Amigos do blog, a cidade foi sacudida nas últimas horas, pela mais nova ‘decisão administrativa’ do senhor prefeito Geninho Zuliani (DEM). A adequação de uma lei que trata dos cargos e vencimentos do funcionalismo público (efetivos e comissionados) a um objetivo determinado é de fazer corar o mais impudico dos seres.

Mudar os requisitos exigidos para provimento de cargo de secretário municipal para, segundo as informações correntes – e não desmentidas até agora por quem de direito -, ‘facilitar’ a nomeação de alguém a quem o prefeito deve muito, eleitoralmente falando, dá engulhos.

Nada contra a pessoa, a figura social do ex-prefeito José Rizzatti. Pelo contrário.

Rizzatti foi prefeito de Olímpia em duas ocasiões – 1989-1992/1997-2000, e naqueles tempos o atual prefeito ainda estava nos ‘cueiros’ da política. Passados os anos, tornou-se vereador, o então prefeito perdeu as eleições para um terceiro mandato (não consecutivo, claro!).

Depois, tentou novamente voltar ao cargo, perdeu mais uma vez e aquietou-se a partir de então. O lider de uma certa parcela de eleitores locais só voltaria à ativa em 2008, convidado que fora por Geninho para integrar sua campanha. E ele lá foi. Com a cara e a coragem.

Gritou, esbravejou, pediu voto, empenhou palavra, nome e currículo político no afã de eleger o seu ‘apadrinhado’. No final das contas, resultado positivo, lá estava o ‘menino’ eleito, festa, alegria, alegria. A posse, e tudo o mais.

A hora das nomeações para os cargos comissionados, o secretariado, o Daemo, a Prodem e…Cadê o meu? O ex-prefeito foi para um canto e lá ficou, mudo, acabrunhado, confidenciando seu desconforto e sua inconformidade a uns tantos poucos mais chegados.

O tempo passou…..

Quase um ano depois, ao que tudo indica, lembraram-se dele. Mas, como ajeitar as coisas já que cargo reles para ele não cabe, a figura impoluta e imponente de um ex-prefeito? E ex-prefeito de dois mandatos! “Só nos resta uma saída”, pensaram. A última Secretaria com a cadeira vazia.

“Mas, como colocá-lo lá, se as exigências estão acima de sua formação técnica?”, questionaram. “Simples”, concluíram. “Dando o ‘pulo-do-gato’ pra cima da Câmara Municipal”. Difícil? Claro que não para quem conta com vereadores ‘stand-by’ como conta o prefeito. Na hora do ‘mamãe-me-ajuda’, lá estão eles. A postos.

José Elias de Morais e Toto Ferezin têm cumprido bem o papel de ‘agregados-ilustres-para-soluções-de-emergência-do-Executivo’. São convocados quando a situação o exige e atendem prontamente. Sem questionamentos, que o momento não é para isso. O ‘depois’ é o que importa.

Tudo pronto, tudo organizado, lá vai bomba! E a Câmara, por conta disso, se vê dividida entre minoria que questiona e maioria que abona, que balança a cabeça, que dá vida ao ‘presépio’. Consegue-se o que se quer, apesar do estrondo causado, apesar das fissuras de imoralidade frente à coisa pública.

Tudo aprovado, tudo certo, nos conformes. Descobre-se, finalmente, a que, ou melhor, a quem se destina aquilo tudo, e a cidade treme. Mas, e daí? Homens públicos com ‘h’ minúsculo não têm ouvidos para o clamor popular. Bastam-lhe os seus arranjos, os seus fins, “que os meios acabam justificando”, matutam.

Feito isso, feito tudo isso, aí saem falando que não, não é bem assim. Saem falando que não é ele! Mas, se não for ele, será outro nas mesmas condições, tanto faz. E se não for ele, é porque ele próprio não mais quis, dada a repercussão negativa.

E, como disse um pouco acima, se não for ele, será outro nas mesmas condições, tanto faz. A desfaçatez político-administrativa já está consumada. A atitude de desprezo e negligência em vista da opinião pública, dos eleitores e de quem paga seus impostos, está solidificada.

E que Deus nos proteja!