Procurando talvez “embassar” o momento político-eleitoral que a cidade vive, embora de quase total paralisia naquilo que os olhos veem, mas não, seguramente em nível de bastidores, que a correria está grande, o semanário “Gazeta Regional”, da jornalista-assessora de imprensa da prefeitura, Andresa Maieiros, estampou em sua primeira página, hoje, que “Toto Ferezin pode ser candidato a prefeito ‘se for a vontade do partido'”.

A matéria vem ilustrada com uma foto do próprio presidente da Casa de Leis. A chamada remetia à última página (16). Fui para lá correndo. Porém, procurei no corpo da matéria onde ele diz isso e não encontrei. Na verdade, quem afirma tal coisa é o próprio redator, no primeiro parágrafo da “reportagem”, num claro  e proposital inviesamento, visando talvez provocar um “ruído” no cenário político. “Meus eleitores, a população e as pessoas envolvidas na política realmente têm me perguntado sobre meu futuro político. E digo, com muita tranqüilidade, que estou à disposição do partido, com certeza, farei aquilo que for melhor para a cidade.”

No caso desta declaração o “candidato a prefeito” aí só pode ser um sujeito oculto. Mas, tem mais: “Sou olimpiense, amo esta cidade, aqui nasci, fui criado e constituí família. Estou feliz por poder trabalhar pelo meu município, levar adiante o nome do meu pai, que já presidiu esta Câmara, e fazer parte do desenvolvimento e do progresso desta terra.” Bom, até aqui ele ainda não falou nada sobre ser “candidato a prefeito”. 

Então, vamos à sua declaração final: “Não nego que desejo alçar vôos maiores na política, mas acredito que tudo tem de ser feito de forma a beneficiar a cidade. Reafirmo que estou à disposição do meu partido e daqueles que me confiaram esta missão.” A menos que o “candidato a prefeito” seja um subentendimento de “alçar vôos maiores na política”, caso contrário, de onde o redator tirou tal afirmação?

Não é sempre que se pode ver em um jornal tamanha infidelidade entre entrevista, declaração e texto final. Principalmente se levarmos em consideração o título, que retrata o primor da descontextualização: “‘Se for da vontade do meu partido, disputo a eleição para prefeito”, diz Toto Ferezin.” A menos que a matéria seja publicada em duas edições, alguém pode me dizer onde mesmo, ele diz isso?

AINDA O ‘GAZETA’
Também não dá para entender o editorial raivoso que o jornal publicou na edição desta sexta-feira, desancando aqueles que “estão preocupados com as eleições vindouras”, que imagino não serem poucos. Diz o editorial que os poderosos de turno não estão nem aí para as tais eleições, mas os que insistem no tema querem “desarticular a união que se faz em torno de uma só causa, a causa de Olímpia”.

Diz ainda que os poderosos de turno, após as últimas eleições, nunca “manifestaram-se quanto a possíveis novas coligações, composições, desfiliações ou até mesmo rompimento de alguém (…)”. Meu Deus! Ou o jornal é tremendamente mal informado quanto aos bastidores e off-bastidores, ou apenas usa da má-fé que tem caracterizado as ações políticas atuais. Há sim, movimentos neste sentido, e bastante fortes.

O mais célebre deles é o que se relaciona com o PMDB, partido do qual “lideranças” se desfiliaram. Quem articulou isso? E o caso Cristina Reale? E o ajuntamento dos partidos discutido nas noites alegres deste rincão? Podem perguntar a quem é militante de partido para se informar a quantas andam as coisas. O restante do texto nem vale a pena contextualizar, pois tratam-se de colocações sem conexão com a realidade dos fatos.

O APRESSADO COME….
O noticiarista da corte Leonardo Concon precisa se lembrar quando for chamado ao Gabinete para dar vazão àquilo que a turma da 9 de Julho quer que circule, que na frente de um computador há um cidadão que lerá aquilo e, ao invés de ficar bem informado, estará recebendo material distorcido, sem nexo, e distante da verdade. Não é a primeira vez que ele é induzido a erro – assim penso, mas de uma forma ou de outra, não há como absolvê-lo do “pecado”.

Desta vez, para variar, o foco é o ex-prefeito Carneiro, que teve negado recurso em um processo e ele logo tascou que era em outro, carregando, como sempre o faz quando se trata do ex-alcaide, na chamada.  Alertado depois talvez por pessoas que conhecem o assunto, ele tratou de mudar o contexto da publicação, embora de forma “envergonhada”. Onde deveria constar “correção” ou “corrigido”, ele simplesmente coloca: “Atualizado”.

Como assim? É possível em jornalismo publicar um texto dando uma informação errada e depois simplesmente “atualizá-lo”, que tudo bem? Essa é a grande novidade dentro dos meus 30 anos como homem de imprensa. O texto é o seguinte:

“ATUALIZADO – O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo negou os recursos extraordinário e especial interpostos pelo ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro (PMDB) e pelo seu ‘funcionário fantasma’ Fernando Nascimento, mantendo a condenação de ambos para o ressarcimento dos danos aos cofres públicos, manutenção de multa e perda de função pública a ambos, confirmando assim a sentença de primeira instância e acórdão do TJ. ‘O recurso não merece trânsito (…) não admito o recurso extraordinário’, despachou hoje (27) o presidente da 13ª Câmara de Direito Público do TJSP, desembargador Luís Ganzerla.

O TJ já havia julgado a apelação e negado provimento ao recurso interposto. Carneiro tornou a recorrer com dois recursos denominado Especial e o Extraordinário que, se tivessem sido ‘admitidos’, seriam julgados pelo STJ e STF. Mas, o TJ não admitiu os recursos. Dessa decisão cabe somente ‘embargos de declaração’ para o mesmo Tribunal (TJ) para aclarar alguma eventual omissão, contradição ou obscuridade do Acórdão ou interpor direto agravo de instrumento ao STJ contra o despacho que não admitiu o recurso especial e extraordinário.”

Não considerando a precisão redatorial no campo do Direito, a indicar que tal matéria saiu de mãos conhecedoras do metiê, no texto anterior Concon havia rasgado em manchete de três linhas que a tal negação em recursos seria com base na condenação a quatro anos e alguns meses de cadeia, recurso que mal acabou de dar entrada no TJ. Pode até ser que neste caso também a sentença seja mantida, mas Concon não pode continuar induzindo seus leitores a erro impunemente.

Nem pode continuar se deixando levar pela emoção dos ares “gabinetais”. Afinal, é seu nome e o de seu site, bem como de sua clientela, que estão em jogo. E aos leitores do site um aviso: desconfiem, quando em uma abertura de matéria do Concon se depararem com o selo: “Atualizado”.

UMA PERGUNTA
SIMPLES DEMAIS
Ainda do site neo-oficial do senhor Leonardo Concon:

“‘Olímpia: Turismo, Crescimento Econômico e Desenvolvimento Social’ é o título da reportagem da revista ‘Prefeitos de São Paulo’, editada pela Revista Gestão Pública, de setembro último. São seis páginas, tendo como foto principal o prefeito Geninho com a presidenta Dilma, durante assinatura do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), em Rio Preto, e mostra diversas ações municipais que tem levado Olímpia ‘a ser reconhecida como um dos pontos turísticos mais importantes do Estado de São Paulo e que tem gerado um grande momento em sua história’, mostrando o prefeito Geninho ‘como o grande entusiasta desta nova Era’.

A pergunta simples demais é: quanto custou aos cofres públicos todo esse afago no ego do burgomestre? Alguém arrisca um valor?

Até.