Então, o assunto “Gegué prefeita” está rendendo barbaridade. Acho que nem os próceres governistas nem seus apaniguados, lambe-botas e bate-paus esperavam por essa. É claro que, como em toda polêmica, há dois lados. Um apoiando, outro criticando. Mas, não há, até agora, o comentário neutro. Prova de que a cidade está mesmo dividida. Não há unanimidade política por aqui nestes tempos bicudos. E olhem que sobra até para este miserável blogueiro, que agora vem de ser ameaçado de processo por (pasmem, senhores!) um colega de profissão.

Não gostou de ver seu blog chamado de bate pau e ele, de lambe-botas. Como deve estar cheio da grana para contratar advogado, pode ficar à vontade. De minha parte, nem vou perder tempo de correr atrás de um. Fica sabendo, então, senhor cidadão, que sua será a vitória, por revelia. Manda ver. Acho absurdo perder meu tempo ou ocupar tempo da nossa já tão atribulada Justiça, com “tonterias” deste porte. O cidadão se julga ofendido, mas se fizermos uma compilação de suas ofensas publicadas em seu blog ou em blog alheio, ou mesmo o Face e sei lá mais em que ferramenta, dará para montar uma espécie de “dossiê do ódio”, tamanhos e diversos são os impropérios proferidos por ele contra os desafetos do prefeito dos seus sonhos.

Mas, reparem que basta colocar qualquer senão nas ações do burgomestre que ele tanto ama, para vir com pedras na mão, sangue nos olhos e faca nos dentes para cima do pobre infeliz que ousou tamanha façanha. Mas, eu o entendo. Sem bandeiras reais para defender, sem idéias originais para propagar se apega à única coisa que para ele é concreta, o vácuo do poder. Agride cidadãos de bem, para agradar os poderosos de turno, esquecido de que todos eles passam, e nós ficamos. E que todos eles, amanhã, também serão cidadãos comuns. Embora, muitas vezes, não tão comuns (por razões tão sobejamente conhecidas).

Mas, LCC é apenas um reflexo destes tempos translúcidos que a cidade tem vivido, onde impera a intolerância e o totalitarismo de direita. Uma direita que deita suas raízes no mais autêntico modelo protofascista, onde quem pensa diverso daquilo que vem lá de cima como verdade absoluta, corre riscos. Por isso temos por hora uma cidade tão calada, fechada em si mesma, onde as instituições representativas se prostraram em estrondoso silêncio. Essa é a tática deste tipo de regime político. Muita propaganda, muito barulho e uma só versão para todos os fatos, e ai de quem ousar dizer o contrário. E do lado do cidadão, o silêncio. Só o silêncio é aceitável.

Pois que alegria de político no poder é a bajulação dos apaniaguados, bate-paus e lambe-botas, estes que formam seu paraíso, seu melhor dos mundos. E nós que não fomos acostumados a isso ao longo da vida, vamos resistindo, com a força que nos resta. O rolo compressor do poder é forte e pesado. Mas a nossa casca é dura. Se querem nosso sangue, o terão só no fim. Nunca antes do fim.

Até.