Amigos do blog, estranhas as explicações recebidas hoje pela manhã da secretária municipal de Assistência Social, Carmem Bordalho, sobre a terceirização dos serviços – todos eles – na Pasta pela qual responde. Ela insistiu em dizer que tal procedimento já era adotado na gestão passada, de Cristina Reale. Aparentemente, deve estar havendo aí uma tentativa de se igualar o que é diferente. A secretária disse que a mesma sistemática era usada antes e que, portanto, nada há de novo nisso. Aliás, já no ano passado a coisa foi levada desta forma e agora o prefeito Geninho (DEM) só está buscando atualizar o contrato, já que o que mantinha com a Sollus, venceu.

Mas, o que a secretária Bordalho classifica como terceirização na gestão passada, era apenas a prestação de consultoria feita pelo especialista Geraldo Lima, que não tinha equipe de técnicos e funcionários, como estaria a exigir o edital de contratação de uma nova empresa para gerir todos os programas da Assistência Social em Olímpia. O que nos lembramos, quando da atuação da ex-gestora Cristina Reale, é de vê-la “ralar”, correr para todos os lados, fazer um barulho danado em torno das questões relacionadas à sua Pasta. Ignorando outras questões, entendíamos ser a então secretária pessoa bastante dedicada à causa.

Diferentemente do que se vê agora quando, emblematicamente, a secretária pouco aparece, seus projetos pouca visibilidade têm, e até nos arriscamos dizer, pouca eficácia, também. Mas, agora se pode compreender, que dentro da atual conjuntura, a culpa nem é dela. Já que não é ela a responsável por gerir estas questões. Até então era a Sollus, que para tanto era ressarcida à base de R$ 45 mil a R$ 48 mil por mês. Pelo que deu a entender Bordalho, a empresa que vai assumir a gestão social deverá trazer o “kit” funcionários – assistentes sociais, psicólogos, técnicos. E a pergunta que fica é: e os concursados para estas funções naquela Pasta, como ficam?

Como os amigos podem ver, o pregão presencial diz respeito à contratação de “prestadora de serviços na área de assistência social”, e não “de consultoria”, por exemplo, que é o que fazia Geraldo Lima na gestão passada. Esta empresa irá prestar serviços no atendimento aos programas “Projovem”, de “Atendimento Integral à Família/Programa de Proteção Social Básica-PAIF”, ao “Centro de Referência Especializado de Assistência Social-CREAS”, ao “Bolsa-Família-IGD”, ao programa de execução de “Medidas Sócio-educativas”, ao de “Erradicação do Trabalho Infantil-PETI”, ao “Renda Cidadã-PRC”, ao “Idosos em Meio Aberto-Terceira Idade”, ao “Centro de Referência de Assistência Social-CRAS”, e ao “Ação Jovem-PAJ”.

Ou seja, todos os programas mantidos pela Assistência Social local, já que nada emanou daqui mesmo, como “produto local” no setor. Talvez até o Fundo Social, gerido pela primeira-dama Fernanda, venha ocupando alguns espaços que caberiam à Pasta, sem que isso seja um demérito, claro. De resto, a secretária não soube explicar muito bem estas questões, até mesmo porque foi pega de surpresa, logo pela manhã, com este tema.

Por exemplo, ao mesmo tempo em que dizia ser a empresa responsável pelos funcionários, era a prefeitura que tinha que providenciá-los, ou seja, seria usado o próprio quadro da Assistência Social, mas a empresa receberia por serviços prestados. Ou: a empresa traz seus funcionários e os concursados sabe-se lá o que farão. Tudo meio confuso, mas que ela se prontificou a explicar no programa “Cidade Aberta” desta quarta-feira, 1º de setembro, às 11h30 da manhã. Acompanhe.
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O TROFÉU
Assessor direto do prefeito – refiro-me aqui a um daqueles que mantém os pés no chão – garantiu hoje ao blog que o troféu que o prefeito Geninho (DEM) foi receber ontem em São Paulo, “é de verdade”. O “de verdade” em questão é para explicar que não se trata de “picaretagem” do tipo que existe à farta por aí, do tipo pagou para ser o “melhor da pesquisa” é, se não o melhor passa a ser o “segundo melhor” e assim por diante. Como justificativa, lembrou dos artistas globais presentes – três que estiveram em “Páginas da Vida”, fazendo papéis secundários; Marcos Mion, do “Legendários”, da Record, e do olimpiense Paulo Goulart, e muitos outros menos ou mais cotados.

O blog, de qualquer forma, prefe manter um pé atrás também desta vez – a vez anterior foi com a primeira-dama sendo agraciada como uma das 30 melhores do Estado, com apenas um ano e meio de “primeiradamisse”. E mantemos nosso pé atrás, primeiro por conhecermos o mecanismo que move este tipo de convescote, bem ao agrado das vaidades humanas e, segundo, pelos critérios usados para a escolha do prefeito olimpiense: “Revelação”, com ênfase para o social, gestão pública e meio ambiente.

Primeiro, “revelação” em relação a quem, ou a quê? Segundo, “ênfase no social” é critério no qual o alcaide  vem dando mostra de ter pouca envergadura, já que terceiriza o setor à custa dos impostos. Terceiro, “ênfase na gestão pública”. Como, se as finanças do município estão sob suspeita, e mudanças radicais foram e ainda terão que ser processadas para que a “casa” fique em ordem até dezembro próximo, assim evitando uma catástrofe? E “meio ambiente”. Meio ambiente? O que se fez até agora na cidade neste aspecto?

Se levado ao pé da letra, na verdade este setor nunca foi tão degradado. Nunca tantas árvores foram ceifadas – da lista faz parte até a cinquentenária do aeródromo. Os rios continuam poluídos – aliás há dados que confirmam um maior assoreamente dos rios nos últimos tempos. Continuamos jogando água fora e invadindo área de manancial, destruindo flora, fauna e mata ciliar. Ou seja, há algo, neste “óscar”, totalmente fora da ordem local. Totalmente em contraste com o nosso ambiente social, administrativo e ambientalista. Alguma coisa está errada. O tal “óscar” pode até ser “de verdade”. Mas suas motivações, seguramente não o são.

Até.