Os números ainda carecem de confirmação, de conferência, mas se forem realmente estes, ou ainda mais altos, é de se preocupar. Tirado do site Ifolha (www.ifolha.com.br) esta semana, que informou ter a assessoria do evento afirmado tal coisa, a festa do peão de Olímpia pode ter custado R$ 1,5 milhão. Não se sabe quanto custaram as duas anteriores, mas não devem ter ficado muito aquém disso.

Foi o próprio prefeito quem disse que uma emenda do Turismo de R$ 500 mil, na primeira edição do evento, deu para custear “uma parte” do prejuízo. E que na segunda edição outra emenda, de R$ 200 mil, também ajudou a sanar as dívidas. “O evento teve investimentos da ordem de R$ 1,5 milhão”, diz a organização da festa. Valor que segundo o prefeito Geninho (DEM), deverá ser coberto com a arrecadação das permanentes e das entradas individuais.

Além disso, o alcaide prometeu que esta 3ª edição deverá ser a primeira que não precisará dispor de recursos públicos para cobrir prejuízos com sua realização. “Quero dizer que o 3º Olímpia Rodeo Festival já não vai dar mais despesa para a prefeitura, porque é uma festa que é cobrada”, afirmou em entrevista a uma emissora de rádio. Acontece que as duas festas anteriores também foram cobradas.

“Com o dinheiro das seis mil permanentes que estão sendo vendidas, paga toda a grade de shows e a gente tem ainda renda de estacionamento, de parque, de uma série de coisa para poder custear o restante da festa”. A renda do estacionamento, no entanto, será revertida para a Santa Casa, conforme a provedoria informou esta semana.

O resultado financeiro da festa não resiste a um simples cálculo matemático. Por exemplo, são seis mil permanentes vendidas a R$ 80 cada. Portanto, um faturamento de R$ 480 mil. Considerando que o público médio em cada noite foi de 10 mil pessoas, conforme divulgado em relação às segunda e terceira noites, teremos ao final, outros R$ 480 mil, se forem vendidos quatro mil ingressos a cada noite, ao peço médio de R$ 30.

Na soma final teremos um montante de R$ 960 mil, que para se chegar ao R$ 1,5 milhão, carecerá de mais um aporte de R$ 540 mil. Não haverá renda de estacionamento. O camarote da Brahma, onde se paga coisa de R$ 300 por noite por pessoa para se entrar, como o próprio titulo diz, é “da Brahma”. O parque de diversões, quanto pode ter pago para estar ali? R$ 20 mil, R$ 30 mil, R$ 50 mil, que sejam, embora duvideodó! E as outras “série de coisa”, o que serão?

O prefeito já está devendo para o cidadão as prestações de contas das duas primeiras festas de peão, porque uma vez que confessou ter colocado nelas dinheiro da prefeitura, fica na obrigação de dizer onde, como e quanto. E desta vez, uma estrutura de R$ 1,5 milhão você não monta “fiado”, sem alguma garantia, sem um “fiador”. Quem pagou a caução dos artistas? Quem está pagando os restantes 50% antes que eles pisem no palco?

Áh, tá, foi terceirizada a contratação dos artistas? Por quanto? Qual o montante que será revertido para ajudar a pagar a festa? Ou a terceirizada pagou “merreca” para o município e vai arrecadar as entradas – estimados R$ 480 mil. Lembrando que na primeira edição do ORF, em 2009, foram gastos só com contratações dos artistas, R$ 436.683, e na segunda edição, em 2010, estes custos foram de R$ 467 mil. E, claro, os valores não são menores este ano.

Portanto, pirotecnias serão necessárias, e as mais variadas, supomos, para que a festa “se pague”, como quer o prefeito. Ou terá ele que inventar outras tantas, para justificar novas investidas aos cofres públicos. O que se espera é que assim que passar a euforia do evento – que parece estar inebriando consciências – o  cidadão caia na real e manifeste a expectativa de saber do alcaide o que resultou deste que é “sua menina dos olhos”, o Olímpia Rodeo Festival.

Porque se por momentos de regozijo ególatra se mandar tudo às favas, será o começo da derrocada das conciências políticas locais – se é que um dia as tivemos. De começo, pagar duas vezes por uma mesma “mercadoria” é coisa para índios, colonizados ou alienados. Se para o resto das pessoas, basta o “pão e circo” para conceder aval a que se faça gato e sapato do dinheiro de nossos impostos, para nós, e este blog, em particular, não.

Eu exijo ver os números e valores. E você?

Até.