Só o tempo, quando se trata de uma conturbada administração como a que estamos vivendo por estas paragens, pode dar razão aos críticos do malfeito. É o que está acontecendo agora com a questão da mudança das cores da cidade, estas originárias dos símbolos de Olímpia, representados pela Bandeira e Brasão, que são amarelo, vermelho e preto (saiba as razões logo abaixo), implementadas pelo prefeito Geninho (DEM) desde os primeiros dias de sua gestão.

Nosso Brasão, nossa Bandeira, nossas cores oficiais

Nosso Brasão, nossa Bandeira, nossas cores oficiais

Não foram poucas as vozes de alerta, até mesmo de gente de dentro do Governo, mas a teimosia prepotente do alcaide não as ouviu, e impregnou os próprios municipais, móveis e imóveis, com as cores – azul e verde – de seu partido, o Democratas. Além disso, criou um ícone nestas cores, representado por dois traços lineares mas não retos, como a simbolizar as ações do próprio Governo, sobre o slogan “Olímpia Cada Dia Melhor Pra Você”.

Até representação junto ao Ministério Público – o nosso MP! -, foi impetrada, porém, nossos doutos defensores da coisa pública entenderam que nada havia de anormal – visão sui generis! -, e mandaram-na para o arquivo. E a vida seguiu ser curso: uniformes (escolares e funcionais), carrros e mais carros, prédios públicos, impressos, prontuários médicos, enfim, uma gama de coisas a milhão, foram ganhando cores, marca e slogan deste (des)governo.

Porém, agora que é chegado o período eleitoral, o nobre burgomestre simplesmente decidiu que tudo isso tem que sumir, para evitar que tenha problemas de ordem eleitoral. Ou seja, ao longo destes quase quatro anos mandou a lei às favas, o respeito aos símbolos maiores do município, que são sua Bandeira e seu Brasão foi vilipendiado, desprezou o amarelo, vermelho e preto, nossas cores oficiais, estipuladas por lei após minuciosas pesquisas e estudos sobre as origens e significados, trabalho árduo desempenhado pelo mestre folclorista saudoso professor José Sant´anna, para agradar a si mesmo e a seus “mestres” partidários.

Não importa agora o quanto se gastou para imprimir à cidade as cores partidárias do seu combalido DEM, e pouco importa quanto vai custar agora para que tudo isso seja “camuflado”, até pelo menos passar as eleições, ou seja, pelos próximos quatro a cinco meses. Para depois voltar a ser como antes? Milhares e milhares de impressos terão que ser feitos sem as marcas impostas, prontuários médicos nas UBS´s, receitas médicas, papeis-ofício, cores de prédios, adesivos dos carros e até, pasmem, os uniformes das crianças, uma aberração a ferir a lei máxima, que é a da Improbidade Administrativa.

Desde 2009, ano de sua posse, o primeiro de sua gestão, que os veículos de informação não atrelados da cidade, este blog entre eles, vem invocando uma Lei de 1987, que declara como cores oficiais o preto, o vermelho e o amarelo. Houve até uma situação bizarra, a do vereador Salata (PP) que, em 2009, apresentou projeto de Lei na Câmara (4.159), que obriga a inclusão dos estudos sobre os símbolos do município na rede municipal de Ensino. Mas, que símbolos, se eles já estavam sendo destruídos?

Na ocasião, o vereador João Magalhães (PMDB), alertou que estes mesmos símbolos, no caso as cores oficiais do município, estavam sendo desrespeitados pelo Poder Executivo. “Queria só fazer um alerta aos representantes do prefeito municipal, que temos notado que alguns próprios públicos estão sendo pintados de uma outra cor e isso está em flagrante desrespeito à nossa Lei Orgânica”, disse ele.

Magalhães lembrou o artigo 2º da Lei Orgânica do Município-LOM, cobrando seu cumprimento e respeito. “No artigo 2º, parágrafo único, ela dispõe o seguinte: ‘O município adotará oficialmente as cores da Bandeira em todas as suas formas usuais e representativas”’.

Neste mesmo artigo 2º a LOM expressa que são símbolos do município o Brasão, o Hino, a Bandeira e a Fita no ornato das cores municipais. Olímpia possui, inclusive, uma publicação chamada “História dos Símbolos do Município de Olímpia”, de autoria do professor e folclorista José Sant´anna, lançado em 1995. Sant´anna é também autor da Lei 1.868, de 17 de junho de 1987, dispondo sobre as cores do município, sancionada pelo então prefeito, hoje falecido, Wilson Zangirolami.

Esta lei declara como oficiais as cores preta, vermelha e amarela para o município de Olímpia, as mesmas encontradas em nossa bandeira, e cada uma com um significado próprio. “Nós já tivemos no passado não muito distante um prefeito que pintava a cidade de azul e branco, a Promotoria proibiu e ele voltou a pintar com as cores da nossa bandeira, que por sinal é muito bonita” ressaltou Magalhães.

“Percebemos que o Recinto do Folclore mudou a cor, que vai ser inaugurado um prédio da Saúde que está tendo a cor mudada, os ‘guardrails’, aquelas proteções do rio na Aurora Forti Neves mudaram, tiraram as cores da Bandeira. Enfim, isso é apenas um alerta, procurando evitar que isso crie uma situação de dificuldades e de responsabilidade no futuro”. E o “futuro” chegou.

Na própria página eletrônica da prefeitura municipal, há um texto extraído da publicação de Sant´anna, que diz: “Os símbolos municipais representam o nosso sentimento de amor e responsabilidade para com Olímpia, sendo, portanto, nosso dever protegê-los para que não sejam desrespeitados. Símbolos são sacramentos”. O site tem ainda reproduções da Bandeira e do Brasão do município, atualizados. Além das definições do significado de cada uma das cores.

Ou seja, “a cor preta (sable) tem o significado heráldico de fortaleza, constância prudência, modéstia, ciência, gravidade, honestidade, moderação, fartura, fertilidade, silêncio e segredo – referindo-se aos atributos de administradores e munícipes e à maneira pela qual são conduzidos os destinos dos municípios.

A cor vermelha (goles) indica derramamento de sangue em batalha, audácia, valor, galhardia, intrepidez, nobreza conspícua e honra, aludindo à participação desassombrada do povo de Olímpia nos movimentos cívicos ao lado da Lei e da Justiça, pela Democracia e pela Liberdade, como na arrancada heróica de 32 e na 2ª Guerra Mundial, quando olimpienses ofereceram suas vidas e seu sangue.

E a cor amarela (metal ouro) é representativa de riqueza, esplendor, glória, nobreza, poder, força, fé, prosperidade, soberania e mando, refletindo o irrefreável progresso alcançado por Olímpia pelo trabalho diurno de seu povo, alicerçado em fé inquebrantável na munificência do Todo-Poderoso”.

Exemplo de veículo com as cores trocadas

Exemplo de veículo com as cores trocadas

 

 

Até.