A pergunta que não quer calar é: Onde está a Demop Participações Ltda? Trata-se daquela empresa que, no ano passado, firmou com o município contrato “para a execução de serviços comuns de recuperação, reperfilamento, recapeamento asfáltico, manutenção asfáltica, tapa-buracos e sinalização horizontal em solo, em diversas vias públicas do município”. Pela “bagatela” de R$ 8,025 milhões, sem que houvesse obras específicas para realizar naquele momento.

As justificativas oficiais foram as de que fazendo desta forma, as coisas seriam agilizadas e serviços não atrasariam. Ou seja, as “autoridades” locais deram a entender, quando da assinatura do tal contrato, que a Demop ficaria responsável por toda obra abrangida pelo que está exposto acima. Mas, não é isso o que vem acontecendo, conforme um exemplo que vou usar – existem vários outros -, o do edital 19/2010, um pregão presencial, visando contratar empresa para “realizar serviços de fechamento de valas em ruas e calçadas”.

Não caberia à Demop fazer tal serviço, já que até recebeu antecipado por isso, ou pelo menos sob o argumento de “prestar serviços diversos”. Este não se caracterizaria como um?

Por isso até, que o Ministério Público-MP, por meio da Procuradoria-Geral de Justiça instaurou inquérito civil por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito contra a empresa Demop Participações Ltda., por causa do contrato firmado com o município. E outro inquérito foi instaurado, com a mesma finalidade, contra a prefeitura municipal, gestora do contrato. O objetivo, em ambos os casos, é apurar as condições em que foi fechado o contrato sob a justificativa genérica da realização de “diversas obras”.

Conforme foi amplamente divulgado à época, a empresa é “irmã” da Multi Ambiental, também de Votuporanga, que coleta o lixo da cidade. As duas empresas têm recebido dos cofres municipais, mais de R$ 11 milhões ao longo dos últimos meses. As empresas do grupo familiar Scamatt, fora estes R$ 8,025 milhões detêm contratos que somam mais de R$ 11 milhões, juntando a coleta de lixo feita pela Multi Ambiental – mais de $ 2,5 milhões, e obras de galerias pluviais na Floriano Peixoto – R$ 826.124,63.

Por isso, quando se vê a publicação de vários editais para obras afins, vem sempre a pergunta: cadê a Demop Participações?
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CENSO PRIVADO?
Tem coisas que só poderiam sair mesmo da cabeça de quem acha que bravatas resolvem problemas. A mais nova do prefeito Geninho (DEM) é a “ameaça” de contratar empresa para fazer censo “particular”, num flagrante desrespeito às instituições. Mais especificamente à instituição IBGE. Isso porque ele não gostou do resultado do Censo 2010 para nossa cidade. O trabalho apontou crescimento populacional de 7,195% ante 2000, quando a população era de 46.013 habitantes.

Mas, o prefeito acredita que Olímpia tenha pelo menos 52 mil habitantes, conforme disse ao jornal “Diário da Região”, de São José do Rio Preto.

E mais: diz não acreditar que há na cidade 1,4 mil casas fechadas, conforme apontou o órgão em trabalho de campo. Além disso, duvida que a Zona Rural tenha sido toda visitada. Este detalhe da Zona Rural já foi apontado por nós neste blog, inclusive, e ainda persistimos na dúvida se todos ali foram recenseados, e aí pode estar, de fato, a diferença. Mas daí querer contratar empresa privada para fazer novo Censo, o “Censo do Geninho”, chega às raias do absurdo. Um factóide, porque seria medida sem efeito legal.

A cidade vai perder com isso? Vai. Algo em torno de R$ 150 mil por mês em Fundo de Participação dos Municípios-FPM, o equivalente a R$ 1,8 milhão por ano, segundo o alcaide. Isso dói, mas o problema talvez tenha raízes bem mais profundas do que possa estar imaginando o prefeito. Antes de “recorrer” do resultado e contratar empresa privada para contestar o IBGE, que tal o ilustre mandatário ordenar uma pesquisa visando apurar as razões de tal debandada?

Conforme os números do órgão, seriam 2.676 pessoas que se mudaram de Olímpia – a cidade estaria, hoje, com 49.324 habitantes. Erro do IBGE? É possível, mas difícil de se acreditar. Caso o órgão esteja certo, o que fez tanta gente deixar Olímpia? Tem a ver com a migração para o corte da cana e a apanha da laranja? Pode ser. Algum critério novo de medição, onde aqueles não nascidos e aqui chegado apenas, e aqueles aqui nascidos, mas que estão fora – estudando, por exemplo -, não são contabilizados? Pode ser, também.

Como se pode ver, há uma série de fatores que pode ter contribuído para isso. E que ao invés de atrair pessoas, famílias, para cá, as expulse. Lembremos, antes de mais nada, que esta é uma cidade carente de empregos e moradias. E onde, recentemente, empresa foi embora deixando quase 300 desempregados. Cidade onde não houve investimentos nem ações visando atenuar estas situações, nos últimos 20 anos, no mínimo. Parece que apostou-se unicamente no Thermas dos Laranjais como força propulsora do desenvolvimento local. Mas, o clube, sozinho, não fez verão.

Mas, antes de qualquer coisa, vamos praticar um exercício de otimismo? Porque se nos despirmos das emoções e analisarmos fria e equidistantemente os números do IBGE, vamos ver que, na verdade, nos últimos três anos, a população de Olímpia cresceu. Éramos 48.020 em 2007, e somos agora 49.324 olimpienses, ou seja, agregaram-se à cidade, mais 1.304 pessoas. Áh, e somos a 8ª maior cidade da região. Portanto, anime-se, prefeito!

Até.