A figura política de proa desta cidade – leia-se o Chefe do Executivo – parece estar fazendo uma força descomunal para que Olímpia se transforme numa espécie de feudo político de um pensamento só, uma única linha a seguir: a do “grande mestre e senhor”, no caso ele, prefeito Geninho (DEM). Em tudo parecido com seus “mestres”, o prefeito tenta fazer com que uma comunidade inteira o reverencie. E quando isso não acontece, ele se mostra furioso, incontido em sua diatribe, já que para isso canais ele tem, à farta.

Espera o prefeito que todos se quedem de joelhos a seus pés, o idolatrem e jamais questionem seus atos, suas decisões e seus deslizes. Sua tática de contestação não é o esclarecimento público verdadeiro, calcado na sinceridade de propósitos e de sentimentos. Ao contrário, é na mais pura verborragia inconsequente que o prefeito tenta, não explicar o objeto da crítica, mas desqualificar seus críticos. Para ele, ao que parece, não existe ninguém maior na cidade. Mais capacitado. Mais preparado para as coisas do Governo Municipal. E a isso se dá o nome de soberba.

E ela é tão descomunalmente nutrida pelo alcaide, que numa recente manifestação via “imprensa-amiga”, (aquela que não pergunta além do que e como ele quer ser perguntado), disse que na cidade, hoje, “não passam de 8%” aqueles que, digamos, não o aprova enquanto administrador. Isso vem significar que 92% da população olimpiense aprova seu ‘modus operandi’. Um fenômeno jamais visto por aqui ou alhures. Será que é por isso, então, que ele joga tanto com a paciência do cidadão? Com a certeza de sua complacência?

Será, ainda, que nos locais de onde vêm as críticas mais ácidas, as reivindicações mais urgentes, os apelos, são exatamente aqueles onde morariam esses 8% aos quais ele não dá a mínima e pode, num extremo, até estar praticando uma ‘vingançazinha’ básica? Não é possível crer nisso. Porque quem se pretende soberano, tem que no mínimo se comportar republicanamente. Contemplar a todos. Atender, verdadeiramente a todos. Não perseguir. Não tirar o “ganha-pão” deste ou daquele só por ter divergido de sua opção eleitoral.

Já se diz que o poder, via de regra corrompe a alma das pessoas. E uma vez neste estado, a pessoa passa a querer o poder absoluto. E assim acaba se corrompendo absolutamente. Faz mal enorme para si. E mal maior ainda para os seus próximos. Ele não percebe, mas acaba ficando sozinho. Está tão obcecado pelo poder que não atina para o fato de que todo aquele burburinho em seu redor é pelo que detém. Efêmero, mas que dura até terminar.

E nesse meio de tempo busca impor suas vontades a todos. Seu “soberanismo”, a ponto de fazer chacota de quem a seu lado não esteve e experimentou, por exemplo, revés eleitoral. Como se o mais importante fosse votar no homem e não no seu projeto político. E votar “naquele” homem seu escolhido, como se alternativa, até melhor, não existisse. A desobediência pagando-se com o “facão” do poder. Zap!

Engraçado que são exatamente os “caciques” de seu partido, o DEM, aqueles que mais clamam por direitos constitucionais preservados, ordem institucional preservada, e contra as ameaças à liberdade de expressão, pensamento e ação. Liberdade de imprensa, liberdade de opinião e quejandos.

E são eles, também, que a todo instante – mormente nestes tempos eleitorais – vivem pregando o perigo da “bolivarização” do país e coisa e tal, e aqui, no microcosmo chamado Olímpia, é possível vislumbrar-se coisas do gênero. Investir contra a imprensa livre e questionadora parece ser o esporte preferido do prefeito. inclusive fazendo ameaças veladas contra empresa de comunicação, no sentido de cercear, com seu poder de “corte”, patrocínios comerciais a este veículo. Típica atitude dos “anos de chumbo”.

Diz ele que aqueles que não comungam com suas idéias, decisões e atitudes, são “pessoas que torcem para que as coisas vão mal (sic), que não passam de 8% hoje, que vivem pregando informações distorcidas nas rodinhas e cafés, e até com concessão de serviço público, como emissora de rádio, e ainda ganhando patrocínio de empresas para desinformar”. Se isso não for uma ameaça à liberdade de imprensa, o que será, então? E, depois, se são tão poucos, para que se preocupar?

Até.