Os nomes a concorrer pela oposição já estão postos. São quatro: Helena Pereira, advogada e ex-provedora da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, pelo Partido da Mobilização Nacional-PMN; João Magalhães, advogado, vereador à Câmara Municipal de Olímpia, pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro-PMDB; Walter Gonzalis, cartorário, pelo Partido dos Trabalhadores-PT, e Ubirajara Teixeira, o Bira da Ki-Box, pelo Partido Social Democrata-PSD.

Por hora, cada qual corre em raia própria, cada um buscando amealhar o máximo possível em apoio político-partidário, para se viabilizar no momento do “encontrão” e sair dele como o candidato majoritário.

Independentemente da forma de pensar de cada um, da forma de conceituar o que é democracia e como ela deve ser exercida em momentos assim, o caminho mais provável é o da coalizão, da somatória de forças para, pelo menos, dar um “suadouro” no canditato natural à cadeira da 9 de Julho, o prefeito Geninho (Democratas-DEM). Não sendo assim, o fracionamento de votos fatalmente o manterá no cargo, eis que seu potencial eleitoral, atualmente, é o suficiente para elegê-lo, se houver dispersão.

Pelo que se comenta nos bastidores, tanto de um lado quanto do outro, Geninho teria hoje um percentual de votos batendo nos 40%. Não é muito e nem garantem o alcaide no cargo, dependendo do que a oposição fizer. Principalmente levando-se em conta seu índice de rejeição (quando o eleitor diz que não vota no candidato “de jeito nenhum”), que estaria batendo nos 30%. Assim, teoricamente, o prefeito teria um universo de votos para trabalhar para aumentar seu cacife, muito reduzido.

Na teoria, também, estariam “sobrando” outros 60% de votos que em sua maioria não tem destino certo, não se concentra. Mas, somados os números das intenções de votos dos quatro pré-candidatos oposicionistas, o resultado final praticamente levaria a um empate com aqueles já destinados ao mandatário. O problema é que cada um é “dono” de seus próprios votos. E de cada um teria que haver um esforço concentrado para que esta intenção se voltasse para aquele nome que emergir do “encontrão”. A tão propalada transferência de votos. Que nem todo político consegue fazer.

O prefeito e seu grupo, todos sabem, estão de olhos e ouvidos atentos às conversações que estão sendo travadas na oposição, cada passo, cada movimento é monitorado pelo “radar” de humanos a seu serviço, a seu soldo. Sabe o burgomestre que, havendo a coalizão nos termos estritos da palavra e do que ela significa, ou seja, um acordo ou aliança de partidos para um fim determinado, uma coligação, que por sua vez significa “liga de vários para um fim comum”, terá que talvez lançar mão de um expediente muito usado em situações como essa, quando a política não é exercida com fins nobres: lançar mão de um “candidato-laranja”.

O outro lado, o da rejeição, se mostraria mais favorável à oposição. Eis que rejeição não se transfere. Cada qual fica com a sua. Na somatória dos quatro candidatos pode até ser que se supere os índices do alcaide, mas esta se desfacelará quando o nome majoritário for escolhido, caso este não a tenha, também, em profusão. Se esta for baixa, muito bom porque as dos outros não se somarão à dele.

Nos meios políticos da cidade, nas rodas entre os formadores de opinião, sejam eles favoráveis ou não ao atual prefeito, a conversa segue sempre nesta mesma trilha, a da união de forças para fazer frente ao candidato oficial. Que, dizem, além da máquina, tem muito dinheiro para gastar. Uns e outros nas rodas até arriscam dizer de onde e como se juntou tanto, mas isto não vem ao caso, agora. Estes observadores comentam também sobre o inevitável temor que o prefeito manifesta nos bastidores quanto a esta possibilidade, a da coalizão bem “amarrada” e, consequentemente, forte.

Sabedor que é, dizem, o quanto difícil será encontrar um “candidato-laranja” e, se encontrado, o quão difícil será torná-lo convincente, imune às desconfianças do eleitor quanto à sua legitimidade. E, mais aida, encontrar alguém com um perfil que agrade eleitores de oposição a ele, e que não vá sacudir os galhos de sua “árvore” de votos. Situação enormemente complicada, porém não impossível, dada a “destreza” político-eleitoral do chefe de turno.

No seio destes observadores há também uma certeza, a de que o prefeito não está tranquilo com a situação reinante. Dizem que quanto mais se alonga um final para esta definição, mais ansioso, mais preocupado fica Geninho. Ele precisa conhecer logo seu oponente, para armar sua estratégia de campanha. Por enquanto ele estaria esboçando quatro quadros possíveis, e isto o estaria deixando muito inquieto.

Não se trata de temor político-elitoral, observam, mas de necessidade de estratégia de campanha. Sem saber contra quem vai “guerrear”, não tem idéia de que armas deve usar. Ao passo que toda a oposição já sabe as armas que vai empunhar, alguns de seus integrantes já usando algumas delas, e sabe-se que novas ainda serão acrescidas ao “arsenal”.

Assim, por enquanto a cidade vive uma disputa de nervos. À espera da disputa de homens. Ou, melhor, de políticos. Já que é deles que tratamos aqui.

Até.