O prefeito Geninho (DEM) não toma jeito. Agora deu para inventar números e valores. Basta a coisa apertar para sair por aí tentando fazer com que as pessoas acreditem que vivem no melhor dos mundos, embora cientes ao extremo de que não estão, mesmo, nele. E quando sua propaganda começa a não convencer, vem ele a público para dar informação tendenciosa, que via de regra encontra guarida em um robusto site de notícias atrelado ao poder. Desta feita falou sobre a Santa Casa de Misericórdia, por conta da tremenda crise que se abateu sobre ela.

Visando amenizar a situação perante uma opinião pública indignada, ele fez anunciar esta semana que “a partir do próximo mês, e durante os próximos dez meses”, o hospital estará recebendo R$ 118 mil mensais de repasse da prefeitura que, somados a outros R$ 32 mil que paga ao Hospital do Olho, chegaria a R$ 150 mil mensais, “exatamente o que foi prometido em campanha eleitoral”, segundo disse. Mas, parece que ele se esqueceu de um detalhe: da verdade.

Porque o montante a ser repassado não seria exatamente para despesas correntes do hospital. Segundo informações de fontes do setor, estes R$ 45 mil pagariam serviços que a Secretaria Municipal de Saúde teria “comprado” dos médicos Nilton e Fábio Martinez, para a realização de cirurgias eletivas na Santa Casa. O repasse, de fato, permaneceria em R$ 73 mil mensais. Já os R$ 32 mil, conforme ele mesmo afirma, são para custear parte dos gastos com o Hospital do Olho, e não para uso da Santa Casa. Quem recebe este montante é o oftalmologista Guilherme Kiil Júnior, para a realização dos mutirões de catarata. Deste valor ele destina 6% para o hospital, ou seja, R$ 1,29 mil, o que segundo fontes do setor, não cobre sequer a conta de energia elétrica.
E, terceiro, ele não prometeu na campanha repassar R$ 150 mil para o hospital. Prometeu, no total, R$ 200 mil por mês. Portanto, “mais R$ 150 mil” além dos R$ 50 mil que o hospital recebia em 2008. E prometeu, também, “apoiar constantemente a Santa Casa”, o que não vem acontecendo, conforme a realidade vem demonstrando, e muito bem, e muito dolorosamente.

Até.