MODELO DE ATERRO

MODELO DE ATERRO

Amigos do blog, como é de se esperar, sempre, o “soldadinho” de mar, ar e terra do Governo Geninho (DEM), Leonardo Concon, que mantém (?) uma página de noticias oficiais na rede – em grande parte, também, para divulgar material pago de caráter comercial -, saiu rapidamente em defesa de seu “comandante-em-chefe” na tarde de ontem e, como é praxe, também, atacou a vereadora proprietária do semanário Planeta News, tentando politizar o que é mero jornalismo.

A indignação da vez é matéria publicada na edição de ontem, 11, do jornal, dando conta da sofreguidão do prefeito quanto à implantação e terceirização do aterro sanitário de Olímpia, sob o título: “Aterro poderá receber lixo tóxico e radioativo”. Não se sabe exatamente por qual razão o prefeito recorreu a ele de imediato, para que em seu espaço oficial tentasse, aí sim, confundir o cidadão olimpiense. O jornal não publicou nenhuma “mentira”, nenhuma inverdade, como ele quer fazer crer. O texto, na íntegra, foi extraído do próprio projeto que está na Câmara para ser discutido e votado, e no que depender do prefeito, a “toque-de-caixa”.

Leiam, abaixo, o trecho da matéria contestado pelo escrivinhador da corte:

O projeto de Lei 4.212/2010, Avulso 027, que está na Câmara Municipal à espera de tramitação, prevê que o aterro sanitário, ou “lixão” a ser implantado em Olímpia e depois terceirizado à iniciativa privada, poderá receber lixo tóxico, radioativo, inflamável e corrosivo. Estes e outros tipos de resíduos poderão vir de qualquer cidade da região, mediante contrato de prestação de serviços. O projeto prevê que 1% da receita bruta mensal da concessionária seja revertido ao município, para “obras sociais”. A aceitação também destes tipos de resíduos se dá pela necessidade de viabilizar economicamente o empreendimento, segundo texto do projeto.
Os resíduos especiais são aqueles gerados em indústrias ou em serviços de saúde, como hospitais, ambulatórios, farmácias, clínicas que, pelo perigo que representam à saúde pública e ao meio ambiente, exigem maiores cuidados no seu acondicionamento, transporte, tratamento e destino final. Também se incluem nesta categoria os materiais radioativos, alimentos ou medicamentos com data vencida ou deteriorados, resíduos de matadouros, inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos e dos restos de embalagem de inseticida e herbicida empregados na área rural.

Perceberam o “segundo texto do projeto” e a definição do que seja “resíduos especiais”? Perceberam também que existe a necessidade de aceitar este tipo de lixo “para viabilizar economicamente o empreendimento”? Está no parágrafo 2º do Artigo 10 do projeto que o prefeito quer ver aprovado na Câmara, repito, a “toque-de-caixa”. Mas que na opinião humilde e marginal deste blog deveria ser amplamente discutdo com a comunidade olimpiense antes. Para depois não haver chorume (perdoem o trocadilho, não resisti!).

outro modelo

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E para que não pairem dúvidas, vou impor aos amigos que insistem em acessar e ler este espaço democrático e destemido de informações variadas, a leitura da definição do que é lixo e suas classificações, baseado, conforme sugestão do “soldadinho”, em “gugadas” várias. O texto abaixo tem a pretensão de ser uma compilação, e espero que cumpra sua finalidade.

Os diferentes tipos de lixo se classificam de acordo com suas origens e características: “Dos espaços públicos como ruas, praças e praias”: Folhas, galhos de árvores, terra, areia, e também a enorme quantidade de coisas jogadas pelas pessoas. “Das residências”: Papel, jornais velhos, embalagens de plástico e papelão, vidros, latas, restos de alimentos e outros. “Das escolas”: Geralmente muito papel, pontas de lápis, além de embalagens e restos de comida. “Dos estabelecimentos comerciais”: Hotéis e restaurantes produzem muitos restos de comida, enquanto supermercados e lojas produzem principalmente embalagens de papelão. “Dos hospitais e outros serviços de saúde”: Este é um tipo de lixo que merece cuidados especiais, pois alguns materiais (agulhas, seringas, algodão, etc) podem transmitir doenças contagiosas. “Das fábricas”: Rejeitos sólidos, cuja composição (componentes encontrados) depende das matérias-primas e processos industriais usados. Geralmente, este tipo de lixo causa sérios danos à saúde. “Dos escritórios e bancos”: Muito papel, além de restos de alimentos.

E um capítulo especial:
Lixo radioativo, lixo industrial tóxico, inflamável ou explosivo: Produtos ativados: São materiais originalmente não radioativos (p. ex. do interior do reator ou dos arredores) que entraram em contato com radiação de neutrons e adquiriram radioatividade, tais como: contêiners, equipamento que operou com combustíveis nucleares, peças do reator, tubos de mineração, roupa/equipamento de segurança dos funcionários, utensílios de limpeza. Neste grupo incluem-se os resíduos sólidos provenientes das unidades de medicina nuclear, radioterapia, radiologia e quimioterapia. Esses são lixos especiais, que exigem um cuidado maior porque podem colocar em risco a saúde e a vida das pessoas. Assim, de todo lugar sai lixo. É natural. O que não é natural é ignorar que o lixo precisa ser tratado adequadamente.

Portanto, nobre colega, quem está tentando confundir quem? Fossem um pouco mais inteligentes, ou menos afoitos seus “tutores”, nem seria necessário desfraldar esta bandeira. O lixo radioativo é, sim, parte do “pacote” a ser negociado com a empresa que levar este aterro. O projeto diz que a empresa terá que usar equipamentos de “alta tecnologia”, se não não leva o aterro. Mas não se ppode esquecer que, antes de tudo, o lixo, nestas circunstâncias, será, então, uma artividade privada. Um negócio. E na iniciativa privada, ao contrário da atividade pública, o que conta é o lucro. E quanto maior, melhor.

E se o projeto de Lei do aterro de Olímpia não tem cláusula específica proibindo o despejo de lixo radioativo – que bem se viu acima, está contido em locais e materiais insuspeitos-, é de se supor que, havendo a necessidade, a cidade vai, sim, acondicionar o material. Queiram ou não os escudeiros de plantão.

Até.