Amigos do blog, na manhã desta terça-feira, pude fazer uma entrevista com a coordenadora dos Festivais Cidinha Manzoli, no programa que faço na Rádio Menina, ‘Cidade Aberta’. Ela fez um balanço geral do 45º Fefol e teve a oportunidade de esclarecer, ponto a ponto, tudo o que foi feito nesta edição da festa, o que agradou e o que não agradou.

Embora na visão de Manzoli, pouca coisa não agradou. E a todas as questões ela tinha uma resposta pronta, ou semi-pronta. Só não entrou no mérito da ‘Mãe Peregrina’ que, até para minha surpresa, sua chegada e despedida em forma de cerimônia dentro do Festival, dividiram opiniões.

Interessante notar que o ponto de vista colocado por mim no rádio e também neste blog, não tenha gerado a comoção catolicista que imaginei que geraria. No blog até se entende a razão da não-reação, mas no rádio pensava diferente, dada sua capacidade de alcance.

Entendam que é sempre delicado quando se mexe com ícones religiosos, mormente N. S.Aparecida, mãe de toda gente brasileira. Houve mais comentários de concordância com minhas colocações que de críticas. Entenderam os que me ouvem no rádio e os que me leem neste espaço, que uma coisa nada tem a ver com outra.

Haja vista que analisava o fato folclórico em si, nada além disso. E a cerimônia inserida nesta 45ª edição do Fefol não abarcaria nenhum fato folclórico, apenas o fato religioso. E há a questão do laicismo etc e tal, este ponto vocês já conhecem.

Quando disse que Manzoli não entrou no mérito da ‘Mãe Peregrina’ é porque ela mesma não soube responder qual a relação entre um fato e outro. Nos remeteu ao Toninho Macedo, diretor da Ong Abaçay, responsável pela entronização da Santa na festa.

“É a cultura da paz”, disse ela. “O chamado da paz”. Tudo bem que seja, mas este chamado pode ser feito a qualquer tempo, por exemplo, na sexta-feira que antecede a abertura da festa. Houve até quem sugerisse fazer junto uma celebração evangélica, também, assim ecumenizando o momento.

As demais crenças, não-crenças, cultos etc., ficariam para o evento que sempre foi deles, o Festival do Folclore. Com o Curupira tomando conta da festa. E da cidade. Como reza a tradição do Fefol. Não se pode impor a ninguém qualquer dogma.

Quanto ao título acima, o que me remeteu a ele foi a comparação feita pela coordenadora, quando lhe perguntei se para a festa do peão houve mais empenho do prefeito e seus asseclas, que na festa maior de Olímpia.

Usando de analogia, perguntou: “Entre um filho-bebê e um filho mais velho, de qual você vai cuidar com mais carinho?” Isso, depois de dizer que não, o empenho foi o mesmo. “É que a festa do peão é o filho mais novo, e é natural que se dê mais atenção a ele”.

Ela disse até que achou “justo” que se tenha gastado mais com o ‘bebê’ que com o ‘filho’ mais velho. Então, ainda no campo das analogias, eu diria que a festa do peão é o ‘filho’ que o prefeito fez questão de ter. Ninguém o obrigou a tê-lo. Nem pediu que tivesse.

De maneira que ele não poderia, nunca, ter sacrificado o ‘filho’ mais velho, deixando-o quase à míngua, por ter se exaurido nos cuidados com o ‘rebento’. Que ambos, então, fossem cuidados com a mesma intensidade de carinho. Lembrando que o ‘filho’ mais velho vinha de encher de alegria e orgulho o ‘lar’ chamado Olímpia.

Mas, a impressão que fica, para nos manternos ainda no campo das analogias, é a de que o ‘pai’ pretendeu esconder o ‘filho’ que, na sua visão, embora brilhante e culto, não é belo e formoso, para exibir o rebento como sua obra bela e garbosa, embora sem alma.

O que nos resta agora é esperar o balanço final de tudo o que foi feito. Para daí se travar a discussão em torno do que vai ficar, do que não vai, do que deu certo, do que não deu. Está passando da hora de termos um Fefol ‘redondinho’. E para tanto, entre outras coisas, é preciso que o rebento do novo Governo não atrapalhe.