O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Olímpia marcou para esta quinta-feira, 27, na Casa de Cultura, assembléia geral da categoria, com a finalidade de discutir uma pauta de reivindicações a serem feitas ao prefeito Geninho (DEM). Na verdade, será uma discussão sobre uma pauta que o prefeito já teve conhecimento prévio, uma vez que na tarde da terça-feira, 18, o presidente da entidade, Jesus Buzzo, lhe entregou em mãos. Nesta pauta está sendo pedido reajuste de 11,322%, índice da inflação de 2010 do IGP-M, da FGV.

Além do reajuste a partir de janeiro de 2011, data-base dos municipais, o Sindicato quer também que seja reajustado o abono assiduidade, mas com isenção da falta de pagamento quando o funcionário estiver em período de férias regulares. O Sindicato quer também negociar a implantação de um banco de horas extras e os percentuais de atividades insalubres, perigosas e penosas, que vêm sendo praticados, entre outras reivindicações de caráter interno no seio da categoria.

Não sei a forma correta, nunca fui sindicalista, mas me parece um pouco estranho o Sindicato primeiro revelar a pauta ao prefeito, parte interessada, para depois chamar os funcionários para discutí-la. Porque fico imaginando que não foi feita uma simples entrega e “até logo, obrigado”. Ambos, presidente e prefeito, devem ter conversado um bocado, assessores do lado, quando naturalmente o prefeito deve ter-lhe colocado, em “off”, talvez, a contraproposta que fará à categoria. E o que é possível e impossível de se atender daquela relação

Imagino, até, que Geninho deve ter descartado a maioria dela, se não toda a pauta, inclusive no que diz respeito aos percentuais. Tanto é que já anda circulando entre os funcionários municipais que o prefeito deve conceder reajuste de no máximo 8%, não concretizando, na categoria, a expectativa de receber “um bom aumento”, conforme prometeu Geninho no final do ano. Eles calculavam algo acima de 15%, para justificar a promessa feita.

É preciso fazer estas observações para evitar o que aconteceu ano passado, com o Sindicato praticamente obrigando os municipais a aceitarem os 4% oferecidos pelo Executivo. Espera-se que, desta vez, a categoria seja respeitada em sua decisão. Para o bem ou para o mal.

O FIM (OU COMEÇO) ESTÁ PRÓXIMO
Ontem falamos aqui a respeito da pendenga que a Administração Municipal está arranjando com a categoria dos médicos que servem à rede municipal. Aventamos a possibilidade de haver uma debandada e a Saúde municipal ser terceirizada para uma Oscip qualquer. E hoje tomamos conhecimento que o prefeito Geninho já deu o primeiro passo para provocar o turbilhão. Publicou um Aviso de Licitação, o Pregão Presencial nº 05/2011, para aquisição de relógio de ponto biométrico, para informatização e gerenciamento de ponto eletrônico dos funcionários das secretarias municipais de Olímpia, com abertura dos envelopes no dia 3 do mês que vem, às 9h30.

Ponto biométrico é aquele que o funcionário comprova sua presença e saída do trabalho por meio da digital. Para os municipais, vejo a decisão – caso de fato funcione – como positiva. Mas, e os médicos? É esperar para ver.

COMENTÁRIO A UM POST
A jornalista Andresa Maieiros, proprietária do semanário “Gazeta Regional” e assessora de imprensa do prefeito Geninho, em vista de postagem feita ontem à tarde neste blog, enviou-nos o seguinte comentário, que por sua relevância reproduzo aqui na face do blog, para que também possamos fazer nossas considerações. Diz o seguinte, a colega:

“Orlando, boa noite. Vc sabe o tanto que te admiro como profissional e te respeito como amigo – trabalhamos em lados ‘opostos’, assim vc sempre diz, mas já trabalhamos juntos e mantemos uma relação amigável. Na minha opinião o fato de ter um jornal não significa que somos concorrentes, isso não existe em cidade de médio ou pequeno portes, e sim em emissoras de TV ou cidades maiores. Não fico em busca do ‘exclusivo’, afinal, os jornais em Olímpia circulam apenas uma vez por semana.

Mas gostaria de deixar uma coisa bem clara: existe a Andresa assessora e a Andresa do Gazeta. Na assessoria de imprensa sou paga para falar das notícias oficiais. Sou paga com dinheiro público e por isso devo satisfação aos olimpienses que me ‘pagam’. Recebo pra fazer matérias, fotos, vídeos, tudo oficial, e tb para atender vcs, colegas de imprensa, quando precisam. Tenho tentado fazer um bom trabalho e vc sabe disso, ‘abasteço’ vcs de informações diariamente – apesar de nem sempre ser aquilo que vcs querem ler.

Minha parte faço, e tento melhorar a cada dia, porque pra mim isso é um sonho sendo realizado. Conheço o prefeito Geninho desde 1997. Já fiz trabalhos pra ele, acompanhei sua carreira política, participei diretamente de sua campanha, vitória, e agora do seu governo, porém como contratada, além de amiga. Acredito no prefeito e tenho certeza que ele está sendo um ótimo governante. Tenho amor e respeito pelo que faço.

Como assessora, quando não acreditar mais neste governo, saio, como na gestão anterior. Prefiro um prefeito ‘afobado’, louco por obras e com fome de desenvolvimento, que ouve nossas críticas e também cobra resultados, a ponto de reunir os funcionários e pedir que trabalhem, mostrando o que está indo bem e o que precisa melhorar (estou me referindo ao city tour). Prefiro milhões de vezes mais o atual ao anterior (as comparações são inevitáveis), que era mal educado, gritava com todo mundo, nunca foi capaz de reunir sua equipe nem para um churrasco e ainda fez Olímpia parar no tempo durante 8 anos. Penso assim como assessora de imprensa.

Agora, quanto ao Gazeta, meu jornal é pago por assinantes e anunciantes. Vc já trabalhou com a gente e sabe das dificuldades. Não reproduzo no Gazeta os textos que faço para a assessoria. Reproduzo as notícias. Não recebo nada para isso e não escondo que o GR é um jornal de situação. Pior é ‘cobrar’ para colocar notícias positivas ou receber para falar mal de alguém. Isso não fazemos (e não faça de minhas palavras uma acusação, ok?).

Só pra concluir. Vc está equivocado. Em nenhum momento do city tour (nome que a própria equipe deu ao dia da fiscalização das obras) o prefeito disse ou deixou transparecer que o “Objetivo real era encontrar eco nos veículos de imprensa locais que não rezam categoricamente em sua cartilha, que fazem a crítica dos desvarios, que tanto incomoda o alcaide”. Pelo contrário, nem mencionou esse tipo de coisa. Ele fez o papel de um líder que precisa ter a equipe unida, trabalhando e mostrando resultados, motivada e feliz.

Afinal, recebemos para isso e temos a obrigação de fazer o serviço bem feito. Ou vc acha que o prefeito não deve cobrar resultados? Ele não deve ser transparente com seus funcionários? Mostrar obra por obra, falar de valores? Ora, então não tem sentido ter secretários e assessores, não é?”

REPLICO: Não deu para atinar muito bem qual o ponto focado pela colega, porque o texto fala de várias coisas ao mesmo tempo, envereda por questões que nada têm a ver com o contexto, e concluiu com afirmações às quais sequer fiz menção no post de ontem. E o mais importante: Ela parece enfocar uma situação que não existe: quem lê, vai logo imaginar que tratou-se de uma crítica feroz à sua pessoa, quando nada disso aconteceu. Agora, quanto à coluna de seu jornal, no que diz respeito ao que foi publicado sábado passado, mantenho meu ponto de vista. Aquilo não é jornalismo. E ela sabe do que estou falando.

Um abraço, grande amiga (não se esqueça que a história jornalística desta cidade nos deve um bom pedaço!)

Até.