Amigos, já faz algum tempo, postei neste blog um comentário sobre a Administração Geninho Zuliani (acho que falando sobre seus métodos de ação – tentei encontrar o texto e não consegui, vejam só!), quando cobrei o conceito de “pensar” Olímpia para este atual Governo Municipal.
Até fui criticado por um “miliciano” por isso, que acabou misturando alhos com bugalhos. Num post seguinte (ou anterior?) lembrei também que esta função primordial e necessária caberia à Pasta do Planejamento, até então restrita a lidar com números e contas, fugindo à sua especificidade.
Passados muitos dias, tive finalmente a oportunidade de vislumbrar uma nesga de luz no fim do túnel, na conversa mantida com o atual secretário de Planejamento, Amaury Hernandes, que não economizou no verbo “pensar” quando falou de suas funções e sobre o que vislumbra para nossa querida urbe.
Ele nos informa que dentro das atribuições da Pasta, conforme a Lei Municipal 2.918, está bem claro que cabe a ela ‘elaborar programas, planos, projetos, diretrizes e metas’, bem como a Lei de Uso e Ocupação do Solo (que garantirá uma polêmica estridente se de fato for levada a efeito).
Trabalhos da competência do Planejamento, que não vinha sendo feito anteriormente -conforme observamos aqui tempos atrás. Lembramos que ali se fazia, como repetiu Hernandes com outras palavras, ‘um trabalho muito pequeno, focado em uma só pessoa’.
E agora, na conversa com o rio-pretense, ficamos sabendo que ele pretende para a cidade, o mesmo que nós, à diferença que somos apenas teórico praticante, pensador libertário que apenas cobra, lembra, sugere, opina, aguarda resultados, e paga impostos.
Isso vem provar, principalmente para certos milicianos mais insensatos, que aqui não falamos o que não tem um pezinho no conhecimento das coisas, um gancho no moderno pensamento administrativo, a nos lembrar, sempre, da necessidade do “pensar” antes e/ou enquanto se faz (ou alguém duvida que existam por aí administradores que fazem primeiro e pensam depois, e até aqueles que fazem sem pensar?).
Foi preciso que viesse alguém de uma cidade mais próspera, maior e muito mais desenvolvida fisicamente, para que essa filosofia de governo fosse trazida à tona quero crer, não influenciada por este blog. Pois aí seria, digamos, mais um lance de jogo jogado para a torcida.
“Queremos dotar a Secretaria não só do secretário e, sim, de assessores, para no futuro cumprirmos o que determina a lei, ou seja, elaborarmos projetos e planos, e a Secretaria de Obras fiscalizar e executar. Cumprir o que está na lei e que não vinha sendo obedecido.” Foram palavras do secretário Hernandes.
Mas, porém, e sempre há um porém, encontrará ele o respaldo necessário para suas pretensões? Dá para ver que ele pensa largo, de forma abrangente e até “futurista”. Não pode a tacanhez ganhar corpo e amarrá-lo. Ele, que nos parece ter sido vítima de um ‘choque cultural’ ao se deparar com a estrutura à sua disposição e com o formato das coisas no âmbito e ao redor da sua Pasta.
Por isso entendo que, para que ele fique por aqui e coloque na prática todas as suas pretensões, mudanças profundas terão que ocorrer na sua área de abrangência, a começar por dotá-lo de gente competente e disposta. E também de um espaço físico próprio, com certeza.
Se quiser de fato “pensar” Olímpia, o prefeito Geninho Zuliani terá que abrir espaços largos para o técnicismo, reduzir as pirotecnias num setor onde cada ação mexe com uma porção considerável de cidadãos-eleitores, quando não com toda a massa, eleitora ou não, da cidade.
Está contida nesta Pasta, quem sabe, a máxima do injustiçado Nicolae Maquiavel – a de que o “mal” se faz todo de uma vez. O próprio Hernandes dá a entender que, de certa forma, pensa assim. Tudo o que for para desagradar num primeiro momento o cidadão, faz-se agora, e de uma só vez.
Aos poucos ele vai digerindo e se afeiçoando à coisa feita, a ponto de depois ver nela um lado positivo – o bem, que (Maquiavel nunca disse isso, assim, a frio!) deve ser feito aos poucos para depois – modernizando o pensamento -, “cobrar a fatura”.
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