Estamos entrando no terceiro ano do Governo Geninho (DEM). Que já começa atribulado e barulhento. Nestas ocasiões observa-se sempre uma correria doida para aparar uma aresta aqui, outra ali e, invariavelmente, a culpa nunca é do Governo Municipal. A culpa, via de regra, é de quem levanta as questões prementes do município, ou por meio de denúncias, ou por meio de opiniões emitidas, ou ainda por meio da busca do auxílio do Ministério Público, que outra função mais imprescindível não tem senão a de cuidar dos interesses do cidadão.

É sempre assim, por meio do cerceamento à liberdade de opinião, expressão, pensamento, crítica e, se bobear, até do ir e vir, que se tenta escamotear fatos e acontecimentos. Nunca explicando de forma convincente. Vamos entrando num terceiro ano de administração demotucana na cidade, e já com percalços, já com a desconfiança do povo aguçada ainda mais. E não é culpa dos detratores ou críticos deste Governo. Porque se tal Governo não desse motivos, não haveria o que detratar, muito menos o que criticar.

Este Governo se diz democrático e tolerante, mas pede ao MP que puna um cidadão só por que este levanta uma bandeira em defesa do Meio Ambiente. Este  Governo se diz transparente, mas faz ameaças veladas a quem ousa contestar determinadas posturas ou comportamentos flagrados em seu seio. Este Governo se diz justo mas sacrifica categorias de pessoas e de trabalhadores, com sua política de não resolução de problemas primários, básicos e urgentes. Este Governo se diz realizador, mas nunca, até agora, enfrentou, e venceu, uma obra de fato imprescindível e que venha a atender os reais interesses da comunidade que administra.

É um Governo que caminha para o fim – terá pele frente, no máximo, um “ano limpo” de gestão – e ainda não mostrou a que veio. Até agora foi um Governo de realizações exparsas e pulverizadas, que na comparação ao passado, não leva muita vantagem, como já disse aqui, porque até então tem feito “obrinhas” corriqueiras e outras por necessidades física e/ou localizadas, exemplo de creches, escolas e praças. Como no Governo anterior. Obra de grande vulto? A implantação de galerias na Floriano Peixoto, obra “novelística” que, a bem da verdade, ainda não terminou, quase um ano depois.

Deste mesmo tamanho foi a obra idêntica realizada pela gestão passada, na região da 7 de Setembro. Só a título de comparação. De diferente da gestão passada, só os equipamentos instalados com finalidade mais propagandísticas que de solução técnica, exemplos do sistema de semáforos – que nada mudou naqueles locais onde estão -, fonte que jorra água em um cruzamento da cidade, portais que nada acrescentam ao dia-dia do cidadão e, de resto, tudo, tudo que mais interessar ao clube Thermas dos Laranjais. Ressalva feita à Etec que, se estiver cumprindo realmente com sua finalidade, sem vazios operacionais, terá sido um benefício, espera-se que perene.

No mais, o quadro do emprego-desemprego, se mudou, foi para engrossar o segundo ítem, com fechamento de empresas, incluindo uma de grande porte, o entreposto do Minerva, que deixou mais de 280 sem ocupação. E o mantra governamental turismo-geração-de-empregos não se mostra assim tão poderoso, porque não comporta toda ou a maior parcela, pelo menos, da demanda. É certo que a “avalanche” marquetológica do Executivo Municipal tem levado muitos a pensar de forma diferente de tudo o que está postado aqui. Até cabeças tidas como “feitas” na cidade, sucumbiram.

Veículos de comunicação praticamente todos levados pelo círculo concêntrico do atual governo. Um deles, que na gestão passada acordava todo sábado com a faca nos dentes, acorda agora aos sábados com uma flor nas mãos. Talvez daí o inconformismo do mandatário de turno e seus asseclas, quando há opiniões diferentes sobre “o melhor dos mundos” desenhado por eles, em certos veículos que ainda estão “libertos” do jugo deste que é, sem dúvida, no âmbito político, uma espécie de laboratório do protofascismo.

Mas, nem tudo são cinzas para os ocupantes do Palácio da 9 de Julho. Como disse, ainda falta um “ano limpo” para ser percorrido. Só um ano porque apenas em meados de 2011 é que o país começará a andar de fato. Governo Estadual e secretarias estão na fase de reconhecimento de área. Governo Federal e ministros, idem. Portanto, sobrarão, teoricamente, seis meses à frente. Em  2012, tudo já assentado, é ano eleitoral. E é sabido que ano aleitoral, administrativamente falando, só tem seis meses. Portanto aí está o “ano limpo” para governar.

E por enquanto a administração Geninho Zuliani está assentada em projetos, propostas, intenções e promessas. E nestes quesitos, não se está economizando. São projetos, propostas, intenções e promessas, diga-se, mirabolantes. Grandiosas. Que se forem de fato concretizados, não restará nem a este blogueiro resistir, porque aí estará demonstrada a capacidade realizadora do Governo. E a ele, temos a impressão que restará, de fato, colocar no chão tais objetivos, para que seu próprio sonho de menino – aquele de alçar vôos mais altos – não vá, ele sim, para o chão.

O tempo, porém, conspira contra. A contagem regressiva já começou. Hora dos tropeços acabarem. Dos atropelos aquietarem. Da volúpia dar lugar ao racional. Hora de por ordem na casa. E, para que não se esqueçam, paralelamente, é hora de um Governon democrártico e tolerante, transparente, justo e, de fato, realizador.

Até.