“O prefeito de Olímpia, Geninho Zuliani (DEM), não aceita fechar as portas do 1º Distrito Policial a partir do dia 1º”. Eis a grande novidade estampada no portal de notícias do Leonardo Concon, hoje logo cedo. O prefeito não aceita que o 1º DP seja fechado, e vem dizer isso só agora, depois que ele foi fechado? Estranha manifestação esta do alcaide. Mesmo porque, tardia. Lembram que no post anterior cobrei o silêncio do mandatário e perguntei se era uma estratégia o seu silêncio, e se ele eventualmente tinha uma “bala na agulha” para reverter esta situação? Pois é, parece que não tem.

E, se tiver agindo estratégicamente, vai me dar razão quando disse que estava esperando fechar para agir. Mas, que estratégia seria essa de buscar o boi no brejo depois que o dito cujo afundou, ao invés de fazer o reparo na cerca? A impressão que tive e que até relatei neste blog, foi a de que o prefeito estava conformado com a situação, por entendê-la irreversível. Mas, pode ter decidido “gritar” diante da repercussão negativa que a decisão do seccional de polícia, João Ozinski, tomou, à revelia de seu povo, ou dele mesmo, prefeito, o mandatário, com trânsito nas esferas diversas de poder.

“Respeito o seccional, mas não concordo, se for questão de funcionários eu empresto mais estagiários e vamos brigar nas instâncias superiores por isso”, disse também Geninho. Então por que esperou um ano para dizer isso? O assunto foi levantado em abril do ano passado. Depois, não se falou mais sobre ele, mas, o secccional, conforme ele próprio revelou, vinha trabalhando a tal “reengenharia” este tempo todo. E não há registro de que Geninho o tenha procurado, uma vez sequer, para perguntar o que estava acontecendo.

Mas, querem saber por que o prefeito passou todo este tempo insistindo que era mero boato a tal “reengenharia” no 1º DP? Porque ele não sabia de onde partia a iniciativa. Isso fica provado pela emissão dos ofícios às autoridades, onde ele demonstra, de forma cabal, não saber o que estava acontecendo, de fato. Se não, vejamos trecho de abertura dos tais ofícios: “Tendo em vista que há notícias correntes da existência de estudos na Secretaria de Segurança Pública que levariam ao fechamento de Distritos Policiais e, entre estes estaria incluído o Município de Olímpia (…)”. Percebam que o alvo está totalmente errado? O prefeito, tão largamente assessorado, não conseguiu apurar de onde vinha o “tiro”?

“Nem eu, e nem a população, concordamos com o fechamento do 1º DP”. O senhor não sei, prefeito, mas, a população, com certeza não queria. E foi preciso que o DP fechasse e a população reclamasse para o alacaide vir “gritar” pelo portal de notícias que para isso se presta muito bem: para os jogos de cena do poder. E agora para este eabravejamento, estas bravatas fora de hora. Ou, melhor, depois da hora. Diz o portal que no dia 16, “Geninho tratou de ‘disparar ‘ sete ofícios, reclamando a medida”. Reparem: no dia 16. Ozinski viria a Olímpia no dia 22. Cinco dias úteis depois. Talvez, inclusive, seja o tempo que tais ofícios levem para chegar às mãos da assessoria das tais autoridades.

Para Rodrigo Garcia, por exemplo, ele poderia ter telefonado. Assim eliminava a intermediação dos Correios, que não anda lá muito bem das pernas (áh, mas que idiota, eu! Ele, internauta de primeira hora que é, deve ter feito estes “disparos” via internet).  Aí, claro, veem as bravatas, se não, não é o prefeito Geninho:

“Fico lendo e ouvindo críticas de que eu estou quieto, não estou me mobilizando e nem usando os deputados que tiveram votos na cidade para contrariar essa decisão, como é o caso do deputado mais votado, Rodrigo Garcia, para federal, mas é tudo invencionice e, mais uma vez, boataria, gente desinformada que não me conhece, não sabe a competência de minha equipe e nem o trabalho que realizamos diuturnamente em prol da cidade.” Se é assim, por que tantos reveses?

Somente agora, quando o leite entornou, é que o prefeito resolveu arregaçar as mangas. “Não vou parar de, junto com as forças políticas que nos dão apoio, como o deputado Rodrigo Garcia, e até junto ao governador Alckmin, buscar um solução para que o DP não feche, até pediria para que o seccional Osinski, com todo o respeito e apreço que tenho por ele, reveja essa decisão que, conforme ele frisou aos jornalistas, foi pessoal, embora técnica, mas pessoal, apenas dele.”

Como confessa de própria voz, Geninho não sabia mesmo, de onde vinha o “tiro”. Foi preciso os jornais publicarem para ele se inteirar da verdade sobre a “reengenharia”. Foi o último a saber. Um mal sinal.

Até.