide? E do PTC de Gustavo Marques (?)?. O PHS, hoje nas mãos de Aldo Puttini, já foi importante no cenário político local, antes de ser o “penduricalho” do poder em que se transformou.

PADRES PARA
QUE OS QUERO
Sob o pretexto de anunciar que Olímpia recepcionará cerca de 10 mil jovens católicos da região no dia 28 de outubro, o prefeito Geninho (DEM) posou para as câmeras de sua assessoria de imprensa e, ato contínuo, teve publicada em todos os órgãos atrelados ao Governo uma foto em que aparece abraçado a nada menos que três padres das paróquias locais, quais sejam, Ivanaldo Mendonça, da Paróquia de São José; José Antônio Quissoto, da Paróquia de São João Batista, e Frei Fernando dos Santos, da Paróquia de N.S. Aparecida.

Noves fora nada, nos meios políticos comentava-se que o alcaide estava a demonstrar ali que também tem o apoio dos católicos da cidade, na medida em que aqueles párocos representem e orientem seus rebanhos. Esta cena, aliada à “informação” de que Pimenta é seu vice, postadas numa mesma tarde no prestativo site de notícias e depois replicadas nos jornais “da casa”, visaria dar ao prefeito a visibilidade que os pré-candidatos de oposição ganharam nos últimos dias, é o que se comentava nas rodas.

ESTRANHAS ILAÇÕES
O semanário “Tribuna(l) Regional”, também conhecido como “o jornal do Geninho” (aliás, belo slogan para ser ostentado no fólio da primeira página, não acham?) fez publicar um editorial, sob o título “E Agora, João” que, salvo melhor juízo, é uma peça de defesa dos vereadores da “bancada dos sete” que também assinaram requerimento denunciando ao Ministério Público a situação de caos vivida pelo Pronto Socorro da Santa Casa local.

O editorialista se mostra preocupado com o fato de o tal requerimento ter sido “divulgado de forma destacada por semanários tidos pelos editores como ‘imprensa livre'”. Diz o texto que, quando estes jornais davam veracidade ao objeto da denúncia, “não foi publicada a existência de qualquer prova do alegado”. Aí vai para o surreal ao dizer que, a partir da negativa do Ministério Público em levar a fundo a questão, estes mesmos semanários iniciaram a operação “cair fora”.

Isto porque os demais edis que assinaram a petição junto com Magalhães, foram nominados nos textos publicados. O que é meramente uma questão de justiça àqueles legisladores que, mesmo sob os tacões do alcaide – o dono do jornal em questão -, assinaram o documento. Mas o jornalão genista não quer que se escreva ter os demais vereadores, “amigos da casa”, aposto seus nomes no requerimento. Não deu para entender o que o jornalão realmente quis dizer com aquele editorial tão nervoso e agressivo. Aliás, esta gente anda tão nervosa ultimamente…

Até