Amigos do blog, na sexta-feira à tarde tomamos conhecimento de uma atitude estranhíssima do presidente do clube Thermas dos Laranjais, que vem jogar ainda mais obscuridade sobre tantas discussões em torno dos interesses dele (clube).

Desta feita foi algo que ninguém esperava, e que ninguém vai entender num primeiro momento, quiçá num segundo ou terceiro momentos, variando conforme as explicações forem ou não convincentes. Eu explico:

O Diário Oficial da União do dia 19 de agosto de 2009, publica na Seção 1, pagina 68, a outorga de ‘Alvarás de Pesquisas’ ao empresário Benito Benatti, válido por dois anos, abrangendo os dois poços que abastecem o parque de águas do Clube Thermas dos Laranjais.

Os documentos de concessão se referem ao direito de uso das águas do poço da Petrobrás e do outro, cuja perfuração foi contratada e paga pelo Thermas após o problema registrado com desbarrancamento e contaminação por óleo na fonte original, próximo à Rodovia Assis Chateaubriand.

Os alvarás, assinados pelo Diretor Geral do DNPM, receberam os números 8694/2009-820.598/2009, ambos em nome de Benitto Benatti e não do Clube Dr. Antônio Augusto Reis Neves (Thermas dos Laranjais).

A cronologia dos fatos, até a obtenção do direito de uso, mostra que o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão do governo do Estado de São Paulo, revogou a autorização de uso que concedera ao Thermas no dia 7 de agosto de 2009, sexta-feira.

Na segunda feira, dia 10 de agosto, logo pela manhã, fiscais do DNPM, escoltados por agentes da Polícia Federal, lacraram os poços e o clube ficou proibido de utilizar a água quente termal das duas fontes.

Apenas dois dias depois, precisamente dia 12 de agosto de 2009, o empresário Benito Benatti, em seu próprio nome e com a documentação completa, solicita e obtém do órgão do Ministério de Minas e Energia a ‘Licença de Lavra’ dos dois poços, sobre os quais tem a concessão oficial pelos próximos dois anos, dependendo de sua autorização pessoal o uso das águas pelo Thermas.

O curioso na história é que, no dia 28 de agosto de 2009 uma Juíza Federal concedeu liminar para reabertura provisória dos poços do Thermas, não havendo informações se o pedido judicial foi formalizado em nome do Clube ou do empresário Benito Benatti.

Note-se que Benito já havia obtido a licença, em seu nome, nove dias antes da decisão da  Justiça Federal que, neste caso, resultou inócua.

Na última quinta-feira a Câmara Municipal realizou Audiência Pública, a pedido dos sócios proprietários do Thermas, para debater e contestar o projeto que transforma o clube em bem de Utilidade Pública, sob alegação de que a medida, se concretizada, vai prejudicar todos os sócios, proprietários ou contribuintes.

Pois bem, se até agora ainda não conseguiram explicar muito bem a lacração dos poços. Se até agora ainda não conseguiram explicar muito bem a insistência em qualificar o clube como entidade de Utilidade Pública por meio de lei da Câmara, conseguirão explicar o que aconteceu? O que motivou o presidente Benito Benatti a agir desta maneira?

E por que toda a pompa da coletiva daquela noite de segunda-feira (31/08), com dezenas de pessoas e até o “irredutível” Enzo, do DNPM, tecendo loas ao presidente, ao jurídico, ao prefeito e a quem mais foi possível? Era uma farsa? Um barulho para encobrir o que já era fato?

Quem já sabia de tudo? Todos à mesa, todos os diretores, os amigos próximos dos diretores? Ali se fazia uma encenação de abertura e início dos trabalhos de legalização da situação, para o público externo, enquanto para o público interno – e bota interno nisso! – a coisa já estava mais que resolvida, e de uma maneira que podemos chamar de…capciosa?

Com certeza, amigos, o Thermas vai permanecer no foco das atenções por mais alguns dias, e agora não só por conta do projeto na Câmara. Mas, talvez por algo maior, o ‘nonsense’ desta ‘tomada dos poços’ do clube, pelo presidente, a menos que haja uma explicação muito, mas muuuuuiiiito convincente! Aguardaremos!