Amigos do blog, desculpem a insistência, mas tem certas coisas que não se deve deixar passar em branco. Uma delas é exatamente as sandices e impropriedades desesperadas manifestadas via coluna de jornal por quem se acha acima do bem e do mal.

Ontem postei aqui algumas observações – mais uma constatação – sobre as linhas tortas do editorial deste mesmo semanário, e agora, pasmo, venho fazer observações sobre a ‘Coluna do Arantes’, da ‘Folha da Região’, publicação cada dia mais enigmática, cada dia mais absorvida pelo seu adesismo envergonhado.

Pois não é que o colunista deitou falação em cima dos profissionais de rádio de Olímpia, principalmente, entendi, os da Rádio Menina, entre os quais me incluo. E só por isso escrevo estas linhas, só por isso ocupo este espaço, verdadeiramente livre e democrático.

O autor da coluna causa espanto não pelas sandices que escreve, frutos de um pensar carcomido, mas pela postura que deixa transparecer em sua escrita – nada totalitária, na acepção do termo, mas extremamente ditatorial e absolutista.

É triste ver em um jornal de província manifestações de pura intolerância, quando pede que vozes sejam caladas e profissionais sejam proibidos de escrever – saudades do verde-oliva? Como seria bom o poder sem os contrários, né não, senhor Antônio Arantes?

O nobre colunista abre o assunto com a seguinte pérola, depois de fazer algumas considerações descontextualizadas: “(…) É que o pessoal da língua vendida que antes bajulava um e agredia outro, hoje, bajula o outro e agride um. ‘Viche’, que confusão”.

Que pessoal, ele não disse – e isso é covardia jornalística. E como sou do meio rádio, claro, me sinto no direito de entender ser uma mensagem cifrada a mim, como a outros parceiros também. E que sua suprema covardia não venha dizer, depois, não se tratar de nós.

Agora, imagino, fala de mim diretamante: “(…) teve uma destas línguas de aluguel que, do fundo do poço da imoralidade jornalística, teve a capacidade de dizer que o Marechal Carneiro sim era um democrata e que dava todas as informações que eram solicitadas”.

O nobre colunista comete uma inverdade das mais cabeludas. Ou não entendeu o que ouviu, ou não ouviu e alguém lhe disse o que ouviu, ou ouviu, entendeu e tenta passar aos seus n(p)obres leitores o que simplesmente pensa, sem compromisso com ‘o verdadeiro jornalismo’ que gosta de pregar.

Até me lembro o dia em que disse algo no sentido que ele agora, malandramente, tenta desvirtuar. Falava sobre tomadas de preços e a dificuldade em conseguir informações detalhadas sobre firmas vencedoras, valores ofertados etc. E comparava o presidente da Comissão Permanente de Licitação do atual Governo, com o do Governo anterior.

E volto a afirmar: a diferença é abissal. Enquanto o atual se negou e se nega a me prestar informações,  até me destrata, quando pode, o anterior por algumas vezes me convidava para acompanhar os trabalhos. E nunca – NUNCA! – se furtou em me passar informações sobre resultados de licitações, seja pessoalmente, seja por telefone.

E por quê eu negaria isso, agora? Para agradar a cavalaria, ou a gregos e troianos? Claro que se pedir ao nobre para citar o dia que fiz a afirmação que ele me atribui, não irá se lembrar. Por um simples motivo: EU NUNCA DISSE ISSO!

(Um parêntesis, só para informá-lo: o prefeito Geninho, quando presidente da Câmara, sempre fez questão que eu acompanhasse, fotografasse e divulgasse resultados de licitações no Legislativo, como testemunha de sua “transparência”. Agora tudo mudou. Por quê?)

Não mudo minha maneira de pensar conforme a ocasião, conforme os amigos, conforme o ambiente, feito um camaleão ideológico. Sendo assim, a imoralidade jornalística, no caso, é da parte de quem, mesmo, cara pálida?

E mais, diz o escriba, entre outros pensamentos tortos: “(…) inclusive vindo de um pseudoprofissional que passou a maior parte dos oito anos do Marechal sem falar com o dito cujo e reclamando do antigo governo, que antes seria o mais obscuro e ditatorial de todos os tempos. Agora, foi o mais democrático. Ora, senhores, convenhamos, é caso de polícia. Olímpia merece ter de volta o bom jornalismo. Chega de puxa-saquismo e servilismo baratos e vis. E o pior é que esse pessoal ta sempre na m … literalmente.

Bom, acho que a leitura deste trecho dá aos senhores mais uma medida do grau de insanidade intelectual que acomete nosso colega. Pseudoprofissional, por quê? Falta explicar. E, sim, passei não a maior parte, mas, OS OITO ANOS do Governo anterior sem falar com, ou entrevistar o prefeito Carneiro. E não pensem que nossa relação mudou. E, se mudar, hoje ele não representa mais o poder.

E o pior para ele deve ser constatar – e deve ser isto que o incomoda – que mantenho minha postura de crítico do Governo, naquilo que não funciona. Naquilo que o apelo popular clama por uma voz que lhe represente. Nada além disso. Continuo, neste aspecto, vivo e berrando da geral. Como sempre fiz!

E repararam que vira e mexe ele clama pela polícia? Polícia é para quem precisa, não se esqueça disso. Também concordo que Olímpia merece ter de volta o bom jornalismo. Nisso empatamos. Mas, e o puxa-saquismo e servilismo sofisticados e caros, pode? E o que devemos fazer para sairmos da m…? Agir como o nobre colega?

E leiam isto, nobres leitores que até agora suportam este post: “(…) deveria ser condenado a ficar o resto da vida sem escrever nem falar nada (…)”. Dispensa comentários.

E mais, do alto de sua prepotência, o colunista sentencia: Olímpia tem “40% de miseráveis (que vivem com menos de um salário mínimo) e mais de 80% de seres que não conseguem ler e interpretar um texto”. Qual a relação do primeiro ítem não sei. Mas entendo que a intenção, no segundo ítem, é embasar sua “sugestão” de que não poderíamos estar escrevendo para jornais.

Ou seja, 20 mil pessoas estão no ‘sal’ e passando fome, e 40 mil vivem na escuridão do saber. Que cidade é essa? Um campo fértil para a semeadura de plantas daninhas políticas. Um berço esplêndido para acalentar os sonhos dos ímprobos que vicejam no seu dia-a-dia.

O nobre jornalista, caso vire material de pesquisa arqueológica no futuro distante, quando o ser humano houver se desintegrado no tempo, não facilitará aos estudiosos da então extinta raça humana, a exata definição do que foi o homo sapiens sapiens ao longo da sua existência.