A Rádio Menina AM foi alvo de uma quase-invasão na manhã-tarde desta quarta-feira, 4, perpetrada pelo vereador e líder do prefeito na Câmara, Luiz Antonio Moreira Salata (PP).

Ele se fazia acompanhar por um cinegrafista, pelo assessor de imprensa da prefeitura, Julio César Faria, o ‘Julião Pitbull’, além da assessora de imprensa da Câmara Municipal, jornalista Janaina Longhi – embora razões para tanto não há, já que ela é assessora de imprensa da Câmara e não do vereador (a não ser que a partir de agora, todos os vereadores tenham direito a assessoramento pessoal, com funcionária paga com dinheiro público), e do assessor “had doc” do município, Jurandir Martins, o Durrula.

O detalhe a focar é a truculência com que a coisa foi feita. Calhamaço de papel à mão, Salata procurou a emissora à guisa de rebater comentários que julgou ofensivos à vereança, inclusive distorcendo colocações, e também para explicar sobre a situação do Sistema Integrado de TV da cidade, pelo qual se diz, agora, responsável técnico. Mas, à primeira oportunidade, desandou a falar sobre a Saúde local, na tentativa de passar à opinião pública uma imagem do setor que absolututamente não convence.

E ainda por cima dá informações incorretas, ao dizer que, primeiro, o ar condicionado do Hospital do Olho já estava instalado – e não está, pelo menos até hoje – e segundo, ao dizer que o oftalmologista responsável faz “um trabalho voluntário” – quando não faz, já que recebe R$ 32 mil mensais para tanto. Ainda falou de verba conseguida junto a deputado e Secretaria Estadual da Saúde – R$ 300 mil, sendo R$ 100 mil para custeio, já usado em 2010, e R$ 200 para a UTI, um dos fatores que levaram à intervenção, há um ano atrás, e até hoje não resolvido.

Depois, enveredou-se o vereador a falar sobre o Sistema Integrado de Televisão e, da mesma forma, com afirmações que não correspondiam à realidade, conforme o testemunho de ouvintes via telefone. Ou seja, toda a explanação do vereador foi pela negação da verdade, pela trilha da fantasia, da propaganda governista. A “visita” teve ainda um rompante do assessor de imprensa que, surpreendentemente tem se mostrado sempre muito agressivo e desrespeitoso em suas intervenções radiofônicas.

Salata não deu a menor chance para o debate democrático. Não aceitou perguntas e às que ainda assim foram feitas não respondeu ou respondeu pela metade. Assim, acabou se tornando um belo “tiro no pé” esta ida de Salata à emissora, que aliás tinha programada para aquele horário, entrevista com a secretária municipal de Educação, Eliana Monteiro que, chegada ao local no horário aprazado, acabou se retirando dado o clima ali reinante.

Clima este que “contagiou” o secretário de Governo do prefeito Geninho (DEM), Paulo Marcondes, o “Paulinho da Uvesp”, que bateu boca com este ordinário radialista e blogueiro na porta da prefeitura, pouco tempo após o término do programa.

Perdeu uma ótima oportunidade o vereador de se mostrar ao público como um verdadeiro estadista, um político de boa cepa, polido, educado e, principalmente, com projetos concretos e voltados ao coletivo. Mostrou, ao contrário, o seu destempero e despreparo para a discussão de idéias, postura que, aliás, se viu também na figura mais próxima do alcaide, e de resto se vê todos os dias nas entranhas deste (des)governo onde, parece, algo de muito sério está se sucedendo.

Esta gente precisa entender que Olímpia não é uma ilha. E, se for – pelas manifestações de intolerância, pelas ações castradoras que perpetram e pelas tentativas de cerceamento das liberdades – será algo parecido com Cuba. Se for assim, talvez o slogan mais acertado para a cidade, então, possa ser “Olímpia, cada dia mais Cuba pra você”.

Até.