O semanário Tribuna(l) Regional, aquele periódico do prefeito Geninho (DEM), publicado por uma empresa constituída por gente da confiança do prefeito e editado por funcionários comissionados da prefeitura nos cargos de assessoria de imprensa, e que também é “sustentado” por propaganda oficial, ou oficialesca (via fornecedores e prestadores de serviço), publicou na edição de sexta-feira passada, 28, editorial à página quatro, cujo conteúdo é um verdadeiro achado, para dizer o mínimo.
Seu autor foi buscar inspiração em uma série de TV chamada “Gossip Girl”, que ele diz ter se originado em uma série de livros escritos por Cecily Von Ziegesar, e que a tradução para o português quer dizer “garota fofoqueira”, personagem autora de um blog que conta o dia-dia dos amigos de uma escola de luxo. Diz o editorialista que de lá se extrai a frase de que “a pessoa é vítima dos seus próprios desejos e escravo dos próprios prazeres”.
O editorialista diz achar esta frase “de profunda reflexão”, e acredita que ela traga “um pouco do sentido de tantos ataques desferidos contra as realizações do governo municipal”. Para o escriba do reino, tais ataques derivam do “binômio” desejo/prazer, que não raro vem acompanhado de uma “pitadinha de inveja”. Num conjunto de idéias quase ininteligível, o escriba do reino acaba por tascar lá no seu editorial que “o agressor, se pudesse, preferia (ao invés de preferiria) fazer o papel de vítima (?)”. Logo abaixo, pergunta: “Qual o motivo de estar sempre se lamentando, reclamando e criticando por tudo o que acontece?”
No último parágrafo, conclui o escriba regiamente pago com dinheiro público para fazer propaganda política antecipada para o alcaide: “Aqui em nossa cidade, certamente Cecily, a escritora, teria inspiração para o lançamento de inúmeras outras séries de livros com adaptações necessárias, por óbvio, vez que não se trataria da vida glamorosa de jovens (…), mas sim de alguns personagens que por misteriosos desejos e prazeres são vítimas das próprias atuações, fazendo sempre lembrar o cerne da mensagem passada em ‘Gossip Girl’.”
Seja lá o que queira ter dito com estas maltraçadas linhas o editor-assessor, vai aqui do blog outra sugestão de história de sucesso que muito bem, também, do nosso ponto de vista, ilustra o momento atual pelo qual passa nossa cidade, com a administração que temos: Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carol (que aliás é um pseudônimo – seu nome verdadeiro era Charles Lutwidge Dodgson – e há fortes suspeitas de que era pedófilo).
O escritor, a exemplo de certas figuras de última hora desta urbe, adorava brincar com marionetes e prestidigitação (fazia mágicas, entenderam?), só que os passes de mágica que ele fazia, era para entreter crianças, não para se locupletar ou enganar os mais crédulos ou descuidados. Aliás, em Alice no País das Maravilhas, a personagem Alice entra em uma toca atrás de um coelho falante e cai em um mundo fantástico e fantasioso (na nossa versão o animal vai ser outro né?). Também no livro há muitos enigmas contidos que são quase imperceptíveis para os leitores atuais.
Portanto, por esta breve resenha, qual o livro ou tema que mais se encaixa nas coisas da cidade ultimamente, senhor editor?
Até.
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