Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: agosto 2011 (Página 2 de 2)

O LEGADO DE ZANGIROLAMI

O ex-prefeito Wilson Zangirolami, morto na terça-feira e enterrado hoje, 9, pela manhã, no cemitério local após concorrido velório na Câmara Municipal, tem tudo a ver com a Olímpia pujante de idos passados porém nem tão distantes, que hoje facilitam a qualquer um administrá-la. Tem tudo a ver, também, com a nova tomada de consciência política que a cidade passou a desfrutar a partir dos anos 80.

Olímpia saía de uma situação de quase-província, para se integrar ao universo das cidades, para a época, modernas. Saía da fase do vai-com-tudo (com seus resultados positivos e negativos) e entrava na era do fazer projetado, estudado, bem articulado. Por isso, às vezes, até por demais demorado. Mas com resultados sempre seguros.

Zangirolami foi parte integrante do período de transição política no país, herdando um governo com duração de seis anos de seu antecessor, Álvaro Marreta Cassiano Ayusso, que também teve mandato de quase seis anos – ele se desincompatibilizou seis meses antes, para disputar uma cadeira na Assembléia Legislativa, mas não chegou lá.

Quando disputou e venceu as eleições em 1982, com mais de 60% dos votos – e contra cinco candidatos adversários-, o país vivia a chamada “quarta fase” de desagregação do regime ditatorial-militar, pleno Governo Figueiredo, que foi de 1979 a 1985, além de passar, depois disso, pela chamada fase de transição do regime ditatorial-militar para um regime liberal-democrático, já no Governo Sarney, que foi de 1985 a 1989.

No ano de 1989 já assumia a prefeitura seu candidato indicado e trabalhado duramente, José Rizzatti, que havia sido seu chefe de Gabinete, para tanto deixando a cadeira que detinha na Câmara Municipal. Zangirolami, para a época em que governou Olímpia, foi responsável por um grande salto na economia local, e também pela implantação do Recinto de Atividades Folclóricas “Professor José Sant´anna”, que à época levava seu próprio nome, e começava a ser chamado de “Wilsão”.

Mais fácil se lembram do Recinto por ser sua obra mais vistosa. Foi a razão de homenagem recebida por ele na abertura do 47º Festival do Folclore. Mas ele trabalhou muito bem, também, na base, no socorro aos mais necessitados e no atendimento dos verdadeiros anseios da comunidade olimpiense. Pode parecer exagero dizer isso mas, durante sua gestão, até pelas particularidades da cidade naquela época, Zangirolami era quase uma unanimidade.

Agora que sua biografia vem à tona, inclusive para o conhecimento das novas gerações – afinal estamos falando de um tempo quase 30 anos atrás -, surge a oportunidade para que alguns “analistas” políticos donos de conclusões apressadas façam uma revisão nos seus pontos de vista, para não parecerem à opinião pública, serem meros “batedores de bumbo” do momento, sem apego aos valores do passado, aos homens que lá atrás construíram e assim formaram toda a base dos dias atuais, sedimentaram caminhos.

É bom lembrar, ainda, que o ex-prefeito ora falecido herdou uma prefeitura em frangalhos economicamente falando, com funcionários insatisfeitos, maquinário sucateado e o bem mais precioso de quem trabalha, o salário, já oito meses atrasado, após cerca de dez anos de incertezas financeiras. É oportuno ressaltar que a capacidade administrativa e a honestidade foram fatores preponderantes para que se pudesse dar uma nova pujança ao desenvolvimento da cidade. Era um governo reto, respeitador da coisa pública e acima de tudo, sem compadrismos e suas consequências, essa praga moderna a infestar o poder público, seja aqui ou alhures.

Primeira medida, sanear as finanças municipais. Devolver ao município a credibilidade perdida. E aos funcionários, o crédito na praça. Fez uma administração limpa, uma das melhores, se não ainda a melhor – se somados todos os aspectos que envolvem o ato de administrar -, da história da cidade. Zuleica Carneiro Zangirolami foi um capítulo à parte em seu governo. Desfraudou na cidade a bandeira da primeira-dama “obreira”, contra os costumes de então, os do chazinho e das “costuras sociais” das cinco da tarde.

Em sua época o substantivo promoção e o adjetivo social passaram a fazer sentido, deixaram de ser meros verbetes de dicionários, surgiram resultados práticos e concretos. Entre seus feitos está a criação da Fundação Olimpiense de Serviços Assistenciais e Comunitários, a tão lembrada ainda hoje, FOSAC.

E para ajudar os mais afoitos a, quem sabe, fazer uma espécie de “revisionismo” histórico, tomamos emprestado texto publicado ontem em um site de notícias da cidade, que aponta ter Zangirolami, como prefeito, construído 20 casas pequenas para carentes, criado a “Casa do Menor”, onde as crianças, além de alimentação e assistência, aprendiam a trabalhar em diversos serviços, como curso de garçons, engraxates, bordadeiras, encadernadores, etc. Adaptou o local e implantou ali o “Recanto da Tia da Nastácia”, então na Avenida Brasil, construiu as creches “Narizinho”, no Santa Ifigênia, “Sitio do Pica-Pau Amarelo”, nas Cohabs I e II, a “Visconde de Sabugosa”, no distrito de Baguaçu, e a de Ribeiro dos Santos.

Também “inventou” a primeira UBS do município, nas Cohabs I e II, a ponte sobre o Córrego dos Pretos e a ponte metálica do Córrego do Matadouro. Construiu e asfaltou uma vicinal ligando a Assis Chateaubriand ao novo e grandioso empreendimento que surgia com seu incentivo, hoje marco industrial da cidade, a Usina Cruz Alta, hoje Açúcar Guarani. A vicinal é a Guerino Bertoco, que segue até o distrito de Baguaçu. Foi na gestão Zangirolami que ocorreu a instalação do Corpo de Bombeiros em Olímpia. E também a instalação da Delegacia Regional de Ensino, depois levada embora nos governos posteriores.

Diz ainda o texto postado naquele site de notícias que “Wilson construiu e inaugurou o então Posto Médico Municipal ‘Dr. Waldomiro Paiva Luz’, nas Cohabs I e II, o novo prédio da Câmara Municipal, antes sem sede própria, asfaltou a Vicinal Natal Breda, construiu a creche da Cohab III e o próprio conjunto ‘Hélio Casarini’, com  mais de 300 casas, o então Pronto Socorro ‘Humberto Mendes de Carvalho’, nas esquinas da Deputado com Forti Neves, asfaltou toda Cohab II, construiu galerias pluviais no Jardim Cisoto e conjunto Luiz Zucca (Cohab II), construiu o Grupo Escolar de Baguaçu”. E detalhe extraído ainda do texto do site: “Sem desperdiçar o dinheiro público.”

Portando, os “guardadores de histórias” que a cidade possui hoje precisam começar a se conter nas “idéias” e afirmações, para não darem pinta de que desconhecem a real história da cidade. Se não, pega mal. E cometem injustiça àqueles que tantas contribuições deram a esta urbe. Apesar dos tempos difíceis, conturbados, fechados e de muitas dificuldades políticas.

Era um trabalho hercúleo, de romper fortes barreiras. Não haviam, à época, as facilidades que hoje há. Portanto, uma análise da história político-administrativa da cidade precisa ser ampla, e sempre amparada no conhecimento detalhado do que ocorreu lá atrás. Só assim ela terá validade. Só assim ela será verdadeira.

Até.

EXPLICAÇÕES À MÃE

Já faz bem umas três semanas que a coluna do Arantes, no semanário Folha da Região, vem repisando a tecla “Geninho o melhor prefeito que Olímpia já teve”. Digo estas três semanas seguidas, mas na verdade o editor da coluna não perde uma oportunidade para repetir tal coisa – portanto um quase-mantra. Na semana retrasada ele o fez por trê vezes seguidas, como Pedro que, ao contrário, negava Jesus. A insistência ficou tão massante que segundo narra o próprio editor, sua mãe o repreendeu por isso.

E ele, de novo, voltou ao tema, sábado passado, para justificar à mãe o porquê de tal convicção. Mas, nada conseguiu explicar, a nosso ver. Suas ponderações soaram inconsistentes e paradoxais. Se não, vejamos o que escreveu:

RAPAZES …
… e moçoilas de todas as idades que aturam este opulento ser em sua flatulência (sentido figurado) cerebral de todos os sábados, a situação ficou preta pelos lados do calunista nos últimos dias (aquele que escreve com os pés cheios de calos e sentado na cadeira sempre com ar condicionado ligado).

É QUE…
… desta vez não foi só o escudeiro filhosovovô, que é trotskista de carteirinha, que deitou falação sobre o que considerou uma exacerbação precoce, o fato de mais uma vez aqui, neste espaço, ter dito que o grande Imperador El Gênio é o melhor prefeito que Olímpia já teve.

A PRÓPRIA …
… Sófia, que trouxe este espaçoso ser ao mundo, não perdoou e emendou que para alguém que se diz não ser nem a favor e nem contra ninguém, mas apenas a favor da cidade e dos leitores deste jornal, na semana passada exagerou.

Tenho comigo que não foi só a mãe do colunista que teve esta impressão. Repetir três vezes numa mesma coluna a mesma frase com a mesma entonação soa mesmo exagerado. Não considerando os motivos pelos quais o jornalista insiste em julgar o governo atual apenas pela visão materialista – embora bastando olhar para perceber pelo menos uma delas -, vamos às considerações à mãe e, por tabela, aos leitores, feita pelo colega Antonio Arantes:

MAS …
… num tem nada disso não. O que foi dito, foi dito e bem dito. O problema é que nem tudo o que a gente quer dizer é entendido de forma ampla por todo mundo, principalmente quando se está tecendo opinião.

Me inclua nessa. Eu não entendi ainda.

NA VERDADE, …
… o colunista escreveu aqui, que El Gênio é o melhor que Olímpia já teve e não abre mão de ter esta visão, pois, realmente, por mais falhas que existam e por mais perseguidor que seja, e, ainda, por mais que queira passar pra todos uma realidade virtual inexistente, o nosso imperador é muito melhor que seus antecessores.

Certo, não importa como ele seja, importa como o colunista quer que ele seja. Segue o texto:

A CIDADE, …
… mesmo que, muitas vezes, às avessas, e com “turrices” de quem parece não ter ninguém com cultura e informação suficientes assessorando, mudou definitivamente e é notório que o império genioso trabalha para Olímpia aproveitar o seu bonde atual da história: o turismo.

Ou seja, um governo “durão”, avesso a críticas, que não perdoa quem não comunga com seu estilo, e que faz o que faz para turista ver. Estamos caminhando bem. 

NA MARRA, …
… na maiorias das vezes ditatorialmente, a cidade está limpa, com poucos buracos, com cursos profissionalizantes e tratando o esgoto e resolvendo o problema do abastecimento da água (cujas verbas já foram conseguidas), caminhará a passos largos para um futuro, que poderá ser consolidado com a transformação de Olímpia em Estância Turística.

Quanto a estas colocações, elas se auto-explicam com a escrita do próprio editor logo na abertura de sua coluna de sábado: “(aquele que escreve com os pés cheios de calos e sentado na cadeira sempre com ar condicionado ligado)”. Umas voltas pela cidade não lhe faria mal algum e ajudaria a clarear olhos e mente.

É SÓ …
… parar para pensar um “cadinho” e comparar com os antecessores para ver que mesmo tirando as circunstâncias de cada época, nunca Olímpia teve um prefeito como El Gênio.

Puxa, sem comentários!

E AÍ É QUE …
… está o porém. Este colunista entende que o Al Cáide é o melhor que Olímpia já teve, mas não está escrevendo ou dizendo em lugar nenhum que é o melhor do mundo, ou mesmo que é um grande prefeito (mesmo com seus mais de um metro e oitenta de altura). É o melhor que Olímpia já teve e isso não dá para questionar.

Por que não dá para questionar, cara-pálida? E o contrassenso está aí também, se não o paradoxo. “É o melhor que Olímpia já teve”, mas não é “o melhor do mundo”, nem é “um grande prefeito”. Então temos o melhor dos prefeitos, que não é um grande prefeito? Só queria entender.

É UMA REALIDADE …
… pautada em cima do que se vê e do que se sabe até aqui.

Bom, cada um vê o que quer. E se for pelo que se “sabe”, então…

DEU PRA …
… entender agora? Hein? Hein? Hein?

Não, não deu, caro amigo.

EMBORA …
… a perfeição não exista e Olímpia tenha hoje o seu melhor prefeito, El Gênio está entre muitos que nascem e crescem com a política na veia, vivem política e morrem políticos, mas não está entre aqueles que não aceitam que os fins justifiquem os meios. Está mais para a filosofia do vale tudo de quem aprendeu com seguidores do malufismo.

ALIÁS, …
… em Olímpia, como vereador, teve participação direta no primeiro governo do Marechal Carneiro e do general Pituca, de quem se distanciou para ser oposição e, agora, invertendo a ordem, vive seu momento de situação, com seus ex amigos na oposição.

EL GÊNIO, …
… no entanto, cresceu e tem estreitas ligações com a dupla que inaugurou o malufismo moderno: o deputado federal e hoje secretário de Estado Rodrigo Garcia e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

AI ESTÁ …
… a diferença de seus antecessores. Tem um sonho político e nele está a meta de alçar voos mais altos. Tem que fazer e mostrar para poder voar. Mas ainda guarda o ranço que fez que nossos coronéis deixassem Olímpia parada, enquanto Rio Preto, Barretos e, agora até Bebedouro, crescessem e esta terra ficasse estagnada, vivendo a espera de um salvador: o rancor e a perseguição.

MAS, ATÉ …
… agora, o político moderno tem se sobressaído ao coronel que carrega em sua formação e, ao final, sem dúvidas a história deverá julgar se os pontos positivos foram maiores que os negativos.

E MESMO …
… que no futuro escândalos coloquem nódoas em seu governo; mesmo que tudo de ruim venha a ocorrer, mesmo assim, ninguém poderá dizer que não tenha sido muito melhor do que a maioria esmagadora de seus antecessores.

Liquidificador filosófico, balde de impressões, depositária de pensamentos tortos, ou tunel para o mundo da imaginação, uma destas qualificações deve cair como uma luva para a coluna em questão. Ou todas.

Até.

DAEMO+PREFEITURA+M.MARTINS: HÁ SEGREDO?

Haverá, na verdade, um segredo inconfessável na relação no mínimo obscura entre Daemo Ambiental, prefeitura e a empresa M. Martins Obras ME? Porque é oportuno que se diga, normal esta relação não é. Por tudo que mostrou e pelos desdobramentos que está tendo o caso. A impressão que dá, observando as ações perpetradas pelo Governo Municipal em torno do assunto, é a de que estão tentando passar um “verniz” sobre a questão, buscando dar a esta relação ares de normalidade, de legalidade ou, no mínimo, procurando ficarem o mais longe possível do problema. No melhor estilo “lavo minhas mãos”.

Se ninguém mais se lembra do que falo aqui, trata-se daquela denúncia feita pelo jornal Planeta News, dando conta de que a prefeitura e a Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente de Olímpia-SAEMAO, ex-Daemo, firmaram contratos a partir de fevereiro deste ano, com a empresa M. Martins Obras-ME, cujos endereços do proprietário e da primeira sede não correspondiam aos que estavam registrados na ficha cadastral da Junta Comercial do Estado de São Paulo-Jucesp. A empresa foi constituída em 19 de outubro de 2010, entrou em operação no dia 14 de outubro de 2010, e de 1º de fevereiro até junho, havia firmado R$ 819.462,75 em contratos com o município.

A empresa consta pertencer a Marlo Martins, que constava morar na Rua do Bem-Te-Vi, 105, na Cohab I, e cuja sede seria na Rua Antonio Rebelato, 101, no Jardim São José, onde na verdade moram dois irmãos velhos e adoentados que nunca ouviram falar da tal empresa e do tal Marlo. A mesma coisa na 105 da Cohab I. Quando a denúncia foi publicada, a empresa ficava na Avenida Brasil, 231, residência do então funcionário comissionado no cargo de assistente setorial da Daemo Ambiental, André Renato Galvão. A partir daí, começa a “faxina” encetada pelo superintendente da Daemo Ambiental, Walter José Trindade.

A primeira coisa que fez foi supender e depois cancelar um contrato com a empresa de mais de R$ 418 mil, embora tivesse ignorado os mais de R$ 401 mil em contratos firmados pela autarquia e também pela prefeitura, provavelmente valores que já estariam no caixa da empresa. Depois, exonerou o funcionário Renato André Galvão, funcionário comissionado da Daemo que estava registrado como responsável técnico da prestadora de serviços. Trataram, também, de mudar o endereço dela, que deixou a casa de Galvão e se instalou no número 265 daquela mesma avenida, “vizinha” do ex-funcionário. E mais: A empresa passou a ter fachada, uma placa com seu nome e dois números de telefone acima da porta de entrada. Marlo Martins também mudou de endereço. “Voltou” para a casa de Monte Azul Paulista, conforme registro na Jucesp.

Ou seja, muitas coisas aconteceram no prazo de uma semana a dez dias após a denúncia. E na Delegacia de Polícia, tanto Trindade quanto Galvão deram depoimentos que podem ser classificados, no mínimo, de surreais. Como por exemplo Galvão dizer que foi ser funcionário comissionado da Daemo por ser “amigo do prefeito Geninho (DEM)”. E de que pediu para ser exonerado do cargo após as denúncias. Embora não se conceba que um profissional possa fazer algo assim, Galvão disse que passou a assinar como responsável técnico da M. Martins “a pedido de Marlo”, pessoa que ele não conhecia!, conforme disse. O serviço para a empresa, “seria realizado fora dos horários de trabalho na Daemo” e ele receberia “pelo serviço que exercesse”.

E mais: o arquiteto, mesmo estando com o registro no CREA como responsável, diz não ter assinado “nenhum projeto”. E agora, a melhor de todas: ele disse desconhecer que a M. Martins prestava serviços para a Daemo, mesmo sendo ele o responsável técnico perante o órgão fiscalizador, e a quem cabia verificar se o serviço estava dentro das especificações e depois assinar o certificado dando o ok. Ele não tinha sequer a curiosidade de saber para quem era feito o serviço? E o endereço, então? Outra pérola: Galvão afirmou que Martins pediu se poderia “alugar” seu endereço para ser a sede da empresa. Vejam bem, alugar o endereço de sua casa, onde mora com os pais, para ser sede da empresa! Sem dúvida, sui-generis.

E qual era seu meio de contato com o dono da empresa com a qual tinha seu nome agregado, e cujo endereço era na sua própria casa? “Só falava com Marlo pelo celular.” Sério, são palavras dele! E mais um pouco de surrealidade: “De acordo com Galvão, sua tarefa na empresa era projetar e assinar, mas, durante os cinco meses que permaneceu como responsável técnico, não elaborou nenhum projeto, tampouco assinou alguma planta”, diz o texto do jornal. E quem fez, então, os projetos, quem assinou as plantas? Isso ele não disse. Aliás, o arquiteto não soube dizer nem o número de funcionários nem a frota que a M. Martins possui, se é que possui.

O superintendente Trindade não fugiu muito a este espetáculo mirabolante das palavras como aparente jogo de simulação. Ouvido também na polícia começou dizendo algo como nada ter a ver com isso. Apesar de ser ele quem constata a necessidade de alguma obra, autoriza a execução, encaminha o processo à Comissão de Licitação para abrir concorrência visando a contratação de empresa para a sua realização e depois aprova a contratação, alegou que não participa do processo, que é realizado pela Comissão, cabendo a ele apenas a homologação do procedimento. Vamos repetir este final? Cabendo a ele apenas a homologação do procedimento.

Sendo assim, como alguém pode autorizar e homologar a contratação de uma empresa para executar serviços quando sequer a equipe de funcionários, frota de veículos ou mesmo capacidade operacional da dita cuja se conhece? Sim, porque ele mesmo disse que não se recorda de ter tido contato com os funcionários da M. Martins. Hã? Como assim?

E isso não é tudo. O mais recente lance neste imbróglio carregado de nonsense foi a rescisão contratual com a M. Martins, chamada de “amigável” (por quê?), conforme publicação na Imprensa Oficial do Município-IOM, deste sábado, 6, à página 32. Assinado por Marlo (embora a assinatura mais se pareça uma rubrica), Trindade e duas testemunhas, funcionárias comissionadas, o Termo de Rescisão Contratual Amigável dá conta de que o proprietário reside ainda na Rua do Bem-Te-Vi, 105, quando na Jucesp ele já está, de novo, em Monte Azul Paulista, e que a empresa tem endereço na Avenida Brasil, 231, casa de Galvão, quando já se mudou para o número 265 da mesma avenida.

O contrato de rescisão está datado de 27 de julho, 20 dias corridos após a denúncia. E consta ali, no corpo da publicação, que o distrato foi feito a pedido da empresa, e com base no Artigo 79 (“A rescisão do contrato poderá ser:), inciso II (“amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja conveniência para a Administração”), da Lei 8666, a Lei das licitações. Além disso, pelo que consta no texto, a empresa nada tem a receber da Superintendência. Ou, pelo menos, nada tem a reclamar.

A M. Martins Obras ME, já recebeu até junho passado, pelo menos R$ 99.739,53, referentes a dois pagamentos somente. Mas, os contratos totais somam R$ 401,3 mil, fora aquele suspenso por Walter Trindade, no valor de R$ 418.080. A Daemo tem ainda contratos de R$ 202,9 mil e a prefeitura, de R$ 198,4 mil, fora as “dispensas de licitação”, no caso duas, que não constam valores. Resta à prefeitura pagar à empresa, dentro do que foi contabilizado, se já não pagou, R$ 98.660,47.

Assim sendo, depois de tanta correria visando dar aparência de lisura e legalidade a tudo o que foi feito com a M. Martins, embora não haja ainda nenhuma indiciação formal nem indicação de que algo está errado nisso tudo, nos resta a conclusão de que mistérios há, e não são poucos. Pode ser esta relação tripartite uma caixa de Pandora ou tudo não passou um grande e comprometedor descuido – situação esta, aliás, para a qual estariam tentando direcionar o caso.

Até.

PONTOS A PONDERAR

O prefeito Geninho (DEM), ao inaugurar o prédio dos seus sonhos para abrigar a Daemo Ambiental, pediu “união em torno do ‘partido de Olímpia'”, argumentando que “é o que falta para deslancharmos ainda mais”. Estranho. Quer união com quem? Pensei que já lhe bastassem os muitos que estão a seu lado, todos eles “preocupados com o futuro de nossa cidade”, por certo. Nas suas falácias de sempre, a imprensa que não comunga com seu jeito de governar nem está na sua cota de beneficiários acaba sempre recebendo “bordoadas”, sejam de leve, sejam de forma mais contundente, já que o prefeito não aceita mesmo oposição. Ainda não se acostumou com ela. Quer unanimidade.

Mas, voltando ao prédio de R$ 1 milhão inaugurado ontem, quinta-feira, 4, notamos que o alcaide fez uma colocação interessante: “Se queriam, no passado recente, pagar R$ 20 milhões pelo Daemo, hoje terão de pagar R$ 1 bi”. Para quem não se lembra, quem queria vender o então Daemo para a Sabesp por R$ 20 milhões é o hoje seu secretário de Agricultura, ex-prefeito José Rizzatti. Foi uma alfinetada? Não é à toa que o titular da pasta vive acabrunhado. “Não está mais à venda”, completou o prefeito. Recado para o mesmo? Ou só uma observação?

E o que se pensava ser mera teoria conspiratória, o prefeito tratou de dizer que não era, talvez até sem querer. Sim, Valter José Trindade é contratação da “cota” de Rodrigo Garcia. “A verdade é que ele foi indicado pelo deputado Rodrigo Garcia, eu não conhecia o Walter”, disse. Isso é indicativo de que o contratou às escuras?

Foi no final do discurso que ele pediu união “em torno dos verdadeiros interesses da cidade, deixando os partidarismos de lado”. O que ele precisa explicar é que tipo de união quer. Por que se for essa que desfruta hoje, é melhor que a cidade continue dividida. Ou então perguntem a algum destes “unidos” a ele quais suas pretensões frente às coisas do município. Dou um doce para quem conseguir obter uma resposta que seja, pelo menos, sincera.

Insiste também o prefeito em confundir obras com crescimento, com desenvolvimento. Isso é fruto do materialismo dialético deste Governo. O crescimento, o desenvolvimento, são fatores endógenos não superficiais, de aparência. Abarcam as mais diferentes conformações. Não é assim tão simples. Não se moldam estes dois estados de coisas assentando tijolos por tijolos num desenho louco. Talvez o alcaide saiba disso, talvez não saiba, e sua formação humana venha de acreditar que realmente a matéria é o que conta.

Pugnando por união entre diferentes, o prefeito cobrou, no regabofe, a presença da oposição. “Não poderiam estar aqui os vereadores de oposição?”, perguntou. Para quê?, hora de perguntar. Para serem tripudiados ao gosto do grupo no poder? E não só isso: “Não poderiam (sic) estar aqui aquela imprensa que nos critica das 8h às 20h?”, perguntou também. Para quê?, reitero a pergunta. Para ser tripudiada como é do gosto do grupo no poder. Também não seria necessário, visto que a imprensa que o elogia das 8h às 20h estava lá, engalanada. E isso já lhe basta, acredito. É a massagem que o ego pede.

“É o que falta para a cidade deslanchar de vez: união”, sentenciou o burgomestre. Volto a perguntar: ele não tem união com quem? Será que estaria na verdade reclamando da parcela da população que não comunga com seus atos, fatos e modo de gerir o dinheiro público? Por que se for a oposição seu incômodo maior, tenho comigo que o prefeito tem se incomodado com pouca coisa, ultimamente, pois é tão ínfima na cidade a tal oposição. Não há razão para tanto chororô. A menos que, por união o prefeito esteja adjetivando a unanimidade. Numa simplificação da máxima dos Três Mosqueteiros: Ou seja, todos por um.

CONTRA, TAMBÉM!
O vereador João Magalhães (PMDB) vem de se manifestar contra o aumento de cadeiras na Câmara de Olímpia. Para ele, dez com qualidade está de bom tamanho. “O que precisa mudar não é o número de vereadores mas, sim, a qualidade deles”. Aliás, não vamos encontrar mais que três vereadores contra o aumento de cadeiras na Casa Legislativa. Tem um lá que diz ser contra, para consumo externo, mas já teria proposto, nos bastidores, que se quiserem aumentar para treze ele topa, desde que se criem 13 cargos de assessores comissionados. Só que ele votará contra. É a favor mas votará contra. Entenderam? Quer sair bem na foto, desfrutar da benesse sem desgastes. Esperto, não? Qualquer hora digo quem é.

MARKETING ASSIM…
Parece brincadeira, maledicência pura, mas há quem diga aqui e acolá que tudo o que está se passando agora no entorno de certa autoridade política seria o chamado marketing desumano. Pedem que preste atenção nas conversas, nas mensagens que emanam dos seus próximos. Tudo teria uma finalidade político-eleitoral. Seriam meios que se justificariam no fim. É de dar engulhos, a se crer nisso.

UM, DOIS, TRÊS….
Leio hoje no semanário Gazeta Regional que o público do Fefol passou de 100 mil pessoas, segundo informe do secretário Beto Puttini. Mesmo, secetário? Quem contou?

SÓ PARA LEMBRAR
22 de agosto – Dia do Folclore
Por definição, folclore é o conjunto das tradições, lendas e crenças de um povo cuja expressão se dá através da cultura, linguagem, artesanato, religiosidade, alimentação e vestuário de uma determinada região ou nação. O Brasil é dono de um dos folclores mais ricos do mundo, construído pelos índios, negros e brancos.

O Dia do Folclore foi instituído em 1965, quando o presidente da República, Castello Branco, assinou o Decreto Federal n° 56.747, denominando o dia 22 de agosto como o Dia do Folclore Brasileiro. Dois anos depois, no Estado de São Paulo, em 27 de junho de 1967, o governador do estado, Abreu Sodré, assinou o decreto nº 48.310, instituindo agosto como o Mês do Folclore.

A criação das datas que comemoram o folclore tinha como objetivo resgatar os personagens da mitologia brasileira. Os resultados foram positivos e a prova disso é o Saci, que há pouco tempo ganhou seu próprio dia, comemorado em 31 de outubro.

Até.

NÃO É O FIM DO MUNDO

Entre muitas outras vantagens de termos nossas mães, é que haverá sempre um colo onde buscarmos refúgio. Também quando bate o medo do escuro, é a ela que recorremos. Porque todo marmanjo é assim. Ficou sozinho, corre pra mãe. Diferente da mulher que, não raro, se tiver certa bagagem na vida, acaba se virando sozinha. Às vezes, até, faz questão disso. Mas, nós, bicho macho, o chamado “sexo forte” não resistimos à tentação de pelo menos dar um telefonema pra chorar as mágoas, ou mesmo dar sempre uma passadinha para o café da manhã, almoço ou jantar. Caso não nos mudemos de mala e cuia pra casa da velha.

E ela está sempre lá. Braços abertos, soriso largo e feliz, a receber de volta o filho que um dia a trocou por outra mulher. Não faz diferente agora o prefeito Geninho (DEM), ao recorrer à própria mãe para cobrir a lacuna deixada pela ex-esposa, ex-primeira-dama Fernanda Zuliani. A condição de separada do alcaide ela assumiu ainda dias antes do Festival do Folclore, informação que pegou a tantos quantos de surpresa, e assunto de reunião inclusive entre os integrantes do “estafe” do próprio alcaide, para que ninguém ali fosse pego de surpresa na rua, e ter argumento para esclarecer o incauto sobre o que aconteceu.

Não há demérito nenhum neste acontecimento, todos estão sujeitos a isso. E faz bem o prefeito em não tentar esconder o fato, escamotear, pois isso geraria especulações as mais diversas acerca dos motivos, o que não seria salutar. Por isso tratou-se logo de oficializar a separação, embora até então não tivesse havido nenhum pronunciamento público por parte dos envolvidos na questão. Mas o fato já não era segredo para grande número de pessoas, próximas ou distantes do alcaide, seus familiares e amigos.

Os motivos não são do interesse público. Mas o fato em si, sim. Ainda ontem debati comigo mesmo se havia interesse jornalístico em dar uma nota sobre a separação do alcaide da primeira-dama, ou vice versa, mas na dúvida decidi por inserir apenas a nota cobrando um(a) titular para o Fundo Social de Solidariedade, sem entrar no mérito do porquê. Ali ficava implícita duas questões que o prefeito prontamente responde agora: por que nomear alguém para o Fundo? E: a primeira-dama não está mais lá? No texto abaixo, que extraio do blog-mensageiro-do-bem de Leonardo Concon, Geninho responde às duas questões.

“Mãe de Geninho assume, na prática, o Fundo Social e hoje se encontra com Lu Alckmin. Geninho agradece à Fernanda pela transição”, diz o título garrafal. O Fundo está amparado, e o clima é de bons amigos com a primeira-dama, está implícito nele. Segue depois: “A mãe do prefeito Geninho Zuliani (DEM), Aparecida Zamperlini Zuliani, é a nova presidente do Fundo Social de Solidariedade de Olímpia, bastando a nomeação sair publicada esta, ou na próxima semana, na Imprensa Oficial do Município (IOM). A confirmação foi dada hoje ao Blog pelo prefeito, em entrevista em seu gabinete.” (Sempre ele, repararam?)

E o prefeito, então, vai ao cerne da questão: “Eu já decidi: em virtude da minha separação com a Fernanda (Mendes Zuliani), a minha mãe está assumindo o Fundo Social de Solidariedade, inclusive hoje (quarta-feira, 3), ela está na capital paulista, acompanhada da Aline Caputti, assistente social do Fundo, em reunião com a dona Lu Alckmin (presidente do Fundo Estadual), em conjunto com demais primeiras-damas e presidentes de Fundo Social do Estado.” E mais: “O prefeito ressalta que a ex-primeira-dama está dando ‘todo o respaldo e transição necessárias à minha mãe e tem acompanhado de perto os projetos, passando todas as informações’.”

E não se esqueceu da vida em comum: “Ao concluir, o prefeito volta a ressaltar o papel da ex-primeira-dama: ‘Quero muito agradecer à Fernanda por esse período de transição e de carinho ao passar os projetos e toda a situação do Fundo Social de Olímpia para a minha mãe, que ela possa continuar esse trabalho produtivo e bonito que a Fernanda realizou nesses primeiros anos de meu governo’.” Portanto, para muito além das especulações, agora é oficial, de público. Tinha muita gente não acreditando. Mas isso também não é o fim do mundo.

CONTRA, MESMO!
Ontem postei aqui texto tratando da questão do aumento do número de vereadores na Câmara Municipal – 11, 12, 13 14 ou 15, quando disse, entre outras coisas, que “não há ali um vereador sequer que cogite não aumentar pelo menos em três o número de colegas. Mas também não há consenso nas 15 cadeiras. Pelo menos quatro a cinco edis já se manifestaram, ainda que não oficialmente, pelas 13 cadeiras”. Hoje pela manhã a vereadora Priscila Foresti, a Guegué (PRB), contestou a nota dizendo que é terminantemente contra o aumento de cadeiras na Câmara.

Para ela, não se acresceria uma cadeira sequer na próxima legislatura. E disse mais: que vai fazer campanha contra, caso se decida por aumentar o número de edis. “Vou publicar outdoor, fazer campanha na porta da Câmara e o que mais for possível”, disse ela. A vereadora é contra, também, a cogitada criação de cargos de assessoria para todos os edis – a idéia aventada nos bastidores é aumentar para 13 cadeiras e criar 13 cargos de assessores (hoje só a Mesa dispõe de quatro assessores comissionados). Feito o registro, oxalá outros vereadores decidam também “bater tambor” contra mais este avanço nos bolsos do cidadão pagador de impostos.

Até.

MOMENTO DE DECISÃO

Na Câmara Municipal de Olímpia pode vingar o aumento de mais três cadeiras ao invés de cinco. Não há ali um vereador sequer que cogite não aumentar pelo menos em três o número de colegas. Mas também não há consenso nas 15 cadeiras. Pelo menos quatro a cinco edis já se manifestaram, ainda que não oficialmente, pelas 13 cadeiras. Não se sabe como o tema será debatido entre eles, se chamarão o povo a decidir, como aconteceu em Mirassol, onde uma audiência pública ajudou os vereadores de lá a decidirem por manter os dez atuais legisladores. Em consonância com a vontade popular. Isso é respeito. É democracia.

Não se sabe qual a opinião da maioria governista, embora se possa pressentir que está dividida quanto ao tema. Não se sabe, também, qual o interesse do prefeito: se 10, se 11, se 12, se 13, se 14, ou se 15, já que todas estas variantes são permitidas. Observe que são permitidas, não obrigatórias, ou mesmo necessárias. Mas, desconfia-se que a palavra do prefeito vai ter peso junto à sua bancada. Mas, o que será melhor para o alcaide? Uma Câmara abarrotada de cadeiras, tornando mais difícil e trabalhoso o diálogo, ou com apenas os mesmos dez ou treze, ou mesmo com onze, para “desequilibrar”, correndo menos riscos de ter na Casa maioria oposicionista.

Se bem que falar em oposição hoje na cidade é quase uma utopia. E oposição na Câmara, então, com eventual reeleição de Geninho, aí sim, completa utopia….

DEMONIZANDO
Estranho sentir nos pronunciamentos oficiais que se fazem hoje no tocante à Santa Casa, certas alusões de forma indireta à diretoria anterior à atual, capitaneada por Marcelo Galette, venha de onde vierem tais pronunciamentos. Hoje, por exemplo, foi a vez do próprio prefeito Geninho tecer loas ao atual provedor, Mário Montini, rasgando-lhe elogios e enaltecendo seu longo currículo – lembrou até que Montini é poeta – para ao final cravar algo mais ou menos assim: “E ele eu apoio”. Então não apoiava o outro? Por quê?

ESPAIRECENDO
Corre ainda em nível de bastidores que o prefeito pretende tirar uma férias, espairecer por pelo menos 30 dias. Ninguém de fora sabe ainda seu destino. Geninho vai passar o cargo para Gustavo Pimenta, o vice tucano, neste período. Enquanto isso, o Fundo Social de Solidariedade aguarda a nomeação de uma titular.

NOTA: O BLOG TEVE 10.100 ACESSOS ÚNICOS NO MÊS DE JULHO, COM 29.247 PAGEVIEWS, MÉDIA DE 325 ACESSOS E 943 PAGEVIEWS POR DIA. OBRIGADO, POVO, PELO PRESTÍGIO E CONFIANÇA!

Até.

A MELHOR FESTA DOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS

Para muito além da simples crítica ao Festival que tivemos este ano, e independentemente da data de sua realização, a Comissão Organizadora, o secretário Beto Puttini e o prefeito Geninho (DEM) devem comemorar. Fizeram a melhor edição da festa dos últimos três anos. Esta é a impressão que fica após estes nove dias. E isso deve ser a pedra-de-toque da avaliação de tudo o que foi feito. E não deve haver constrangimento algum em se aceitar esta verdade absoluta.

Porque ela representa um grande avanço no tocante ao aspecto “festa” do Fefol. E só para lembrar, organizadores, secretário e prefeito deviam isso à população e aos amantes do essencial no evento.

Quanto a se melhorou ou não com a antecipação para julho, não há base de dados para que se possa afirmar que tenha feito diferença tirar o Festival do Folclore do seu mês tradicional e trazê-lo para julho. Não há como dar certeza que aquilo tudo que foi apregoado para esta mudança, de fato aconteceu. Se não fez, a organização da festa deveria ter providenciado pelo menos um levantamento estatístico sobre a frequência de turista no Festival. Do tipo “veio para a festa?”, “veio à festa porque estava no Termas?”, e quantificar cada tipo de visitante – quantos vieram para a festa porque estava sendo realizada em julho e quantos vieram aproveitando a estada no clube. Estudantes que vieram por causa das férias, quantos foram?

Esta aferição de tipo de público seria muito importante para que agora pudesse se apregoar que a antecipação da festa para julho deu certo, motivou mais pessoas, provocou aumento de público, etc. Porque da maneira que se pode ver, não faria diferença alguma se o Fefol fosse mantido no mês de agosto. É uma temeridade dizer que o público foi maior este ano por causa disso. Até porque o público foi maior, bom que se diga, em relação aos dois anos passados, que foram uma quase-catástrofe.

E lembramos, ainda, que o bom público deste ano ficou muito aquém daquele registrado pelas catracas do Recinto por exemplo em 2008 – mais se 176 mil pessoas (aliás, soube ainda há pouco que as tais catracas estavam lá mesmo no recinto, bastava colocá-las no portão para medir o público). Já a pesquisa, como sugeriu um amigo, poderia ser feita somente nos estacionamentos, presumindo que o turista, geralmente, foi de carro ao recinto. Com as catracas saberia-se quantos foram assistir aos grupos folclóricos e parafolclóricos ou mesmo beber e comer lá dentro, e com a pesquisa, quantos eram os turistas e os estudantes em férias.

No mais, o evento foi muito bom, agradou a todos, com certeza – afora alguns pequenos senões, que sempre os há -, mas seguramente seria tão boa quanto, se realizada em agosto. E eu prometi a mim mesmo que não vou mais discutir esta questão da antecipação da data, que darei o assunto por vencido. Mas vou continuar discordando dela. Por não ver funcionalidade e resultados diferenciados concretos. O que faltava para tudo dar certo os organizadores conseguiram implantar este ano a contento: os velhos fundamentos da nossa tradicional e “cult” festa de Folclore.

E, repito, digo isso com certa dor no coração, porque respeitar os “fundamentos” do Festival – a festa na sua inteira acepção, significa menosprezar a essência daquilo que é feito pela cidade em favor do Brasil.

Até.

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Blog do Orlando Costa: .