Pelo menos neste ranking Olímpia não figura entre as primeiras. Mas pode estar entre as 20 cidades que mais receberam verbas de emendas parlamentares, desde 2008. Teve até liberação de recursos de deputado que sequer foi votado aqui na última eleição. E na anterior, em 2006, teve apenas seis votos. É claro que o campeão das emendas não poderia ser outro que não Rodrigo Garcia. E um deputado que na eleição passada – 2010 – teve apenas dois votos por aqui, encaminhou uma boa grana para recapeamento asfáltico.

De acordo com valores apurados pelo blog junto ao “Mapa das Emendas” publicado na edição eletrônica da Folha de São Paulo, em 2008 Olímpia recebeu R$ 661.889 em emendas, para obras variadas e entidades. Em 2009, foram R$ 500 mil redondos, para recapeamento asfáltico também. No ano passado, o montante que chegou à cidade foi de R$ 1.694.916, para diversos compromissos, e neste ano, até agora estão computados apenas os R$ 500 mil liberados por Rodrigo Garcia (DEM) para a Santa Casa.

No total, na atual administração foram destinados a Olímpia R$ 2.696.581, totalizando, entre 2008 e 2011, R$ 3.356.805, verba de emendas liberadas por 17 deputados neste período. De Rodrigo Garcia foram R$ 896.889, espalhados em três anos – 2008, 2010 e 2011. Um parlamentar ilustre desconhecido na cidade, Lelis Trajano, que recebeu em Olímpia apenas dois votos nas últimas eleições, mandou para cá nada menos que R$ 540 mil, dinheiro para asfaltamento.

Otoniel Lima, que recebeu 28 votos na cidade em 2010, liberou emendas que somam R$ 290 mil, em 2008 e 2010. Bruno Covas, que teve na cidade a opção de voto de 1.810 eleitores, liberou até agora, R$ 250 mil em 2008 e 2010, dinheiro destinado à construção de praça e reforma e adequação do Museu do Folclore. E outro ilustre dsesconhecido, que não teve sequer um voto em Olímpia na eleição passada, e em 2006 recebeu apenas seis, João Barbosa, liberou R$ 250 mil, entre 2008 e 2009, para asfalto, guias e sargetas.

Nossa “co-irmã” Votuporanga, está entre os dez municípios que mais verbas de emendas recebeu neste período – R$ 6,5 milhões, ficando na quarta posição. Com seus mais de R$ 3,35 milhões Olímpia deve estar entre as 20 cidades melhor aquinhoadas já que a décima posição é ocupada por Suzano, na Grande São Paulo, para onde foram R$ 5,1 milhões. Outros deputados que também liberaram emendas são Vanessa Damo, Vaz de Lima, Zico Prado, Jonas Donizetti, Ed Thomas, Davi Zaia, Beth Sahão, Barros Munhoz, Chico Sardelli, José Bitencourt, Gilmaci Santos e Uebe Rezeck.

 CORRENDO ATRÁS
Como vocês devem se recordar, a Câmara municipal aprovou em outubro passado a criação de três novos cargos de provimento efetivo, ou seja, por realização de concurso. Foram criados os cargos de Educador-Cuidador e de Auxiliar de Educador-Cuidador, cada um com oito vagas, e um cargo para médico urologista.

Até aí, tudo bem. Acontece que no final do mês passado, foi feita a chamada e depois a realização de um “concurso” sem provas na cidade, para a função de Educador Social, contrariando o que havia sido aprovado na Câmara. O Executivo fez chamada e entrevistas para o tal cargo, até então não constante do quadro municipal – o aprovado pela Câmara foi de Educador Cuidador e de Auxiliar deste, certo?

Muito, bem, talvez percebendo a “mancada”, o prefeito Geninho (DEM), se apressou em publicar na Imprensa Oficial do Município-IOM, do dia 29 de outubro, o decreto 5.100, datado de 27 de outubro, dispondo sobre a implementação da função de Educador Social, reconhecendo que não havia esta função nos quadros municipais, inclusive estabelecendo os mesmos valores de vencimentos aprovados pela Câmara para o Educador Cuidador – R$ 796,20.

Naquela mesma edição foi publicado o edital do concurso seletivo especial nº 5, para dez vagas na área, com as mesmas exigências antes feitas para o Educador Cuidador aprovado na Casa de Leis. Na edição do dia 5 de novembro da IOM, foi publicado o resultado do concurso sem provas para Educador Social, com 35 nomes. Na edição do dia 12 foi publicada a chamada dos oito primeiros colocados – mas o edital não era para dez?

Ou seja, a impressão que dá é que houve um “cochilo” da assessoria do prefeito, que pode ter trocado Educador Cuidador por Educador Social, obrigando o alcaide a “improvisar” na nota, “inventando” nova nomenclatura em caráter de emergência, para suprir a demanda. Ou, ainda, a turma ter descoberto depois que a nomenclatura correta seria Educador Social. Desta forma, também, dando um “olé” na Casa de Leis, que aprovou uma coisa e está vendo acontecer outra. Fazer o que, né?

Até.