Amigos do blog, que tristeza! Sabe aqueles momentos de melancolia, em que você pára para pensar nas coisas e chega a uma conclusão dolorosa? Pois é isso que me ocorreu nesta manhã, quando dei uma passada d’olhos no jornal “Gazeta Regional”, mais especificamente na coluna de comentários chamada “Metendo o Bedelho”. Maior que a inapropriação do nome da própria coluna são as notas inseridas ali. Escritas, como já disse várias vezes, por gente próxima do próprio prefeito Geninho (tinha colocado ‘emissários’, mas pensando bem não devo, e o amigo vai entender já, já, por que), tais notas não cumprem com a básica função de levar ao leitor do jornal o pensamento, a reflexão sobre determinadas questões. Ao contrário, cumpre a função comezinha do reducionismo político-partidário, da maledicência escancarada, proém do bom exemplo de como não deve se comportar pessoas que, por um motivo ou outro, são próximas do mandatário de turno. E o ‘ofício’ dessa gente parece ser o de atacar o concorrente direto daquele semanário, o “Planeta”. Parece que tiram a semana buscando respostinhas supostamente engraçadinhas, inteligentezinhas ou perspicazezinhas, mas que na verdade são apenas dropes de involução política. E deixam antever, ainda, que a sombra do governo passado ainda paira sobre suas cabeças, porque comemoram o fato do editorial de sexta-feira passada do concorrente ter feito uma análise do quadro político local e colocado a questão da sucessão eleitoral na cidade em pratos limpos. O que os deixou felizes da vida foi o trecho que diz: “(…) Pelos lados do prefeito Carneiro, seu indicado para a sucessão, Dr. Pituca, fracassou na primeira tentativa. Não demonstrou afinidade nem disposição para assimilar o universo da política (…)”. Assim, deduziram lá que o jornal havia colocado Dr. Pituca como ‘carta fora do baralho’ da sucessão, para usar a expressão deles. Nada mais patético, que tornarem-se meros melros do poder, esta gente que chegou lá imaginando-se verdadeiros deuses do Olimpo.

FUINHAS
Mal sabem estes asseclas mal-servidos de plantão que cumprem um triste e doloroso papel, o de bufões acantoados, esfalfando-se para agradar o monarca. Já disse aqui que hoje, no seio do Governo Municipal esta gente ocupa o espaço reservado aos serviçais mundanos de um universo ao qual eles demonstraram, por ‘enes’ razões, não estarem à altura, não terem pendores para a inserção. Assim, só lhes resta saltitar, tentar fazer graça, ou que outra forma encontrariam para justificar o butim? Mas são cavaleiros de tristes figuras, correndo ao derredor do poder central, onde figuras chegadas de outras paragens ditam a norma, a forma e a regra. Portanto, é até compreensível, embora não aceitável, tal comportamento. É a doença da alma. E muito mais que para com qualquer doença, com essa é preciso doses cavalares de condescendência. Fazer o quê…

MUDANDO O TEMA
O PMDB continua o mesmo. De uma forte agremiação política nos tempos de chumbo deste país, quando ainda era o glorioso MDB, a sigla acabou por reduzir-se a um fragmento partidário, penduricalho de siglas maiores, a trocar a dignidade política de seus próceres por cargos e poder sempre pela metade. Me lembro que ainda em 1982 (ou talvez 81), então inciante na lida do jornalismo, escrevi para a “Folha da Região” um artigo onde analisava o MDB, e num certo trecho do texto disse que o partido vivia “das migalhas” que caiam do poder. O então lider do partido em Olímpia, depois meu dileto e admirado amigo Décio Pereira, hoje saudoso, foi até a redação do jornal, que ficava na 9 de Julho, em frente o Banespa, hoje Santander, reclamar reparação. Escreveu algo, depois, rebatendo este humilde escriba. Ele, Décio Pereira, que reputo uma das mais inteligentes mentes políticas que Olímpia já teve, pelo menos nos últimos 30,40 anos! Mas, as contrarrazões de Pereira não me fizeram mudar de idéia. Logo em seguida, surgia o PMDB para corroborar com o que eu havia dito antes. PMDB que foi, também, depois, motivo de desconforto e descontentamento para o audaz militante Pereira. Que, no entanto, se manteve firme, forte e irredutível nas suas hostes.

ONTEM E HOJE
Pareceu-me agora, algo premonitório aquele artigo de 28 aos atrás. Passado um tempo, o próprio Décio Pereira classificava o partido como “um balaio de gatos”, dada a sua multifacetada composição. Haviam arrombado as portas do partido, pisado sua bandeira, atirado na lata do lixo da história toda a sua tradição de luta e combate contra a ditadura, de abrigo dos descontentes com o estado de coisas vigente à época. E hoje, quando se houve o deputado estadual Uebe Rezeck dizer que o partido irá se estraçalhar para alcançar objetivos imediatos e de conveniências, reavivo aquele meu pensamento. Porque o PMDB é um em São Paulo, e outro em Brasília. Quer uma coisa aqui, e outra coisa no Distrito Federal. Perdeu grandes figuras impolutas e de forte liderança nacional, como Tancredo Neves, Ulysses Guimarães (“Bota fé no velhinho, que o velhino é demais”, lembram?), Franco Montoro e outros poucos, que já, a bem da verdade, estavam sendo atropelados pelos adesistas oportunistas. Enfim, sempre navegando em barco alheio, comportando-se feito escória política, o PMDB não existe. A não ser para seus usurpadores, que dele tiram todo o leite possível de sugar. Uma pena!

VAMO VÊ NO QUE DÁ
Agora à tarde estão reunidos na Secretaria Municipal de Saúde médicos, provedoria da Santa Casa, secretária municipal de Saúde, Ministério Público e, quiçá, o prefeito, para tentar-se um consenso em torno do ‘plantão de disponibilidade’, assunto que rendeu muito esta semana. Espera-se que o bom senso prevaleça, e que as coisas sejam colocadas em seus devidos lugares. Caso contrário, quem pagará por isso será a população sofrida e sem assistência em saúde que contemple suas necessidades. Diz o advogado Gilson Eduardo Delgado, que os 33 profissionais nem fazem questão de receber o atrasado – que, se vier, é muito bom! – mas querem eles que pelo menos a partir daqui por diante, suas prerrogativas sejam respeitadas. Disse também o advogado que o quadro médico de especialidades em Olímpia está ‘minguando’ com o passar do tempo, e que de dez anos para cá houve um esvaziamento assustador no rol de especialistas a fazer plantão ou não no hospital. “E isso é o mais grave”, apontou Delgado. E bota grave nisso, corrobora este blog. E complemento: isso tudo é resultado da política caolha que todos os nossos últimos governantes – e bota 30, 40 anos nisso! – desenvolveram na cidade. A culpa é todos, sem exceção. Geninho pode os redimir, se não deixar falar mais alto a arrogância e a prepotência tão comum aos nossos governantes ao longo da história desta Menina-Moça um dia, hoje Capital do Folclore.

COMENTO
A propósito deste assunto, tomo a liberdade de esclarecer três comentários postados no blog, acerca do tema, dois deles por Arlindo M. Basilio (armabas@hotmail.com), outro por Marcos Garcia “Barba” (barba.olimpia@gmail.com). No caso dos dois primeiros, pela insistência em dizer que a Santa Casa “assumiu vários e volumosos empréstimos” nesta atual gestão, que agora estaria tendo dificuldades para saldá-los. E mais, que o próprio hospital estaria fomentando a crise com os médicos, como forma encontrada pela diretoria para se eximir da responsabilidade das dívidas. Quanto ao “Barba”, este insinua que os médicos estariam agindo só agora, porque mudou o Governo Municipal, e que, por conseguinte, eles nada teriam feito no Governo anterior.

PRIMEIRO, O BASILIO
Em síntese, o amigo imagina que a Santa Casa está cheia de dívidas e por isso a diretoria estaria dando um jeito de “cair fora”. Então, devo lhe explicar uma coisa. A diretoria do hospital contraiu um único empréstimo, em abril deste ano, dentro do programa chamado “Pró-Santa Casa I”, junto à Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 850 mil, com a anuência da Secretaria Municipal de Saúde. Só com a anuência, o município – leia-se Poder Público – não tem qualquer responsabilidade sobre eventual inadimplência que, neste caso, a provedora, que assinou o documento, paga com seus próprios bens. Este dinheiro serviu para zerar todas as pendências do hospital, e ainda sobrou um pouco, que foi usado na compra de medicamentos.

ZERANDO
Com ele foi saldado o resto de um empréstimo de R$ 400 mil feito junto ao BMC, no valor de R$ 236,19 mil, outro junto ao BIC Banco, de R$ 120 mil, dos quais restavam a pagar R$ 12,3 mil. Para o fornecedor de cortical, foram R$ 11,799 mil, outros R$ 30 mil foram para cumprir acordo de reajuste a funcionários não concedido. O Ministério da Saúde recebeu os R$ 284 mil restantes de uma dívida antiga que começou em R$ 88 mil e já remontava a R$ 400 mil. Também foram pagos R$ 73.766 em despesas de cartório de protesto, todas dívidas antigas, acumuladas entre 2004 até 2006. E ainda a despesa com a Federação dos Hospitais, de R$ 7.754. Tudo somado, o montante que foi despendido logo que o dinheiro entrou no caixa do hospital foi de R$ 655.798,51. E os R$ 194.201,49 restantes foram aplicados, para render juros, e usados na compra de medicamentos. Feito isso, a Santa Casa paga apenas as parcelas subsidiadas deste empréstimo. Mais nada.

SEGUNDO, O “BARBA”
No caso deste leitor, só para fazer uma correção, no tópico onde ele diz que os médicos só estão acionando agora o Poder Público porque mudou o prefeito, e nada tinham feito quando Carneiro estava na prefeitura. “Barba”, a ação movida pelos médicos é de 2007. Várias tentativas de solução foram feitas também na administração passada, sem sucesso. Pressões foram muitas. Portanto, não há dois pesos e duas medidas. Fica tranquilo. Um abraço.