Caso tivesse interesse real, o prefeito Geninho (DEM) poderia satisfazer plenamente a necessidade dos funcionários públicos municipais com um reajuste substancial no próximo ano, ao invés de conceder percentuais ínfimos como fez em 2010 e 2011. Há margem, e muita, para isso, sem ferir aquilo que preceitua a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Hoje a folha dos municipais, ativos, inativos e pensionistas, alcança 40,82% do total do Orçamento, quando o limite prudencial é de até 51,30%. Ou seja, gasta-se com os trabalhadores R$ 42,171 milhões, quando se poderia gastar R$ 53 milhões. Se o prefeito ainda quisesse ir mais além, poderia bater no limite legal – claro que nenhum administrador responsável admitiria tal coisa – que é de 54%. Ou seja, gastaria-se R$ 55,792 milhões.

A diferença entre o que se gasta hoje e o limite prudencial é de 10,48%, e o que se gasta e o limite legal, de 13,18%. Em valores, a diferença é superior a R$ 10,831 milhões entre o que se gasta e o limite prudencial. Brincando com estes valores, se colocarmos que o contingente de trabalhadores do município fique hoje em cerca de 1,5 mil, cada um deles teria direito a mais de R$ 7,22 mil. Imaginamos que só 10% disso de reajuste para cada um deles já seria o bastante.

SANTA CASA
No tocante àquele quiproquó registrado na Santa Casa na quarta-feira da semana passada, ninguém quis confirmar se realmente procede o que foi aqui publicado, dando conta de que o furdunço teria sido “patrocinado”, indiretamente, pelo prefeito Geninho. Sim, porque as informações dão conta de que um dos envolvidos seria seu funcionário na empresa que possui no centro da cidade, e os outros dois, amigos muito próximos, correligionários, um deles ex-funcionário comissionado.

Procurada, a provedoria do hospital apenas respondeu que “ouviu falar que foi isso” que aconteceu. E que haverá a instauração de inquérito, a partir do BO elaborado no dia do ocorrido, porque “é problema de polícia”. Segundo ainda a provedoria, foi o próprio médico quem fez o BO. Não houve um segundo BO. “A polícia agora tem que apurar”. E, independentemente de quem tenha sido, garante a provedoria, “providências vão ser tomadas”.

“Aprontou, é caso de polícia. O mesmo vale para o médico (caso tenha sido o causador)”. Mas, de antemão a provedoria adianta que acredita no seu profissional, terceirizado pela Comed, empresa de Sertãozinho. “O médico não tem culpa. Ele tinha feito o seu serviço”. Se alguém perdeu o capítulo anterior, onde o fato está narrado, leia o post de domingo passado, 25.

CRISTINA REALE
Na semana passada chegou a este blogueiro a informação de que a ex-secretária de Assistência Social Cristina Reale, estava com tudo pronto para desembarcar no casarão da Dr. Antonio Olímpio esquina com a Duque de Caxias. Era só questão de dias. Talvez uma semana. Mas, pelo menos o atual secretário da Pasta, vice-prefeito Gustavo Pimenta, não está sabendo de nada disso. “Conversei há 20 dias atrás com ela e ela me disse que não pretende sair de Cajobi (onde presta consultoria na área). Nem deixar Icém, onde ela também tem um projeto”, disse Pimenta.

E mais, conforme o secretário vice-prefeito: “Ela me disse que gostaria de ser candidata a vereadora, e sendo assim não iria assumir agora para ter que deixar depois (em março, seis meses antes das eleições)”. Diante da insistência sobre o quanto de certeza Pimenta tinha a esse respeito, respondeu: “90% de chances de isso não acontecer”. Aliás, ele até a convidou para ser candidata pelo PSDB, seu partido.

Reali hoje está filiada ao PSD de Kassab, em Olímpia sendo estruturado pelo vereador e ex-presidente da Câmara Hilário Ruiz, por meio do seu pupilo Fernando dos Santos.

AS CONTAS
A Câmara aprovou ontem, por sete votos a dois, as contas de 2009 do prefeito Geninho. Votaram contra os vereadores João Magalhães (PMDB) e Priscila Foresti, a Guegué (PRB). Estranho foi ver Hilário Ruiz votar favorável a contas tão “enroladas” e cheias de “recomendações” do Tribunal de Contas, quando votou contra as de 2006 do ex-prefeito Carneiro, rejeitadas pelo TCE por não pagamento de precatórios. “Pecado”  por “pecado”….

Estas contas do primeiro ano da gestão de Geninho são aquelas que “custaram” quase R$ 90 mil aos cofres públicos do município, dinheiro “despejado” em um escritório de advocacia paulistano, que com apenas cinco laudas de defesa conseguiu derrubar o parecer do dia 24 de março de 2001, do desembargador Francisco Roberto Silva, pela não aprovação das contas, em função das muitas iregularidades encontradas. “Prefiro ficar com o (parecer) técnico (que não queria as contas aprovadas) do que com o (parecer) político (que jogou as iregularidades para o campo das ‘recomendações’)”, justificou Magalhães.

Até.