O prefeito Geninho (DEM), agora travestido de administrador-cordial, vem de confirmar, em uma “entrevista” concedida a seu próprio assessor de imprensa na emissora que agora pode chamar de sua – a Difusora-AM, o que este blog já havia comentado tempos atrás e mais recentemente, cerca de 10 dias passados: que as obras do Governo haviam sido iniciadas todas sem os devidos recursos empenhados, daí os graves problemas surgidos; que a ordem agora é tocar o que está aí em “banho-maria”, até às eleições, e que o cofre da prefeitura está comprometido.

Para aqueles que não perdem a oportunidade de propagar aqui e ali que este espaço é de puras ilações, está aí o prefeito, de própria voz, que não nos deixa mentir. E por que disse na abertura deste texto que Geninho agora posa de administrador-cordial? Porque eleição opera milagres. Sabedor de que sua avaliação frente à opinião pública está ao rés do chão, vem a público, inicialmente, pedir desculpas pelos transtornos de suas obras infindáveis, como fez no caso da Floriano Peixoto. E muito provavelmente terá que fazer em relação à praça, à Harry Giannecchinni e outras mais. Porém, sem problemas, eis que o pleito se aproxima.

Geninho chega até a confessar, por conta dos sonhados próximos quatro anos, que fez uma gestão temerária até aqui. Se não, vejamos: diz que começou uma obra de R$ 500 mil com apenas R$ 150 mil em caixa – Harry Giannecchinni; outra de R$ 1,5 milhão, com apenas R$ 300 mil em caixa – praças da “Matrix” e Rui barbosa; e mais outra, ainda, com custo estimado de R$ 1 milhão, que começou com apenas R$ 300 mil garantidos. Sem citar a UPA que seguramente está nestas mesmas condições – a obra está orçada em pouco mais de R$ 1 milhão, mas até agora nem metade dela foi paga, embora as garantias de que o dinheiro já esteja em caixa há tempos. Outro exemplo, embora menor, é o Centro de Recepção ao Turista, e os banheiros públicos, nesma mesma Praça da “Matrix”, obra que já dura mais de um ano – por falta de dinheiro em caixa.

Chegado o período eleitoral, é preciso rever comportamentos e métodos de ação. Assim é que o prefeito chega à conclusão, depois de dois anos e meio de Governo, que é preciso “começar e terminar” uma obra, embora em seu conceito, “a gente tem que começar para terminar”. Agora diz que irá entregar uma obra a cada 20 dias. Portanto, até dezembro, pelo menos seis obras serão entregues, a contar deste julho. Até às eleições, outras dez, presume-se, serão entregues, pelas contas do alcaide.

E quanto aos cortes de gastos, o prefeito atribui à ânsia de fazer que “acarreta outra situação que obriga a prefeitura a cortas despesas, e a buscar outras formas de receita para acertar a situação financeira do exercício”. Estava bem informado, e com muita antecipação, quem leu este panorama traçado aqui no blog nos últimos meses e dias. Diz mais, o alcaide: que está cortando despesas igual ao ano passado, para poder “pagar tudo o que começou”. Diz que os convênios que trouxe somam entre R$ 70 milhões a R$ 80 milhões, o que compromete o caixa, por causa das contrapartidas. Há um evidente axagero nestes números, se depurados, mas só o fato de ter “caído a ficha” do burgomestre já nos alenta.

E para quem não se lembra, reproduzo abaixo trecho do post mais recente – de 22 de junho, sob o título “Povo? Que Povo?”, onde era tratado exatamente deste tema, para aqueles que acusam este espaço de comentário e análises de ser um depositário de ilações:

“(…) Portanto, analisar aqui as possibilidades do prefeito Geninho (DEM) se reeleger é voltar a um tema sobre o qual já nos debruçamos antes, embora em um outro cenário, muito mais de “terra arrasada” que este que vemos agora, embora ainda carente de correções urgentes. E é exatamente neste ponto que reside a sutil diferença entre o passado recente e o presente incerto. Nas hostes genistas não há o menor resquício de dúvidas de que ele será o mandante-mor da cidade por mais quatro anos, após vencidos estes primeiros quatro.

A estratégia é simples. Simplória, até: acabar o que foi começado. Não começar nada além do que está em andamento ou conveniado. Não comprometer mais recursos da prefeitura em contrapartidas. Não gastar além do necessário. Não dar calote em fornecedor e, principalmente, não atrasar pagamento de funcionários. E o quanto mais for possível, fazer um “agrado” à categoria no ano que vem. Fontes internas garantem que, feito isso, “não tem pra ninguém”. E quanto ao estado de ânimo do povo? “O povo?”, pergunta esta fonte interna. “É apenas um detalhe”, responde ela mesma (…).”

Até.