Uma coisa salta aos olhos neste enfrentamento havido entre o mantenedor de site de notícias oficiosas Leonardo Concon e o “outsider” olimpiense Willian Zanolli, em torno do assunto “Frente de Trabalho”: frente ao poder constituído no município, quem está certo, está errado. Quer dizer, quem denuncia o que supõe seja ilícito ou eivado de irregularidades, está redondamento errado, porque pode provocar uma situação em que o poderoso de turno terá que simplesmente “endireitar” o que está “torto”.

Igualzinho o que está acontecendo agora. O blog de Concon, chega ao extremo de dar a Willian Zanolli poderes que ele não tem absolutamente, ao dizer que o próprio “convence MPT da ‘adequação’ da Frente de Trabalho”, para em seguida emendar que de 149 “frentistas”, só ficarão 60, e que o contrato foi reduzido de 12 para “só” seis meses. Ou seja, se o MPT sugeriu isso ao prefeito no chamado Termo de Ajustamento de Conduta-TAC, é porque algo, de fato, estava incorreto! Mas, para Concon, errado está Zanolli em ter denunciado!

É a mais impressionante inversão de valores de que se tem notícia na cidade. Alguém ser incriminado por ter agido conforme as regras mais legítimas da cidadania. Mas, um olimpiense, pagador de impostos, buscando mediação do Ministério Público, visando corrigir distorções, está agindo contra pessoas, contra o município, contra o emprego de “pessoas simples e necessitadas”. Ora, demagogia com dinheiro alheio é fácil. Alguém vai perder o emprego por conta deste ajustamento? Paciência. Isso não pode servir de biombo para encobrir irregularidades no setor público.

Concon trata como crime o que na verdade é ação anti-crime, anti-irregularidade. Fala que “a ‘adequação’ buscada por Zanolli vingou: 89 trabalhadores a menos no ano que vem, e os que ficarem, duas horas a menos de trabalho, curso uma vez por semana, e contrato só por seis meses, renovado por mais seis”. Gente, e onde está o problema? Observem que Concon, ao relatar o acordo em tom de crítica, ele mesmo informa que, caso o prefeito aceite, a situação vai ficar hiper-organizada. E ‘master’, ‘blaster’, melhor!

Para dizer o mínimo, a “Frente de Trabalho” em Olímpia vai funcionar…. Como devia estar funcionando desde o início. Ou não? Agora, eu aposto este blog como o prefeito vai aceitar, sim, o TAC proposto pelo Ministério Público do Trabalho, regional Rio Preto. Se não, ele sim estará sacrificando pessoas em situação de fragilidade social, por capricho, ou por ser impedido de fazer as coisas “tortas” como, aparentemente, prefere.

Diz o blog oficialesco que se o prefeito não concordar, a “Frente” deixará de existir a partir de 1° de janeiro de 2011. Se aceitar, funcionará com redução de 60%, “prejudicando um trabalho que vinha sendo desenvolvido para as camadas mais carentes desde 2001 na cidade”. Prejudicar que trabalho, cara pálida? Não está claro que estava tudo errado?

E leiam este primor: “A redução de 149 beneficiados para 60, a redução de oito para seis horas diárias e a obrigatoriedade de, pelo menos um dia da semana, haver treinamento do pessoal em cursos profissionalizantes, é consequência da representação feita pelo colaborador da Folha da Região, Willian Antonio Zanolli, no ano passado, ao MPT, denunciando o que considera como ‘irregularidades’.” Pois bem, isso é crítica ou elogio”?

“Os futuros 60 integrantes receberão, ainda, um salário mínimo mensal, mas o contrato baixou de um ano, para seis meses, renovável por apenas seis meses. A triagem continua sendo feita pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social”. Então, entendo que o que mudou, mudou para melhor! Ou não?

“Os atuais 149 trabalhadores serão mantidos até 31 de dezembro (como seriam mesmo sem a representação de Zanolli). Depois disso, só se o município, como disse hoje (ontem, 2ª) Willian Zanolli, o autor da representação, na Rádio Menina AM, ‘se adequar’. Essa adequação vai custar caro: menos 89 trabalhadores, e mais desemprego”. Caro? Caro para quem? E, depois, considero que não cabe a Zanolli zelar pela empregabilidade no município, obrigação direta do Executivo.

No fecho, outro elogio inconsciente: “Talvez, agora, Zanolli tenha outra solução milagrosa, já que de trabalho ele entende tão bem que o MPT aceitou a sua ação”. É risível. Como é resível o questionamento feito por Concon ao final de seu texto:

“A pergunta que fica: como haverá essa capacitação, uma vez por semana, em apenas seis meses? Sairão mesmo capacitadas e com empregos estáveis? E a redução de 149 para somente 60, vai melhorar o emprego dos fragilizados economicamente na cidade? Talvez o referido cidadão (…) tenha a resposta (…).” Perdão, caro Concon, mas quem tem que ter as respostas para suas questões, nestes termos, é o Executivo Municipal, o qual você criminaliza, no afã de defender. Preste bem atenção em tudo que escreveu….

Até.