Amigos do blog, o que vocês seriam capazes de fazer para botarem no bolso, num prazo de seis meses, mais de R$ 280 mil, sem nenhum esforço? Muita coisa, tenho certeza. Alguns até topariam uma ilicitudezinha básica para isso, não? Fala a verdade!

Pois é este montante, aliás exatamente R$ 281.820,80, que duas empresas, que constam ser de um mesmo dono, conseguiu amealhar neste curto espaço de tempo, junto ao (des?)governo Geninho Zuliani (DEM). Quase R$ 47 mil por mês. Mais de R$ 1,56 mil por dia.

Aí o amigo vai matutar: “Mas ele deve ter uma especialização muito específica no serviço a ser executado”. E se eu disser que ele é apenas e tão somente um agregado de última hora à campanha do então candidato Geninho?

E que seu maior ‘mérito’ é ser proprietário de uma emissora de rádio que emprestou total e irrestrito apoio à campanha do agora prefeito? Com o resultado positivo nas urnas, o tal empresário da radiodifusão pode, rapidamente, ‘expandir’ seus negócios.

Mas, engana-se quem imagina que ele vem à frente das empresas que mantém contrato com o poder público. Parece, conforme as evidências, que ele andou plantando ‘laranjas’. Com a total conivência do Governo Municipal, é bem verdade.

Porque bastaria um mínimo que seja de lisura com a coisa pública para que esta pouco recomendável prática fosse rechaçada. Mas não, ela recebeu toda a acolhida no seio do Executivo, com o aval de seus ordenadores jurídicos.

Em função disso, vimos que, logo de cara, o prefeito Geninho começou suas articulações visando ‘ratear’ entre seus parceiros o que de possível, o tal empresário à frente, a fim de quitar a ‘fatura’ eleitoral. E começou a fazê-lo com a desfaçatez que acabou por meter-lhe ‘numa camisa de onze varas’, por assim dizer.

Começando com o Carnaval, em fevereiro. Houve toda uma estrutura montada na Avenida Aurora Forti Neves, consta que pela mesma figura em questão, com serviço de bar e praça de alimentação devidamente explorados por este empresário.

Não bastasse isso, para a sonorização do local foi realizado o processo de licitação, do tipo ‘Carta Convite’, número 01/09, vencido por Carmo&Costa Sonorização Limitada, em 19 de fevereiro, no valor de R$ 24 mil, para apresentação de banda e DJ na festa de Momo.

Detalhe: referida empresa foi constituída em 19 de dezembro do ano passado, tendo como sócios Júlio César da Costa* e Leandro de Souza Carmo**, com capital de R$ 30 mil, subscrito metade por cada um.

A mesma empresa venceu também o processo 02/09, de 25 de fevereiro, uma semana depois, no valor de R$ 42 mil, para apresentar duplas sertanejas no aniversário da cidade, comemorado em 2 de março, mas cujos shows se estenderam por quatro dias.

E também o processo nº 22/09, no valor de R$ 60 mil, com data de 11 de março, e finalidade genérica de ‘locação de som e iluminação para eventos culturais’. A jovem empresa, em três meses de vida, já era contemplada com verbas públicas no montante de R$ 126 mil.

Detalhe: o endereço da firma é Avenida Governador Dr. Adhemar Pereira de Barros nº 134, sede da Difusora e da Band-FM, que como já disse, formaram a base de sustentação da campanha vitoriosa do prefeito Geninho.

Mas, quando se achava que isso era tudo, eis que surge a Júlio César da Costa–ME, cujo único sócio é o que dá nome à empresa que registrou como endereço a Rua David de Oliveira nº 1536, com capital de R$ 20 mil.

No endereço indicado existe apenas uma portinha e a vizinhança testemunhou que ali não funciona nada “há muito tempo”. Pois não foi esta empresa que venceu o processo de licitação nº 44/09, no valor de R$ 80 mil, em 8 de maio de 2009, pouco mais de um mês após ser constituída?

A empresa, criada em 27 de março, já tem garantidos, do erário público, pelo menos R$ 8 mil por mês, até o final do ano, já que o contrato acima é parcelado mensalmente, com validade por dez meses.

Acabou? Claro que não! O Diário Oficial da União, edição de 22 de julho passado, publica a prestação de contas do convênio com o Governo Federal para o ‘Olímpia Rodeo Festival’ e, entre as despesas elencadas, aparece – adivinhem! – Júlio César da Costa Publicidade-ME!

A empresa vinha de ser contratada através de carta-convite nº 72/2009, em 17 de junho, como empresa especializada para impressões, confecções e veiculação de materiais publicitários para atender o (sic) plano de trabalho.

Valor: R$ 75.820,80. Com apenas três meses de vida esta empresa totaliza R$ 155.820,80 em contratos com o município.

E com pouco mais de seis meses de vida, as transações do ‘empresário-polvo’ com o Governo Geninho já mandaram para sua conta bancária, exatos R$ 281.820,80.

E o amigo, o que faria para ganhar tanto, em tão pouco tempo, hein, hein, hein?

* Júlio César da Costa, até prova em contrário, é funcionário do tal empresário – se legalizado ou não é outra discussão -, responsável pela operação do sistema de som de aluguel para festas, conhecido como DJ Julião.

** Leandro de Souza Carmo, da mesma forma, cuida do transporte, carga e descarga destes equipamentos, e é conhecido como Moa.