Amigos do blog, acaba de se concretizar a intervenção da Santa Casa. São muitas e controversas as opiniões sobre a decisão. Da parte do Poder Público, há sempre a evasiva de que não se queria a intervenção, que ela só ocorreu por recomendação do Ministério Público, que tal intervenção não era o melhor caminho para a solução do problema do hospital, e por aí afora. Falam assim o prefeito Geninho (DEM), a secretária municipal de Saúde, Silvia Storti, e o vice-prefeito, agora interventor-presidente, Gustavo Pimenta (PSDB). Da parte do grupo ligado ao hospital há a quase certeza de que o prefeito interveio na Santa Casa por que quis intervir. Os motivos? Um grande mistério paira no ar. Mas há quem arrisque um palpite político: o objetivo seria a destruição da imagem política da provedora Helena de Sousa Pereira. Já especulei sobre isso aquii em post anterior, lembram? Mas hoje ouvi também de pessoa insuspeita, a mesma impressão. Outra corrente entende que, se o prefeito de fato não quisesse intervir, não o teria feito. Bastava dizer “não”. Até porque, hoje pela manhã os médicos decidiram aceitar a proposta de R$ 50 mil mensais feita pelo hospital, protocolaram o acordo no processo e à zero hora desta sexta-feira voltam ao plantão de disponibilidades, a maioria deles. Pronto, bastava isso, o pivô da recomendação do promotor, e a necessidade da intervenção estava derrubada. Mas, surgiram novidades no documento do promotor, segundo o interventor-presidente. Agora não era só a paralisação, era também a questão da UTI, o déficit de quase R$ 600 mil, os funcionários e outros ‘apêndices’. Ou seja, ‘justificaram’ a intervenção, no entendimento de um observador interno. De onde tirar dinheiro? Interventor e secretária dizem não saber. Como resolver o problema?  Ambos dizem não saber. A impressão que dá é a de que eles lá chegaram sem saber o que fazer, então? Este observador não acredita nisso. Acha que eles sabem sim, e muito bem, o que vão fazer. Será o tal plano ‘B’ alardeado pelo prefeito? Sim, mas qual é este plano ‘B’? O interventor disse que não sabe, que não tem, que primeiro estão executando o plano ‘A’, que é a intervenção. Depois vem o resto. Assim, fica a pergunta no ar: por que Geninho quer tanto a Santa Casa? “Com certeza não é para sofrer desgastes desnecessários com mal atendimento, falta da pegamento, reclamações do povo, má vontade dos médicos e por aí afora”, tenta responder esta fonte. Tenta. Mas não decifra o enigma. E assim corre o risco de ser devorado. Como todos os demais que, cismando o prefeito, faça sombra ao seu projeto político de 20 anos.

INTERVENTOR CHEGA AO HOSPITAL

INTERVENTOR CHEGA AO HOSPITAL

 

DEPOIS DA PORTA

DEPOIS DA PORTA

 

OS INTERVENTORES
OS INTERVENTORES

 EM TEMPO: o mandato da atual diretoria se encerraria no início de abril. A provedora Helena Pereira já havia anunciado que não iria montar chapa para permanecer à frente do hospital. Porque então o prefeito Geninho preferiu intervir ao invés de esperar que a atual diretoria deixasse os cargos à disposição? Faltavam cerca de 30 dias somente. Se os médicos já haviam aceitado a volta ao trabalho, não haveria maiores solavancos ao hospital, já que os demais problemas apontados pelo Ministério Público como justificativas, são problemas históricos do hospital, que já veem de décadas. E que, aliás, nunca estiveram tão sob controle como estavam agora. Na realidade, os interventores vão pegar um hospital ‘redondinho’, fácil de tocar. Bastando resolver a questão financeira. Mas, fisicamente a Santa Casa está 99%. Bem diferente de como estava quando a atual diretoria assumiu, em 2007. Milhões em dívidas espalhadas por todos os segmentos específicos do hospital, incluindo até supermercado. Mais de R$ 2 milhões. Hoje, o que o hospital deve, é para bancos, empréstimos perfeitamente pagáveis, conforme estavam sendo. Portanto, a Santa Casa é daqui para frente. Retroceder jamais!