Das duas uma: ou o prefeito Geninho (DEM) e sua secretária municipal de Saúde, Silvia Storti, sabem muito bem o que estão fazendo, têm todas as soluções necessárias minimamente calculadas, ou estamos, nós, o povo, à mercê de pessoas que, para além de suas próprias vaidades pessoais, nada mais há que importe. Sim, porque esta notícia da paralisação dos médicos do plantão à distância da Santa Casa de Misericórdia, é talvez a mais grave e de consequências mais trágicas de que se tem notícia nesta cidade. E ambos fazendo cara de paisagem.

A grevidade é maior, claro, para nós que estamos de fora. Porque para os que estão por dentro do problema, fora os próprios médicos, a coisa nem parece tão grave assim. O provedor do hospital, Marcelo Galette, mostra-se aparentemente tranquilo, de modo geral, e não mostra nenhuma preocupação com a situação invocada pelos médicos. Pelo que diz, tal paralisação é “pró-forma”, porque “os médicos têm obrigação de atender as urgências e emergências”. Então ele acredita que o paciente grave não ficará sem atendimento por força de resolução do Cremesp, o conselho regulamentador da profissão médica.

Ou seja, para o prefeito e a secretária, tanto faz que os médicos atendam de uma maneira ou de outra – de livre vontade ou forçado por lei. Importa que seus objetivos primeiros foram alcançados, ou seja, tiraram de lá o que julgavam um estorvo político, a provedora Helena Pereira. De tudo o que foi prometido quando da intervenção, nada foi cumprido. Mas isso também pouco importa. À força, o médicos trabalharão. E la nave vá. Pior é que do lado do poder público não se vê nenhuma proposta exequível para solucionar os problemas do hospital.

Não há projeto, não há planos, ainda que mirabolantes, para ficar ao gosto deste Governo. O que se propõe é mais do mesmo: tentar soluções junto às esferas estaduais, Secretaria de Saúde, deputados, verbinha daqui, verbinha dali, e fotos, muitas fotos e textos em jornais e internet. A coisa se agrava e o prefeito não dá as caras. Fica à beira do caos e a secretária não diz uma palavra. Sobra para o provedor, que já disse ser um tremendo abacaxi tal encargo que puseram sobre suas costas, mas que ainda assim se manifesta otimista sobre o porvir.

Apesar de que seja uma esperança baseada no vazio, nas promessas do alcaide que, se não disse ainda a que veio, ninguém pode lhe tirar um mérito: o de encantar pessoas e fazê-la seguir adiante ao seu lado, mesmo que à frente só se vislumbre o abismo.

ÁGUA TURVA
Dias atrás comentei aqui sobre a possibilidade da não retirada das lagoas de tratamento de esgoto do Córrego dos Pretos dos seus lugares atuais, ou seja, a menos de 500 metros do “Village Morada Verde”, o conjunto do “Minha Casa, Minha Vida”, o que poderia trazer complicações no tocante à entrega das casas. Disse que teria sido realizada reunião no Daemo e dela saido a decisão de apenas reformar as atuais lagoas, drenando-as, desassoreandos-as, reformando-as e colocando-as novamente em funcionamento.

Mas, o diretor-superintendente do Daemo, Valter José Trindade, negou que isso iria acontecer. Mas não sem antes admitir que sim, isso foi pensado, porque houve problemas com o “Água Limpa”, programa do Governo do Estado de onde Geninho pretende arrancar R$ 17 milhões para fazer a estação de captação-mor da cidade, às margens da Assis Chateaubriand.

Trindade disse que as lagoas serão tiradas dali até dia 31 de agosto. A idéia discutida com o prefeito era de limpá-las e deixá-las ali até vir o dinheiro e se construir a outra, definitiva. A intenção era “arrastar” a utilização destas lagoas até aquela outra ficar pronta, em dois anos.

“Fizemos um estudo de reaproveitamento, mas descobrimos que não é o normal. Pensamos em aerar as lagoas e tirar o cheiro, e depois só mexer nelas quando fôssemos desenvolver o programa ‘Água Limpa’. Mas, só vamos tirar delas de dois a três metros cúbicos de lodo, a um custo em torno de R$ 1 milhão, e depois desativá-las”, explicou Trindade. “Isso iria acontecer só em abril. Mas, como o ‘Água Limpa’ vai demorar, vamos fazer agora.”

O diretor reconhece que não há como não fazer isso. Está no contrato firmado com a CEF, e seu texto é taxativo: sem remoção das lagoas, sem casas. Porém, o que salta de todas estas justificativas de Trindade é o fato dele admitir que o “Água Limpa” sofreu atraso em seu cronograma. Mau sinal. Torçamos para que não sofra um revés. Por que senão muita gente vai ficar em maus lençóis. A começar pelo alcaide.

NOTA I
Alguém em sã consciência acredita que se a Difusora AM estivesse ainda naquele estágio de “amor inabalával” com o Governo Municipal, o prefeito Geninho teria mandado lacrar seus equipamentos, impedindo a geração da programação local? Mesmo com todas as irregularidades anunciadas? Aí é que se aplica à perfeição aquele velho dito popular: “Aos amigos tudo, aos inimigos, a lei”. A propósito, ventila-se por aí que “agentes” do alcaide estariam vasculhando minuciosamente a situação legal da Menina AM. Vai que falta um “papelzinho” aqui ou ali, né?

NOTA II
Um passarinho marrom dourado e de pelo arrepiado me contou ontem à tarde que está para se operar na cidade uma transação envolvendo um semanário de muitos costados, que passaria a ser gerido nas hostess oficiais. Seria um veículo, imagino, para atacar os desafetos políticos do Governo Municipal. Sim, porque para fazer sua propaganda ele já conta com outros na cidade, e até espaço generoso em boletim eletrônico. Este “semanário palaciano”, então, viria para que os escribas do Gabinete exercitassem seus textos mórbidos, reacionários e impiedosos contra aqueles que não rezam pela biblia de “deus”.

Até.