Ainda faltam exatamente dois meses e três dias para o pleito interno da Câmara Municipal, mas a movimentação em torno da escolha do próximo presidente já está a pleno vapor. Erra quem imagina que tudo está sacramentado, a partir do acordo firmado pela então chamada “coalizão”, que dava a presidência da Mesa ao decano vereador João Magalhães, do PMDB. Com ele, “subiria” Guto Zanette (PSB) para ocupar a cadeira de 1º secretário e lá ficariam Zé Elias (PMDB) como vice-presidente, e Toto Ferezin (PMDB) como 2º secretário. Priscila Foresti, a Guegué (PRB), “desceria”.

Mas, se não fosse suficiente a insegurança total que se abateu sobre o grupo devido aos últimos acontecimentos registrados naquela Casa de Leis, com a aproximação de dois vereadores do grupo formatado ainda em dezembro de 2008 com aq base zulianista, há também, agora, uma síndrome presidencialista entre os vereadores. Pelo menos dois edis do grupo estão se insinuando e comentando à boca pequena pelos corredores, que seriam os nomes da hora. Primo Gerolim (DEM), por exemplo, é um deles. Bertoco (PR), outro. Este último com menos intensidade, mas o primeiro diz querer “fechar” a vida política ocupando o cargo maior daquela Casa.

Na “coalizão”, Ferezin é o nome da esperança. Não são fracos os indícios de que ele pretende, e pode conseguir, o cargo. E aí teria o auxilio luxuoso do Chefe do Executivo. Porém, para tanto, terá que “rasgar” o compromisso assumido lá atrás. E correr o risco de um tremendo desgaste político. Consta que, neste formato, também Zanette ocuparia o mesmo cargo – 1º secretário – na Mesa. Mas, da mesma forma terá que “rasgar” o compromisso assumido. E correr o risco de um enorme desgaste político. Porque ele seria o sexto e necessário voto, que não viria de nenhum outro colega.

Pelo menos é o que garante Magalhães. Numa eventual virada do gênero narrada aqui, o placar final seriam seis votos para a situação contra quatro para a “coalizão”, enquanto se mantido o acordo firmado, o resultado seria exatamente o inverso. Portanto, fica claro que os dois edis eleitos pela oposição, que integraram a “coalizão” e hoje estão próximos – mas muito próximos mesmo! – do Executivo, são o fiel da balança. Se por um lado Magalhães garante ter assegurados pelo menos quatro votos, por outro não há, ainda, nenhuma indicação segura de que Ferezin e Zanette vão mesmo “debandar”.

Como muito menos há indicação de que ambos vão cumprir o que está escrito. Assim, a próxima escolha da Mesa da Casa de Leis passa mais exatamente por uma decisão de consciência de certos edis, que propriamente por uma decisão política destes. Pelo menos no que diz respeito a Ferezin e Zanette, esta é a única verdade. Porque para ter a Câmara sob seu domínio, o prefeito terá que trabalhar ali, dentro da “coalizão”, e pelo que ficou evidenciado até agora, teria que trabalhar exatamente estes dois vereadores. Porque Zé Elias estaria garantido, Hilário Ruiz, o presidente (PT) idem, e quanto à Guegué, desnecessário dizer qualquer coisa.

O que se espera é não termos que assistir novamente àquele triste espetáculo protagonizado em passado recente pelo então integrante do “grupo dos cinco” que depois de alguns titubeios acabou se tornando presidente da Casa, “trabalhado” que foi pelo Executivo de então – embora não se possa descartar que Chico Ruiz (PSB), praticamente foi atirado nos braços do ex-prefeito, por ação intempestiva do hoje alcaide Geninho (DEM), então presidente da Casa de Leis. Se ele se viu entre a cruz e a caldeirinha, como se diz, para esta situação foi empurrado.

Explico: O então presidente, hoje prefeito, precisava resolver um problema seu urgente-urgentíssimo. E resolveu. Com a ajuda de Chico Ruiz. Que depois precisou resolver o seu problema, que criara impulsionado por Geninho. Para tanto, teve que bater em outra porta. Na porta do Palácio da 9 de Julho. E assim se deu o que se deu, e todos conhecem o resto de história. Tenho a impressão de que a situação agora é outra, por serem outros os personagens envolvidos. É arriscado dizer que o resultado também será outro? Aguardemos.

Até.