A lenda corintiana

A lenda corintiana

Amigos do blog, não sou corintiano e sempre que posso torço contra o time das multidões. Mas se há um jogador como outros vários do coringão que admiro – Sócrates, Vladimir, Zenon, Biro-Biro etc., incluídos – este se chama Casagrande. Poderia fazer a mesma apologia dos citados acima e outros que agora me fogem, mas o Casão é a bola da vez, pelo que está passando ou, melhor, pelo que, parece, já passou.

Casão representou para o futebol brasileiro, junto com a turma de cima e outros mais, uma verdadeira “revolução” de conceitos. A Democracia Corintiana foi um dos episódios mais marcantes dentro do futebol, e ela teve seu ápice ali, no timão (que continuo torcendo contra, não se iludam!).

E foi das cabeças de Casagrande e Sócrates que o movimento surgiu. Mas eram atletas ideologizados, diferenciados, e naquela época, década de 80, aquele movimento foi importante e inspirador. Para quem não sabe, a Democracia Corintiana foi um movimento surgido na década de 1980, no coringão, constituindo o maior movimento ideológico da história do futebol brasileiro.

Foi um período da história do clube onde as decisões importantes, tais como contratações, regras da concentração, entre outros, eram decididas pelo voto, sendo assim uma forma de autogestão. E deu muito certo, embora tenha sido tachado de utópico por parte da imprensa esportiva e outros clubes.

Como resultado desse sistema revolucionário, veio a prosperidade corintiana (situação da qual o clube das massas está muito longe, hoje!). O time chegou de cara nas semifinais do campeonato brasileiro daquele ano, e conquistou o campeonato paulista em 1982 e em 1983.

Além disso, durante o período de autogestão, o Corinthians quitou todas as suas dívidas, e ainda deixou para o próximo período uma reserva no caixa de US$3 milhões. Por isso que agora, quando ele ressurge das cinzas, qual Fênix alçando voo, é preciso que todos nós, corintianos ou não, abramos alas para o Casão passar, ele que quer de volta todo aquele mundo que conquistou com seu trabalho, sua perseverança, sua trajetória e suas idéias.

Walter Casagrande Júnior teve recentemente sérios problemas com drogas, esteve internado, voltou, foi de novo internado e agora está aí. Querendo viver. E a ele, todo nosso apoio. O bom nisso tudo é que neste processo de recuperação, Casagrande conta que não tem sentido preconceito por parte das pessoas e que mudou seus “modelos” de vida depois da internação.

“Eu sei que tenho problemas, que sou uma pessoa doente. Não quero esconder isso. Mas eu não senti preconceito algum até hoje, estão me tratando na boa, as pessoas me dão força e carinho. Eu sempre fui muito ligado aos anos 60 e 70, ao “sexo, drogas e rock´n´roll”. Meus ídolos eram aqueles que morreram de overdose e queria ser como eles. Hoje, com a internação, coloquei as coisas no devido lugar e quero ser como aqueles que sobreviveram”.

Afastado da TV Globo desde 2007, Casagrande pretende retomar a carreira de comentarista de futebol e acredita que isso ocorrerá logo. Casagrande prevê uma volta por etapas. “Não tem uma data (para voltar a comentar). Eu vou voltar no Arena Sportv, do Cléber Machado, depois vou fazer o programa do Galvão Bueno (Bem Amigos), vou fazer alguns jogos do Sportv e depois posso ir para Globo”.

Afetado pelo problemas das drogas ainda quando era jogador, Casagrande afirmou que o uso de substâncias ilegais é comum no meio do futebol. “Hoje em dia, a droga é muito comum em qualquer lugar. Seria inevitável não ser no futebol também. Eu não vivo o meio do futebol desde quando eu parei, mas eu tenho certeza que tem (o uso comum de drogas no futebol), como tem em todos os meios”, afirmou o ex-camisa nove do Corinthians. Avoai!

PS: CONTINUO SANTISTA, E TORCENDO CONTRA O CORINTIANS! MAS UMA COISA É UMA COISA, OUTRA COISA É OUTRA COISA (FUI EU QUEM INVENTOU ESTE BORDÃO, HOJE MUITO USADO POR ESTE BRASIL AFORA!)!