Amigos do blog, bastante grave o fragrante feito esta semana pelo Planeta, e publicado em primeira página na edição de hoje, sexta-feira, 5. O “lixão”, aquele monstro aterrador que foi o pesadelo do hoje prefeito Geninho (DEM), mas que o acompanhava ainda na campanha eleitoral, continua vivo. E berrando da geral. Mais que isso, alimentando os urubus. Exatamente naquele mesmo local interditado pela Cetesb e alvo de multas tanto do órgão quanto do Ministério Público. E foi por causa dele que o prefeito decidiu terceirizar a coleta, o transbordo e o transporte de tudo o que fosse coletado para o aterro sanitário do seu primo, lá em Catanduva. Tudo a um custo que beira R$ 1 milhão. Discursava o prefeito no sentido de que terceirizar era necessário, até que a situação na cidade fosse normalizada, com a implantação de um aterro novo. Para isso foi até aumentado de forma escorchante a taxa de coleta de lixo, em ‘módicos’ 129%. Quase um ano depois, no entanto, descobre-se que tudo não passou de um tremendo blefe. Por quê? Simplesmente porque o aterro sanitário não veio, não foi dada uma solução local para a coleta de lixo, e a área do “lixão” não foi desativada, como prometeu o alcaide. E nisso tudo, há uma agravante: a Multi Ambiental ainda desfruta da benevolência administrativa de Geninho, que liberou máquinas, caminhões e funcionários municipais para dar uma “força”. Denúncia feita, restaria ao Ministério Público se manifestar? Ou, antes disso, restaria ao Poder Público tomar as devidas providências? Porque o secretário de Obras, Gilberto Toneli Cunha, está ciente de tudo o que está acontecendo ali. E condescendências não ficam nada bem quando está em questão o bom uso do dinheiro público.

SALATA, O IRÔNICO
Não é de hoje que venho ressaltando aqui e alhures o espirito jocoso do vereador Salata (PP), líder do prefeito na Câmara, quando vai se dirigir aos colegas seus desafetos, quando estes se manifestam contrários a projetos ‘suspeitos’ do Executivo, ou mesmo fazem algum tipo de cobrança no âmbito administrativo. Ele sempre usa do artifício de fazer longas explanações, muitas vezes fugindo do tema central em discussão ou ironizando os colegas que não fazem parte da ‘bancada prozac’. Detalhe: sempre que termina sua argumentação ele se volta para a sala de imprensa e solta um fio de riso, como a dizer “viram, como sou essshsperrrto?”. Dois exemplos recentes pincei da sessão ordinária de segunda-feira. No primeiro exemplo, ele fazia reparos no inflamado discurso do vereador Magalhães contra o secretário de Planejamento, Amaury Hernandes, quando insinuou que o vereador estava fazendo aqueles ataques porque “não teve a felicidade do vereador Guto, e não teve a oportunidade de ser chamado para o convênio”, referindo-se a uma viagem que Guto Zanete (PSB) fez a São Paulo com o prefeito para a assinatura de liberação de uma verba de R$ 80 mil, reivindicada por ele. E, claro, logo em seguida voltou para sua mesa, rindo com aquele risinho….

PERMEABILIDADE
Depois, respondendo crítica do vereador e presidente da Câmara, Hilário Ruiz (PT) quanto à troca das pedras do passeio central da Avenida Deputado Waldemar Lopes Ferraz por grama, decisão que Ruiz considerou desrespeitosa à história do município, pois são resultado de um trabalho artesanal, Salata argumentou que trata-se de “uma questão estritamente técnica”. Dizendo que cresceu “vendo aquelas pedras”, e mesmo reconhecendo que a preocupação de Ruiz “até tem fundamento”, alegou que “o problema é o meio ambiente”. Para logo em seguida sentenciar: “O prefeito cumpre mais um ítem para deixar a cidade mais bonita”. E para tanto danem-se as preocupações mais profundas. Vale a aparência, parece querer dizer Salata. Quem te viu, quem te vê. O que se deve ressaltar no vereador é que ele é um apaixonado pelo que faz. Entrega-se de corpo e alma, sempre, ao objeto de sua veneração. Portanto, sorte do prefeito Geninho que Salata ‘está’ situação.

E NO DIA 4….
Lembram-se de que falei aqui outro dia que o vereador Toto Ferezin (PMDB) havia pedido para que esperássemos até o dia 4 para termos informação sobre a tão comentada nomeação dele como secretário de Governo? Pois é, dia 4 foi ontem e ele nada nos disse, mas informações colhidas aqui e ali dão impressão de que há, sim, novidade. Mas não no nível esperado pela opinião pública, aparentemente. Toto deve se afastar da Câmara, e por seis meses, segundo consta, para tratamento de saúde. Ele ainda não oficiou a Câmara, mas a expectativa é a de que o fará já na próxima semana. Segunda passada ele não compareceu à sessão. E pode ser que também na próxima segunda-feira se ausente e aí já com a leitura de seu pedido de afastamento por um semestre. Sendo assim, o presidente terá que convocar seu suplente, no caso Marco Carvalho (PPS), primeiro na lista da coligação ‘Renovação’, do então candidato Geninho. E…voalá, se cumprirá o grande desejo do Executivo! Qual é? Lei abaixo.

LUGAR COMUM
Claro que o amigo já matutou sobre que grande desejo é esse, não? Se acompanha o dia-a-dia deste blog, com certeza já. Tratam-se das malfadadas contas de 2007 do ex-prefeito Carneiro. Que estão na Câmara para serem votadas, com parecer do Tribunal de Contas pela rejeição. É claro que a consumação desta rejeição pelos edis é o sonho de consumo do prefeito Geninho. E para isso, há tempos vem movendo céus e terras. Não hesitaria em nomear Toto ou quem se dispusesse a tanto para obter tal intento. Talvez tenha conseguido uma solução paliativa. Assim, Toto não ficaria mal nem com seu grupo, nem com seus eleitores. E ficaria bem, muito bem, com o prefeito. Por tabela o ajudaria nesta saga visando tirar Carneiro do páreo eleitoral de 2012. Porque não se iluda o amigo, Geninho tem, sim, um medo eleitoral do ex-prefeito que se pela. E eu já disse aqui: não sei por que. Mas, conhecedor dos meandros político-eleitorais como ele é, deve ter lá suas profundas razões. Então, que venha o Marco Coca.

TERROR
Houve um tempo, quando se vivia numa berlinda danada neste país de meudeus que fazer jornal ou jornalismo destemido era praticamente assinar sentença de morte. Baionetas, cassetetes e camburão eram as respostas. Depois, muitas vezes, o sumiço. Ou a volta para casa em frangalhos. Felizmente este tempo já vai longe. Mas, seus resquícios estão por aí. E por aqui. Porque também nesta antes Menina-Moça, hoje Capital do Folclore, se ensaia a tática do terror sobre meios de comunicação, embora de forma disfarçada. Existe a tática do terrorismo ‘branco’ sobre a imprensa. E vem de anos. Já que por estas bandas os políticos e as formas de fazerem política não mudaram. Com pequenas variações, todos acabam se parecendo, bebendo água na mesma bica, já que, de uma forma ou de outra, todos desceram um dia, politicamente falando, à mesma pia batismal. São frutos de uma mesma semente, seres originados de um mesmo gene. E buscam lá atrás, em tempos idos e que não querem se apagar, a forma burlesca para tentar impedir que suas verdades venham à tona. Que a luz alcance a escuridão das intenções que povoam seus mundos. Mas, quem ainda pode resistir, que resista. ‘No pasarán!’ Cantemos a velha canção: “Se querem meu sangue, terão o meu sangue só no fim”.

NÃO DEU
Foram muitos e fortes os comentários e questionamentos na cidade sobre um eventual rompimento do prefeito Geninho com o empresário radiofônico que lhe emprestou apoio e tudo o mais na campanha eleitoral. O blog pôde apurar que de fato este rompimento existe, mas não pode garantir até quando. Por enquanto existe a pouca vontade por parte do poderoso de turno em fazer as coisas serem como antes, e a mágoa renitente do empresário, pelo fato das coisas não terem saído como ele esperava. Algumas tentativas de aproximação foram feitas, mas as bases que o poderoso de turno tem querido negociar não agradam em nada o empresário. E há também, dizem, muitos “padrinhos” querendo batizar o retorno das coisas aos níveis de antes do poder estar sacramentado. Um deles, comenta-se, seria o próprio vice-prefeito, Gustavo Pimenta, para surpresa de muitos. Mas, consta que o último encontro intermediado por ele teria durado só quinze minutos, e o empresário teria saído do Gabinete, como se diz, ‘cuspindo fogo’. Será lenda?