Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: outubro 2010 (Página 2 de 3)

A DÍVIDA QUE NÃO É DÍVIDA E OUTROS ASSUNTOS

O fio da meada pode estar aí. Contrariando todas as negativas oficiais, ontem à noite chegou à Câmara Municipal, e foi tornada pública informação sobre falta de pagamento de dívida de R$ 42 mil a uma oficina e loja de peças, que desde janeiro passado vem trabalhando com Olímpia sem ver a cor do dinheiro. Faz parte da denúncia a não-realização de licitação para estes gastos. Disse ainda a vereadora que denunciou o fato, Priscila Foresti, a Guegué (PRB), que em ecncontro mantido pelo proprietário da empresa e o secretário de Obras, Gilberto Toneli Cunha, este teria dito que não havia dotação para a realização da licitação. “E quem vai pagar a conta?”, foi a pergunta da vereadora.

A dúvida que persiste é quanto à legalidade da compra de peças ou de prestação de serviços sem a devida cotação de preços ou licitação. Consta que o acordo seria o de a prefeitura “ir comprando” até somar o valor mínimo para a licitação. Mas, quando este valor foi alcançado, a informação foi a de que não havia dotação para abrir a licitação. Se não havia dotação, por que comprou?, é a outra pergunta a fazer. Há quem diga ser este fato passivel de processo por improbidade administrativa. Mas, parece que ninguém se movimentou neste sentido até agora.

Porque não seria difícil provar a compra, a prestação dos serviços, se houve. É só ir verificar “in loco”. Lá na empresa está uma máquina da prefeitura municipal de Olímpia, uma pá-carregadeira, consta que ainda sem desmontar, porque não tem dinheiro para pagar o serviço. “Eles estão precisando da máquina, e eu do dinheiro”, teria dito o proprietário. Que não quer desmontá-la até que a conta seja paga. Pelo menos há um fator positivo nisso: parece que não houve “confisco” do equipamento. Ele só não vem para Olímpia porque o município não teria dinheiro para trazê-lo. E fica lá, parado, porque não teria dinheiro para consertá-lo.

NÃO É BEM ASSIM
O secretário de Planejamento da prefeitura, Valter José Trindade, não confirma estas informações. E nem poderia ser diferente. “Em Rio Preto tem uma máquina desmontada para fazer concerto. Como não tem dotação, não fez ainda o serviço”, foi sua resposta. Disse também Trindade que o secretário Cunha já havia conversado com ele sobre esta máquina em Rio Preto. Mas negou a dívida de R$ 42 mil. Disse que pode ter havido uma confusão, ser “uma informação errada”, que na verdade este valor seria aquele a ser cobrado pelo conserto.

“Mas custa tudo isso arrumar uma pá-carregadeira?”, o blog pergunta. “Sim, é caro, porque uma máquina nova desta custa entre R$ 150 mil a até R$ 300 mil”, responde ele. Trindade prometeu resolver tudo “esta semana ou na semana que vem”. Mas, este fato negado pode ser o fio da meada pelo qual se poderá chegar à verdadeira situação financeira do município. Porque no meio das negativas do prefeito e seus assessores, há a gritaria daqueles que se dizem “no pendura”. E eles seriam muitos. Mas, se não confirmam, prefeito e assessores continuam negando, negando e negando. Até quando?

AGORA É A MERENDA
Uma vez feitas as terceirizações da coleta do lixo e do aterro sanitário, a próxima da lista é a merenda escolar. Por enquanto são “só estudos”, conforme Trindade, mas para o ano que vem deve ser concretizada. Por sugestão do próprio Trindade, que vê o processo como mais econômico. A economia seria de pelo menos R$ 2 milhões no ano. Hoje o município gasta R$ 500 mil por mês com a alimentação da garotada nas escolas da rede municipal. Isso dá R$ 6 milhões por ano. Terceirizando, este custo cairia para R$ 4 milhões.

“São custos que temos que rever”, diz o secretário. E as merendeiras? “Elas passariam a ser funcionárias da empresa que assumir a merenda”, foi a resposta. Trindade vê maior agilidade neste processo, porque é a própria empresa que se abastece, sem o incômodo das licitações, que sempre se arrastam, provocando desabastecimento, por vezes. “A empresa já tem seus próprios estoques”, analisa.

E AS FINANÇAS?
“Estou assumindo (a Secretaria de Planejamento) para tentar acertas as coisas”. Assim Trindade começa falando quando a pergunta é sobre as finanças da prefeitura. Garante que o ano fecha com tranquilidade. E que, ademais, se virar 2010 com um “buraco” de até R$ 4 milhões “será legal”, diz. Por quê?, pergunta o blog. Segundo Trindade, o prefeito pode passar de um ano para outro, dentro da mesma legislatura, com um “estouro” de até 5% do Orçamento do ano. O Orçamento/2010 é de R$ 88,5 milhões. Ou seja, já não é mais seguro fiarmo-nos nas negativas do prefeito e seus assessores. Se pode o caixa “estourar” em R$ 4 milhões, por que não?

Até.

MAIS DE 50 MIL, PELO FPM, NÃO PELAS CINCO CADEIRAS

Os números relativos ao Censo do IBGE em Olímpia, podem, sim, alcançar a casa dos 50 mil habitantes, e até ultrapassá-la, ficando muito próxima, no entanto, da estimativa feita em 2007. Números publicados na data de hoje no sitio do IBGE, portanto relativos a coletas feitas ontem, 11, mostram que foram recenseadas todas as residências do município, aliás em quantidade que ultrapassa a estimada em 2007.

Há três anos atrás, estimou-se 15.334 residências para o município, e foram recenseadas agora, 15.454, ou seja, 120 casas a mais, em três anos. O órgão conta 101%. Não há mais casas para serem visitadas. Mas, nestas casas foram encontrados 48.209 moradores, para uma estimativa de 50.602. Ou seja, Olímpia tem média de moradores por domicílio de 3.12. No tocante à população, propriamente dita, o órgão informa que 95% foi recenseada, restando, portanto, 5% de pessoas a serem consultadas. Mas não detalha sobre o paradeiro delas.

Considerando, então, este “resíduo”, é lícito supor que a população olimpiense irá passar dos 50 mil habitantes, porque 5% de 48.209 supera os 2,4 mil habitantes. Assim, Olímpia teria, a partir deste Censo, população em torno de 50.620 habitantes. Ou seja, 18 cidadãos a mais do que apurou a estimativa em 2007, caso nossos cálculos não falhem. Mas, como os dados no sitio do IBGE não são explicativos, apenas informativos, trata-se, este resultado narrado aqui, por enquanto de mera suposição, embora com base numérica. Só com o final oficial dos trabalhos é que dará para saber ao certo.

As esperanças estão depositadas nestes percentuais, o que só irá beneficiar a cidade, no aspecto econômico, via Fundo de Participação dos Municípios-FPM, que não teria seu coeficiente rebaixado. Mas, por outro lado, haveria um fator que o blog considera negativo: o aumento do número de cadeiras na Câmara Municipal, que passaria dos atuais 10 para 15 vereadores. No próximo pleito, portanto, outras cinco vagas estariam em disputa.

Como se sabe, a Emenda Constitucional 58, conhecida como “PEC dos Vereadores”, alterou o número de vagas nas câmaras municipais do Brasil. Em Olímpia seriam empossados mais cinco vereadores ainda em 2009, mas o STF acabou com a alegria dos suplentes (que chegaram até a se mobilizar neste sentido). Em toda a região próxima, seriam preenchidas 74 vagas de vereadores.

Assumiriam, caso tivesse valido aquela decisão, os suplentes Salata (PP [que hoje, no entanto, já está na Casa, substituindo Beto Puttini, nomeado secretário]); Valter Bittencourt (DEM), Marco Carvalho (PSB), Flávio Fioravanti (PMDB), Geraldo Viana (PSB) e João Vitor Ferraz (PSDB). Assim, a cidade teria 16 edis. Acabou ficando com 10, e deve ir para 15 em 2012.

Mas, no caso de Olímpia ficar com menos de 50 mil habitantes, além da redução do FPM,  e conforme a Emenda 58 à Constituição Federal determina, esse número cairá para 13 cadeiras, ficando a Câmara, ainda, com três cadeiras a mais que as atuais. Ninguém duvida que a torcida “política” está sendo muito grande. O  que se espera é que esta torcida só não seja maior que aquela que seria mais justa e verdadeira: pela não redução do FPM. Mas, Olímpia tem lá suas peculiaridades…..

Até.

DECRETO CONTRARIA COMUNIDADES CATÓLICAS E ENTIDADES

Comunidades católicas e entidades de serviços estão considerando uma intromissão indevida. O vereador Dirceu Bertoco (PR) já interveio a favor delas. Procurou o secretário de Governo do Município, discutiu com ele o problema, que prometeu solucionar. Ganhou discurso elogioso na Câmara Municipal, do próprio Bertoco, por causa disso. Tudo acertado, tudo em paz, era só esperar a próxima Imprensa Oficial do Município. E ela veio. Sábado, dia 9.

O decreto 4.739, de 28 de junho de 2010, foi republicado como Decreto 4.816, de 6 de outubro. Mas, e a mudança? Não veio na proporção e no detalhe que era esperada. Decepção de todos os envolvidos no assunto. E muita gente querendo botar a boca no trombone, aí incluídos os párocos responsáveis pelas comunidades rurais e responsáveis por entidades que prestam serviços sociais na cidade. Não estão entendendo nada? Eu explico.

O Decreto 4.739, que agora virou o 4.816, é o que regulamenta a realização de eventos no território do município. Por eventos, entendam como de caráter artístico, esportivo ou cultural, de natureza comercial ou não, com ou sem ingressos pagos. Mais exatamente ainda, as quermesses rurais, os “chás beficentes” e outras realizações com fins de arrecadar dinheiro para suprir as despesas de manutenção. Agora, para realizar tais eventos, primeiro é necessária a autorização expressa do Executivo. O prefeito tem direito de vetar, se entender que deve, desde que bem fundamentado o veto.

Uma vez tendo deferida a realizaçáo do evento pelo prefeito, o responsável terá que requerer autorização ou alvará da prefeitura, com comprovação de pagamento de todas as taxas pertinentes e, o que está “pegando” na coisa, anexar ao pedido cópia da guia de recolhimento ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição-ECAD. E é aí que o bicho pega. Por isso a tentativa das comunidades e do vereador em mudar o deceto, passando a constar que esta obrigatoriedade seria somente em caso de uso de próprio municipal e com cobrança de ingressos. Assim tais instituições ficariam livres da enorme despesa que o ECAD acarreta.

Mas, não. A única mudança que veio no novo decreto foi a mudança do texto do artigo 8º, a partir daí isentando os organizadores do recolhimento da taxa de licença a ser paga para a prefeitura, das entidades comprovadamente de caráter filantrópico. O que, para estas entidades não muda nada. Porque a taxa da prefeitura é a menor despesa, pagável com tranquilidade. O que pesa é o ECAD. “É uma interferência indevida, é querer legislar sobre o que não é próprio do município”, observou hoje uma autoridade religiosa da cidade.

O que acontecia antes é que o ECAD vinha fazer a vistoria quando era informado da realização do evento. Ou fiscais vêm quando sabem por antecipação de datas de eventos. E cobram a taxa. E que taxa!, reclamam organizadores. Para se ter uma idéia, uma das tradiconais quermesses de qualquer dos bairros rurais de Olímpia que for, obrigatoriamente, pagar a taxa de execução musical, pode ter que despender valores que chegariam a até R$ 4 mil. O cálculo do valor leva em conta o tipo de evento, a área utilizada, a região socio-econômica e o tipo de utilização das músicas.

Depois de definido o valor da retribuição autoral, o usuário recebe um boleto de cobrança que deverá ser pago em qualquer agência bancária, que após a quitação, autoriza a utilização da música. O ECAD controla a emissão dos boletos e pagamentos efetuados através de um sistema informatizado totalmente desenvolvido especificamente para a instituição. O tipo de cobrança pode ser por pessoa e por dia (0,03 Unidade de Direito Autoral-UDA) ou pela receita bruta (1.95%).

Numa simulação feita com base na receita bruta, com um faturamento hipotético de R$ 50 mil, o valor a ser pago ao ECAD chega a no mínimo R$ 3.900. Esta taxa pode subir se a cobrança for por pessoa e por dia. Mas em ambos os formatos, fica mais barata se for música ao vivo. Mas, ainda assim, em valores proibitivos para eventos sem fins lucrativos. O que mais está revoltando as comunidades é que, a partir de agora, por ingerência do município, todos os eventos de pequeno, médio ou grande porte, de caráter beneficente da cidade, serão obrigados a ter despesa extra, “e que despesa!”, queixam-se todos eles.

*O ECAD é uma sociedade civil privada instituída pela Lei Federal nº 5.988/73 e mantida pelas associações de titulares de obras musicais que o integram, nos moldes do art. 99, da atual Lei no. 9.610/98. O ECAD, como seu próprio nome diz, é um escritório organizado pelas associações de autores e demais titulares a elas filiados e/ou representados para arrecadar e distribuir direitos autorais decorrentes da utilização pública de obras musicais e/ou lítero-musicais e de fonogramas, nacionais e estrangeiros, inclusive, através da radiodifusão e transmissão por qualquer modalidade, da exibição cinematográficas e por qualquer outro meio similar, em todo o território nacional.

EM BUSCA DA FONTE DE ÁGUAS LÍMPIDAS

É claro que ainda está um pouco longe, faltam exatos dois anos, mas todo mundo sabe que, em termos de articulação política, quem chega primeiro bebe água limpa. E parece que já há um grupo buscando chegar primeiro à fonte. O trabalho ainda está reduzido ao pé-de-conversa, mas aqui e ali já se começa a ter a repercussão de um contatado e outro. Parece que de fato estão trabalhando para alcançar o maior número possível de “formadores de opinião” ou lideranças, antes da temporada de “caça”, propriamente, o que seria a partir de meados do ano que vem.

Tudo pode ser, também, um “balão de ensaio”. Mas, consta que à frente desta movimentação, desta caminhada, estaria um empresário local que já teve, em outras épocas, envolvido com a política, e dela saiu por vontade própria, já que tinha muita “lenha” para queimar. Este empresário, inclusive, tem mandado recados, tem mandado emissários tratar com alguns políticos ainda na ativa, e boa parte dos bem-pensantes desta terra já sabe o que está ocorrendo. E por eles é que cada vez mais pessoas também ficam sabendo.

E mais: esta articulação estaria encontrando respaldo em gente próxima ao prefeito Geninho (DEM), já que a ligação de parcela deste grupo que tal figura representaria, vê como boa alternativa, ou pelo menos como alternativa plausível, o caminhar deste empresário. Feito este trabalho, depois viriam as “costuras”, que por suas peculiaridades, poderiam deixar o alcaide “à pé”, como se diz, já que sofreria um verdadeiro abalo sísmico em sua base de apoio. Claro que o prefeito está mais fortalecido do que nunca com os resultados destas eleições, junto às esferas estaduais, seja Governo, seja Assembléia Legislativa, seja Câmara Federal. Se vingar Serra, então, estará com tudo para se tornar o prefeito com maior trânsito político da história de Olímpia.

Mas, e daí? Quando vozes dissonantes começam a gritar aqui e ali, pelo uma névoa escura surge em qualquer horizonte. Porque Geninho está sendo muito hábil nas articulações políticas em nível eleitoral, mas está sendo nada hábil na manutenção da sua base, tecido que tende a se “esgarçar” caso a situação não mude radicalmente em breve tempo. Interessante notar que o grito de inconformismo quanto a este estado de coisas não vem de longe. Vem de perto, muito perto, do alcaide.

Esta não é a primeira vez que falo isso, mas nunca é demais repetir: Geninho está brincando com fogo. Corre sem olhar para trás. Sem olhar para o chão. Sem olhar para quem está ao seu lado, direito ou esquerdo. E há um foco de insatisfação em seu redor. Impossível imaginar que ele não saiba disso. Provavelmente deve estar deixando tudo para ser tratado no momento oportuno, no momento em que ele, de fato, precisar desta facção política, eleitoralmente. Agora ele não depende, em nada, dela.

Deve entender que, primeiro, precisa fixar a imagem perseguida de prefeito realizador, desenvolvimentista. E, depois sim, quando chegar a hora, tratar destas coisas que ele deve encarar como, digamos, “terrenas”, “mundanas”, para o seu “universo de maravilhas”. E aí, para ele, não importará o quanto isso vai custar. E, considerando a situação, neste caso, “costurar” perfeitamente não tem preço. Resta saber se os “pontos” vão se entrelaçar da forma como espera o alcaide.

Mas, por hora são tudo conjecturas, e conversas de  bastidores. A ver, logo mais adiante, se tudo se transformará em realidade, ou se a indefectível maneira de ser do alcaide vai fazer toda a diferença.
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AMIGO DO REI
Dias atrás, funcionário de alto escalão do Governo Geninho expandiu ainda mais sua área de atrito, que já não era pequena, com o alcaide. O motivo em questão envolvia o funcionamento de uma certa boate, que à última hora foi alvo de fiscalização do “Corpo de Bombeiros”, que detectou ali algumas irregularidades, suficientes para impedir que algo pudesse ser realizado lá dentro. Súbito, veio a ordem para a interdição, uma hora da manhã, fila enorme para entrar, advogado do município à porta. Um fecha-não-fecha se estabeleceu.

Até que uma ordem deste assessor mandou parar tudo. A boate funcionaria “pelo menos naquela noite”, depois se resolveriam os problemas. Dizem que esta teria sido uma contra-ordem, chocando-se com a do prefeito, dada anteriormente, para que o evento não acontecesse. Passadas as eleições – conforme o blog ouviu por aí – Geninho iria tomar “sérias providências” no tocante a questões internas. Resta esperar para ver o que vai acontecer. Maldosos dizem que vai “rodar gente grande”. Aguardemos porque, “gente pequena”, por conta das eleições passadas, o blog sabe que deverá rodar. Se acontecer, vamos contar a história, certo?
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RAZÃO DE FAZER
O prefeito Geninho reclama dos veículos de imprensa livres desta cidade que faz críticas ao seu Governo. Mas, ele precisa, então, convencer os seus, de que realmente seu Governo não merece estas críticas. Esta semana, alta figura política da cidade, que conhece em detalhes suas ações e decisões, saiu-se com essa, em uma roda de esquina: “Eles têm razão de falar mal. O Geninho tem feito muita bobagem”. Observamos: não se trata de opinião de leigo distante. Podemos dizer que se tratou de “fogo amigo”.

Até.

REFLEXÕES SOBRE AS REFLEXÕES

Os semanários “Folha da Região” e “Gazeta Regional”, o primeiro neogovernista e o segundo inteiramente voltado à administração Geninho (DEM), trouxeram esta semana duas análises sobre o resultado das eleições em Olímpia, quantificando tal resultado em número de eleitos, para a Assembléia Lgislativa e Câmara Federal, ambos colando tudo à figura do alcaide. O próprio prefeito, que não é bobo nem nada, também forçou esta imagem na entrvoista que concedeu ao “Gazeta”, falando sobre o assunto.

A “Folha da Região” começou dizendo que “acompanhado por seu grupo de assessores políticos, o prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, apoiou as candidaturas de 12 deputados federais e estaduais, que tiveram suas eleições confirmadas no domingo, dia 3, quando foram realizadas as eleições gerais”. Deu destaque ao federal Rodrigo Garcia, que recebeu 11.064 votos em Olímpia. Depois, nominou os demais, dos quais publico só os eleitos: Ricardo Izar, Waldemar da Costa Neto, Aline Correia e Jonas Donizeti, para federais, e Itamar Borges, Bruno Covas, Rita Passos, José Bitencourt, Vanessa Damo (sub júdice), Estevão Galvão, João Caramez (sub júdice), André do Prado e Ed Thomas.

Depois, o jornal conta como isso se deu (este blog já havi antecipado meses atrás quem trabalharia para quem na cidade): “Os cinco candidatos a deputado federal “apoiados” por Geninho estão eleitos. No caso de Ricardo Izar, que recebeu apoio também (ao contrário, o apoio foi) do secretário de Cultura, Esportes, Turismo e Lazer, Beto Puttini, e do ex-vereador Valter Joaquim Bitencourt, ele obteve 295 votos. Junto com o vereador Dirceu Bertoco, o prefeito ajudou (?) a conquistar 832 votos para Waldemar da Costa Neto; com Luiz Antônio Moreira Salata, foram 14 votos (!) para Aline Correia; e com o vereador Gustavo Zaneti, foram 115 votos para Jonas Donizeti (?)”.

“Já para deputado estadual, estão confirmadas por enquanto as eleições de sete candidatos: Itamar Borges, que foi trabalhado, diz o jornal, pelo secretário de Obras e Serviços Urbanos, Gilberto Tonelli Cunha, secretária de Educação Eliana Monteiro, João Paulo Polisello, o Pita, recebeu 2.896 votos”. Mas, na verdade, o candidato foi trabalhado em Olímpia mais exatamente pelo vereador Toto Ferezin (PMDB) e seu paí, ex-vereador e ex-presidente da Câmara, Jesus Ferezin. Foi o úncio candidato a quem Geninho apoiou de corpo e alma, colocabndo até sua foto junto à dele na propaganda em jornais, o que não se viu com outros candidatos a estaduais.

Nem com Bruno Covas, que recebeu apoio do PSDB de Olímpia e da Usina Guarani, e ao qual o prefeito dedica profunda amizade – “Um amigo pessoal e que nos ajudou” ele posou para a propaganda. O candidato eleito recebeu 1.810 votos em Olímpia. Rita Passos, que teve apoio da secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Carmen Bordalho, foi votada por 543 eleitores. E se não fosse, não seria Geninho quem iria pedir votos para ela. José Bitencourt, também eleito, teve apoio direto do vereador Primo Gerolim (DEM) e do ex-verador e presidente da Câmara, Alcides Becerra Jr., a quem deram 286 votos.

Estevão Galvão (pastor evangélico), recebeu 158 votos. Outro que teve apoio também de Bertoco foi André do Prado que teve 949 votos e, ainda com apoio de Zanette, Ed Tomaz recebeu 152 votos. No casos dos candidatos Vanessa Damo, que teve apoio direto do vereador Aguinaldo Moreno, Lelé (e só), e João Caramez, ambos buscando a reeleição, por indefinição da Justiça Eleitoral ainda não tiveram seus votos computados, mas os votos que receberam garantem suas reeleições. E, detalhe: Itamar Borges não perde o cargo, caso Vanessa Damo seja absolvida.

Porque todos os cálculos feitos, conforme determinam o TSE e o TRE, confirmam que a eleição de Itamar Borges não é atingida, em qualquer circunstância de validação dos votos dos candidatos impugnados. Validando apenas os votos de Vanessa Damo (PMDB), ou de um ou de mais de um dos candidatos impugnados do partido, automaticamente, o PMDB conquista a 5ª vaga. Ou seja, o PMDB mantém os quatro eleitos, ou amplia para cinco, o número de cadeiras na Assembléia Legislativa, com a inclusão de Vanessa Damo, nada alterando em relação aos quatro já definidos como eleitos. (Esta explicação é da assessoria do deputado)

Assim, o prefeito diz estar satisfeito com o resultado. Satisfeito, também, com os resultados para senador, presidente da República e Governador, creditando os méritos para a sua base de apoio. Aí já não é bem assim. Olímpia sempre votou à direita, sempre teve um eleitorado conservador que sempre votou em Alckimin, em Serra e em Aloysio, haja vista os resultados de eleições passadas. Mas, Geninho comete ato falho quando tenta se passar por diferente, ao criticar “os que tentam comprar voto através de favores, em troca de gasolina”. Porque não é bem assim, tão diferente, seu modo de agir eleitoralmente falando. E de nenhum dos candidatos que por aqui aportaram. Essa estórias de que “o povo olimpiense está muito consciente” é meio que confete sobre bolo encruado.

Agora, que ele tem razão quando diz que “o resultado eleitoral foi positivo”, tem. Mas não tem razão quando diz que tal resultado, também, “mostrou o nosso grupo político unido”. Porque o grupo não estava unido. Esta sob ordens e sob a meaças, em alguns casos, de “corte”. E houve até caso de “jogar contra” pensando nos seus interesses mais adiante. O que resta agora é esperar para ver qual será o resultado disso tudo, para a cidade. A julgar pelo otimismo do alcaide, Olímpia se tornará um “paraiso”, o melhor dos mundos para se viver. O tempo dirá.

RÉQUIEM: FUNDAMENTALISMO POLÍTICO

A figura política de proa desta cidade – leia-se o Chefe do Executivo – parece estar fazendo uma força descomunal para que Olímpia se transforme numa espécie de feudo político de um pensamento só, uma única linha a seguir: a do “grande mestre e senhor”, no caso ele, prefeito Geninho (DEM). Em tudo parecido com seus “mestres”, o prefeito tenta fazer com que uma comunidade inteira o reverencie. E quando isso não acontece, ele se mostra furioso, incontido em sua diatribe, já que para isso canais ele tem, à farta.

Espera o prefeito que todos se quedem de joelhos a seus pés, o idolatrem e jamais questionem seus atos, suas decisões e seus deslizes. Sua tática de contestação não é o esclarecimento público verdadeiro, calcado na sinceridade de propósitos e de sentimentos. Ao contrário, é na mais pura verborragia inconsequente que o prefeito tenta, não explicar o objeto da crítica, mas desqualificar seus críticos. Para ele, ao que parece, não existe ninguém maior na cidade. Mais capacitado. Mais preparado para as coisas do Governo Municipal. E a isso se dá o nome de soberba.

E ela é tão descomunalmente nutrida pelo alcaide, que numa recente manifestação via “imprensa-amiga”, (aquela que não pergunta além do que e como ele quer ser perguntado), disse que na cidade, hoje, “não passam de 8%” aqueles que, digamos, não o aprova enquanto administrador. Isso vem significar que 92% da população olimpiense aprova seu ‘modus operandi’. Um fenômeno jamais visto por aqui ou alhures. Será que é por isso, então, que ele joga tanto com a paciência do cidadão? Com a certeza de sua complacência?

Será, ainda, que nos locais de onde vêm as críticas mais ácidas, as reivindicações mais urgentes, os apelos, são exatamente aqueles onde morariam esses 8% aos quais ele não dá a mínima e pode, num extremo, até estar praticando uma ‘vingançazinha’ básica? Não é possível crer nisso. Porque quem se pretende soberano, tem que no mínimo se comportar republicanamente. Contemplar a todos. Atender, verdadeiramente a todos. Não perseguir. Não tirar o “ganha-pão” deste ou daquele só por ter divergido de sua opção eleitoral.

Já se diz que o poder, via de regra corrompe a alma das pessoas. E uma vez neste estado, a pessoa passa a querer o poder absoluto. E assim acaba se corrompendo absolutamente. Faz mal enorme para si. E mal maior ainda para os seus próximos. Ele não percebe, mas acaba ficando sozinho. Está tão obcecado pelo poder que não atina para o fato de que todo aquele burburinho em seu redor é pelo que detém. Efêmero, mas que dura até terminar.

E nesse meio de tempo busca impor suas vontades a todos. Seu “soberanismo”, a ponto de fazer chacota de quem a seu lado não esteve e experimentou, por exemplo, revés eleitoral. Como se o mais importante fosse votar no homem e não no seu projeto político. E votar “naquele” homem seu escolhido, como se alternativa, até melhor, não existisse. A desobediência pagando-se com o “facão” do poder. Zap!

Engraçado que são exatamente os “caciques” de seu partido, o DEM, aqueles que mais clamam por direitos constitucionais preservados, ordem institucional preservada, e contra as ameaças à liberdade de expressão, pensamento e ação. Liberdade de imprensa, liberdade de opinião e quejandos.

E são eles, também, que a todo instante – mormente nestes tempos eleitorais – vivem pregando o perigo da “bolivarização” do país e coisa e tal, e aqui, no microcosmo chamado Olímpia, é possível vislumbrar-se coisas do gênero. Investir contra a imprensa livre e questionadora parece ser o esporte preferido do prefeito. inclusive fazendo ameaças veladas contra empresa de comunicação, no sentido de cercear, com seu poder de “corte”, patrocínios comerciais a este veículo. Típica atitude dos “anos de chumbo”.

Diz ele que aqueles que não comungam com suas idéias, decisões e atitudes, são “pessoas que torcem para que as coisas vão mal (sic), que não passam de 8% hoje, que vivem pregando informações distorcidas nas rodinhas e cafés, e até com concessão de serviço público, como emissora de rádio, e ainda ganhando patrocínio de empresas para desinformar”. Se isso não for uma ameaça à liberdade de imprensa, o que será, então? E, depois, se são tão poucos, para que se preocupar?

Até.

‘CACIQUE’ CONVOCA ‘MIDIA AMIGA’ PARA DESABAFAR

Às vezes determinadas atitudes de quem deveria ser grande, torna-o tão pequeno que parece estar de joelhos. É o caso do prefeito Geninho (DEM), a quem reputei, dois posts atrás, gigantesca performance eleitoral, que fez despejar nas urnas da cidade mais de 11 mil votos para seu candidato a Federal, Rodrigo Garcia, além de emprestar seu apoio direto ou indireto para outros dez candidatos a estaduais, e todos eles estarem eleitos agora, após receberem, também, boa votação na cidade. Deixei-o grande. Mas, durou pouco sua altivez. Porque ele acaba de se apequenar.

Insatisfeito com as críticas que vem recebendo – e pertinentes, diga-se de passagem – sobre as obras em atraso e totalmente fora do cronograma, ele convocou a página de notícias da “casa” para extrapolar em sua verborragia contra quem apenas cumpre com seu papel de cobrar ações e soluções de um Governo atabalhoado e eminentemente eleitoreiro. Começa por que esta pestação de contas feita ao “site amigo” deveria ser feita em coletiva, para toda imprensa local, a fim de que perguntas pudessem ser feitas sem serem “encomendadas”. Porque há muitas outras questões a serem respondidas pelo “cacique” (e já me arrependo de tê-lo feito tal, perdoe, Marreta, pela comparação).

Acontece que, não satisfeito em dar satisfações ao “site amigo”, falando que as obras que estão paradas ou são por obra do “mau pagador” que é o Governo Federal, ou é questão de “ajustes finais” quando se trata de obra do Estado, que igualmente também estão paradas. Dois pesos e duas medidas. Detalhe: se ele sabia que o Governo Federal era “caloteiro” não devia ter iniciado obras sem antes ter a garantia do repasse dos recursos na totalidade.

Mas, o que quis Geninho foi encenar uma “onda” de desenvolvimentismo para marcar-se como prefeito empreendedor. Mas talvez tenha se esquecido que para isso é preciso projetos, orçamentos, estudos de viabilidades, estruturação de cronogramas de início, meio e fim e, acima de tudo, a certeza de que dinheiro haverá para tanto. Como nada disso foi feito, deu no que deu. E, é claro, o prefeito tem que encontrar um culpado. E vai culpar o Governo Federal, porque está distante. Porque estamos em plena campanha eleitoral, e porque ele alimenta a esperança de que seu candidato, Serra, vença as eleições presidenciais, para tudo ficar “em casa”. Também, desta forma revela sua ingratidão para quem ajudou a rechear o bolo de suas pirotecnias com quase R$ 6 milhões, não importando de que partido fosse.

O PREFEITO QUE MENTE
Até quando tenta ser republicano, o prefeito não consegue se desvencilhar do cacoete da mentira. Por exemplo, quando diz que as pessoas que o criticam “não têm a humildade de ligar para o celular do secretário de obras” para saber a razão de determinadas coisas. E mente de novo, ao dizer que “eu não fui até hoje convidado nenhum dia para ir na Rádio Menina. Nenhum dia”. Perdoe, prefeito, mas é mentira. Mentira. Não foi uma, nem duas, nem somente dez vezes. Desde o ano passado, início de seu Governo, o senhor é, sim, convidado para ir à Rádio Menina. Seja por convite público, seja por meio de sua assessoria. Não vai porque não quer. Ou não pode. Ou tem medo.

Mente outra vez ainda, quando diz que “é só a versão de um lado. Unilateral. Poderia ouvir o outro lado”. Sempre ouvimos. Claro, aqueles de sua assessoria que se dignam, que não têm medo de enfrentar os microfones da emissora, sempre vão lá. E o senhor sabe disso. Às vezes até manda que assessores nos procurem para ELES falarem, porque o senhor não te coragem de ir até lá. E mente pela terceira (ou quarta?) vez, quando diz: “Até sabemos que os locutores de lá tem até vontade de me chamar, mas o patrão deles, que é o ex-prefeito (Luiz Fernando Carneiro) não permite que isso aconteça”. Jamais isso aconteceu e o senhor sabe que mente.

AÍ, MAIS PEQUENEZ
O que deslustra uma pessoa que até parecia grande é a mesquinhez de seu raciocínio. Porque quando não tem argumentos suficientes, apela. Joga tudo no ralo da superficialidade momentânea. Não tem conhecimento que o faça profundo. Então ataca. E transforma a coisa em mera bobagem pós-eleitoral. Ufana-se de ter tido candidatos vitoriosos, e tripudia sobre quem optou por outros nomes, já que nem todos podem estar sob seus tacões (ou seriam tacapes?).

Aí, sai-se com pérolas como esta, para talvez justificar seu vazio de argumentos: “Mais uma vez, teve pé frio na eleição, o chamado Mick Jagger (o roqueiro que, em todos os jogos da Copa em que foi pessoalmente, os times para os quais ele torceu, perdeu [esquecendo-se que o exemplo citado é de uma pessoa ultravitoriosa que amealhou bilhões e bilhões de dólares ao longo de sua vida, TRABALHANDO com seu talento somente]), os que sempre erram, sempre batem teclas erradas (…) a cidade os conhece bem, e sabe o que este governo está fazendo.”

Com certeza, prefeito. A cidade sabe o que o seu Governo está fazendo.

ATERRO DE GENINHO É APROVADO NA CÂMARA

A Câmara aperovou na noite de ontem, 4, o projeto de Lei 4.212, que autoriza a concessão, mediante licitação, da implantação, operação e manutenção de aterro sanitário na cidade. Foi aprovação definitiva, por sete votos a três. Votaram contra os vereadores Hilário Ruiz (PT), presidente da Casa; João Magalhães (PMDB) e Priscila Foresti, a Guegué (PRB). Os três argumentam que faltou maior clareza no projeto, discussão mais ampla e mais tempo para detalhá-lo, além de explicações sobre as vantagens que o cidadão olimpiense terá com a implantação aqui de aterro nestes moldes, para receber o lixo de qualquer espécie – repito, de qualquer espécie! – e em qualquer quantidade, de qualquer lugar do país.

E como já antecipamos aqui, a votação se deu por dois terços da Câmara – sete votos e não por maioria absoluta, como teimava o lider do Executivo na Câmara, e o próprio prefeito. Tanto não tinham certeza do que falavam, que ontem o vereador Salata (PP) protagonizou um momento irônico: quando fazia discurso, o colega Zé Elias de Morais saiu da Mesa e foi para o corredor e estava demorando para voltar. Enquanto isso, Salata falava, falava, falava…Nitidamente esperando Morais voltar. Chegou a dar um aparte que teria sido “pedido” por Primo Gerolim (DEM), que na verdade nem prestava atenção ao que Salata falava. Pego de surpresa, Gerolim fez menção de falar, mas Morais voltou e não foi preciso.

(Depois, soube-se que Morais foi ao corredor para ligar para o secretário de Governo, Paulinho da Uvesp, para que ele intercedesse e fizesse cortar o discurso de Salata. Deve ser por causa disso que pouco antes de Morais voltar à Mesa, o celular de Salata tocou, e ele não mais falou sobre o projeto)

Ao tentar argumentar que a votação prescindia da participação do presidente Ruiz, por ser maioria absoluta, como defendia, o vereador Magalhães desafiou Salata a deixar o plenário, para ser o projeto votado em maioria absoluta. Ele não saiu do lugar. Mas, não se deu por vencido: “Respeitamos a decisão do presidente, e pode encaminhar da forma que julgar pertinente”, disse, para não dar o braço a torcer. Assim, a votação foi por dois terços.

O que chamou a atenção durante a discussão do projeto foram as vezes tantas que se usou ali o nome da Açúcar Guarani, dando a entender que a empresa seria uma das maiores interessadas neste aterro. O vereador Dirceu Bertoco (PR) disse ter ouvido de diretores da Guarani que há um projeto de expansão da unidade em Olímpia, mas que tudo dependia de ter a cidade o aterro ou não. Caso contrário, a expansão seria feita em outra localidade onde existe unidade da empresa. Talvez esta seja a justificativa para a pressa de Geninho com o aterro?

Mas, mais acertadamente cobrou a vereadora Guegué: “Qual a vantagem que os munícipes vão ter com este aterro?”, perguntou, incisiva. “Há localidades em que a população é isentada da taxa de coleta de lixo”, complementou. “Por isso gostaríamos de discutir mais. Não precisa pressa. Nenhum benefício até agora foi anunciado para o povo”, completou. E Magalhães, diante da insistência com que vem se falando da Guarani nas discussões do aterro, perguntou: “O (aterro do) lixo é para Olímpia ou para a empresa?”.

PARA MURILO, JOÃO E MÁRCIO CAMPOS

Não costumo replicar comentários postos no blog, a exemplo de outros veículos, que não suportam quando alguém critica o prefeito Geninho e logo tentam desqualificar quem escreveu, mas devido ao inusitado destes em questão, quero repoduzí-los aqui, com os devidos comentários pertinentes à coisa. Parece-me que não fui muito claro nas palavras usadas, talvez tenha sido muito hermético, digamos, muito “filosófico”. Então, estes comentários me servirão para os aclaramentos necessários. Primeiro, começamos com o “guardião” incansável, Murilo Esteves, que diz:

kkkkk Orlando, eu racho o bico com as suas invejas, acho q é pq quem vc ta do lado nunca ganha né? será q é pq o Uebe não se elegeu? não sei, não da pra entender vc, vc é contra td q o Geninho faz e contra todos q o Geninho apoia, o seu problema na verdade é o Geninho né? ou vc é o tal do PTista q quer revolucionar td? Se for vc é um dos últimos pq os q estão no poder fazem a msm coisas dos outros, não fazem nada e roubam.
Vc acha msm q essas 11 mil pessoas q votaram no Rodrigo foi pq foram influenciadas pelo Geninho? Discordo de vc, algumas sim, mas não todas, assim como os eleitores do nordeste e norte foram influenciados em votar na Dilma pelo Lula, e nessa caso, muito mais influenciados, chegando a apelação do Lula.
Eu sou um eleitor q ninguém fala em quem eu tenho q votar, voto em quem eu quero, tanto é q votei na Marina e no Ed Thomas (apoiado pelo Guto, não pq ele pediu, pq eu decidi votar em um Dep. apoiado por ele, ele nem precisou me pedir nd), Rodrigo votei por td q ele já fez aqui em Olímpia, muito diferente do tal do Uebe.
Pense bem nisso, não é sempre quem vc quer q vai ganhar, saiba perder, e acostume, pois é o q mais tá acontecendo com vc. O mais ridículo é o povo votar na Dilma pq o Lula mandou, se ele mandar esse povo se matar eles se matam, pois não tem opinião própria. Ve se não recusa de novo meu comentário. Abraços, Murilo Esteves.

Então, o que se vê acima é um amontoado de desarrazoabilidades, que sequer unem-se enquanto pensamento formado. Uma mistura de crítica, defesa e enviesamento do pensamento. E ele viu crítica naquilo que foi somente uma constatação. Que, aliás, devia deixá-lo feliz, porque agora ele tem de fato um lider carismático para seguir. Por que renegá-lo? Não há nenhum impedimento de ordem ética para que o faça. Depois, acho, sim, que a maioria dos votos obtidos pelo Rodrigo Garcia em Olímpia foi por obra do prefeito e seus apaniguados, mais os recursos disponibilizados e a capacidade de “amarração” do próprio Geninho, que conseguiu a proeza de fazer Garcia “dobrar” com vários outros estaduais. Quem leu o post de ontem desapaixonadamente, acho que entendeu bem a mensagem. Malgrados os detalhes que talvez Estevão não quisesse revelados, tratou-se, o post de ontem, na verdade, de uma sublimação ao trabalho do prefeito Geninho, que redundou na votação obtida pelo democratas na cidade. Simples assim.

“Os grandes só são maiores, para os que estão de joelhos”
(de um leitor que postou elogio mas que, ao contrário de uns e outros, não costumo reproduzir)

Muito bem, agora vamos ao João:

Orlando………bata palmas kkkk. O maior gasto que o Garcia teve por cada voto em Olímpia foi o trabalho e a conquista de recursos para o municipio. Nessa ótica seu candidato Uebe teve aqui até muito voto por pouco que fez. Agora uma reflexão para você. Se como estadual o Garcia fez o que fez, imagine eleito federal. Para quem não gosta de avanços e progresso vai ter que mudar de Olímpia. Parabéns Garcia, parabéns Itamar, parabéns Aloisio e BATA PALMAS ORLANDO !!!!!!!!!!

Acima, uma manifestação festiva, tão somente, sobre o post considerado crítico quando foi mera constatação. Se palmas há para bater serão para a enorme ingenuidade do missivista, característica essa que fica clara logo nas primeiras linhas do comentário. Depois, é preciso provar, o que ninguém fez até agora (nem o João teria como fazê-lo), que Garcia “fez o que fez” por Olímpia. Eleito federal, agora, ele não terá alternativa se não servir a Olímpia como nunca o fizera antes, dada sua estrondosa votação, independentemente de quanto tenha custado. Porque se ele não gastou nada, como quer fazer crer o João, alguém gastou, com certeza. E como de resto ele não argumenta, só festeja seus candidatos e o prefeito, acho que já está de bom tamanho a réplica.

E agora, o Márcio Campos:

Concordo plenamente que o Geninho é hoje a maior força política da cidade, talvez o maior eleitor olimpiense depois de Marreta. Só acho que ninguem le esse site e ninguem escuta a rádio que voce trabalha, porque se escutassem o rodrigo garcia não tinha a votassão (sic) que teve, e o geninho dois anos atras tambem. e ainda o uebe rezeque (sic, sic) não sairia tão fracassado como saiu. é issso que eu penso.

Não, Márcio Campos. Você não pensa.

Até.

ABRAM ALAS PARA O NOVO ‘CACIQUE’

É claro que a primeira pergunta que vem à cabeça do incauto quando olha a lista de votação para deputados federais em Olímpia, e vê o “caminhão” de votos despejados no candidato eleito Rodrigo Garcia é: “Quanto custou?”. Mas, para muito além de buscar um quantum financeiro para a escalada na preferência do eleitorado olimpiense pelo nome de Garcia, e também bem longe de dimensionar o peso da campanha propriamente dita, vale, neste momento, fazer uma análise político eleitoral do feito.

E, de antemão, o quadro mostra que a cidade está diante de um grande “cacique político”, daqueles que eram em muitos no passado, e que hoje minguam por aí, enquanto por aqui nem existiam mais.

É claro que a campanha de Rodrigo Garcia deve ter custado os “olhos da cara”. Há quem afirme nunca ter visto tamanho maior de campanha que não seja para prefeito da cidade. A imagem de Garcia foi onipresente por todos os cantos. Gente, havia à farta correndo para cima e para baixo. Alguns até se gabando de estarem faturando alto. Há fortes indícios, também, de uso da máquina em favor do candidato. Assessores, secretários, apaniguados, vereadores e quejandos, todos atenderam, de uma forma ou de outra, ao chamado do prefeito.

“Alianças” foram feitas da forma mais “democrática” já vista – Garcia “dobrou” com quase todos, se não com todos os candidatos a estaduais que estavam no arco de influência do alcaide – até Uebe Rezeck, a quem seus “bate-paus” cuidaram de espalhar críticas por todos os meios. E a promessa se cumpriu. Promessa esta nunca ouvida por este blog nas palavras do prefeito, mas que circulava, de boca em boca, nos cantos, nas esquinas. Todo mundo dizia que ele havia prometido dar ao deputado 10 mil votos.

Uns acreditavam, outros duvidavam, até que as urnas foram abertas. De lá emergiram um volume de votos 136% maior que aquele apurado na eleição anterior, quando Rodrigo era candidato a estadual – de 4.683 votos, ou 18,9%, pulou para 11.064 votos, ou 40,62% dos votos válidos em Olímpia. Aliás, diga-se de passagem, muito mais votos do que o próprio Geninho teve quando se elegeu prefeito – 9.894. Dá para crer que o então candidato gastou bem menos na sua campanha, que agora. Eleição municipal tem outra característica.

É sabido, também, que Geninho usou de uma certa, digamos, “prestidigitação” verbal junto ao eleitorado. “Casou” o término ou a continuidade de algumas obras com a eleição de Garcia. Se ele não chegar lá, pior que está ficará, pode ter argumentado o prefeito. E muitos ouviram esta conversa da boca de eleitores. Mas, também não dá para dissociar deste resultado, um certo prestígio político-administrativo que Geninho goza perante a opinião pública, de tal sorte que os revezes dos últimos meses não foram suficientes para contaminar a campanha.

Talvez o estilo “jamanta desgovernada” adotado por ele frente a tudo que tem feito até agora no Governo Municipal também tenha contribuído: muita velocidade, muito barulho, e nenhuma certeza do que virá pela frente. Assim, pega um cidadão atordoado, sem condições de refletir muito bem, sem noção da lógica da coisa, que acaba sendo “engolfinhado” e acha estar fazendo a melhor coisa. E Geninho sabe que este é o método, acoplado a um bom discurso – verossímel ou nem tanto, pouco importa. O resultado final é o que importa. E o resultado alcançado, foi aquele buscado. Por fins que justificaram todos os meios, no entanto? O tempo responderá.

De uma forma ou de outra, há que se ter em mente uma verdade: o prefeito emerge destas eleições como um grande puxador de votos, talvez o maior eleitor olimpiense depois de Marreta. O caboclismo político inato do ex-prefeito já falecido, porém, se manifesta no atual prefeito, por vezes, como arma de sedução eleitoral – alguém certa vez já disse que Geninho é um “conquistador de homens, enquanto gênero, e no sentido político-eleitoral, ao que acrescentaria, ser ele, também, um “animal político”, para o bem e para o mal. Até porque, em política nem tudo são flores.

Não há como negar que é Geninho, hoje, a maior força-una política da cidade. E nisso está sua maior virtude e seu maior defeito. Por que se por um lado tem a força do convencimento do voto, por outro deixa sempre irrequietos e “soslaiados” seus parceiros. É o dono dos votos? Tudo indica que sim. Mas, mesmo com este cacife todo, é ainda um figura frágil politicamente, a depender de uma estrutura partidária que não lhe pertence. E que além de não lhe pertencer, ainda não tem nutrido muita simpatia pelo seu modus operandi no trato com a coisa pública. Nisso se parece ainda mais com Marreta.

Mas, tal semelhança esvai quando se procura em Geninho o mesmo desprendimento e a verdade que havia no ex-prefeito. Que fazia o que fazia por indiscutível gana de ver a coisa pronta, de dormir com sua cidade dando passos largos de progresso, mas de forma nada cabotina, como agora. Mas, queiram ou não os desafetos, “yes, já temos ‘cacique'”. Que para não ser caricatura de si mesmo, precisa repensar atitudes porque, por enquanto, tem se comportado como uma espécie de “índio do ano 2000”*: de “chinelos/pareô/ cocar/com gorro de pierrô pra despistar/arco e flecha/só pra embaralhar”.

* (Ouvir João Bosco – “Dois mil e Indio”).

Até.

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