Muito dinheiro por nada?

Câmara Municipal: muito dinheiro por nada?

Amigos, observando agora há pouco com mais atenção o Relatório das Atividades Legislativas do Exercício findo de 2008, e fazendo comparações entre dias trabalhados e custo de cada um dos nove vereadores olimpiense, cheguei à conclusão de que temos um Legislativo muito caro, pelo que produz.

Dá para se perceber, para tristeza nossa, que mantemos uma estrutura que não nos serve a contento, por um custo/benefício escandaloso. Isto porque, salvo melhor juízo, qual estrutura municipal foi modificada, transformada ou readequada mediante ação dos nossos legisladores: a social, a econômica, a cultural, a educacional etc? Qual?

Dizem as vozes correntes que não é bem assim, que vereador é vereador 24 horas por dia e coisa e tal. Mas, policial, médico, jornalista, radialista e coisa e tal, como se diz, também não são o que são 24 horas por dia? Então por que só nós temos que trabalhar todos os dias? Esta argumentação, portanto, é furada.

Trata-se de um privilégio injusto, só possível por ter sido imposto por quem faz as próprias leis, não respeitando as demais camadas e categorias sociais de trabalhadores, se é que podemos classificar legisladores e políticos análogos, como tais. Mas, vamos ao que interessa.

De acordo com o Relatório das Atividades Legislativas do Exercício de 2008, de fevereiro a novembro – lembrando que há dois recessos, um em julho, de 30 dias, e o de fim de ano, que começa em dezembro e só termina na primeira semana de fevereiro – os vereadores trabalharam exatos 37 dias, dos quais 28 nas sessões ordinárias e nove nas extraordinárias.

Sendo assim, dividindo os R$ 1,7 mil brutos que cada um recebe por três dias trabalhados a cada mês (37 dividido por 30), cada “dia” trabalhado (?) custou R$ 567 – e o “dia” legislativo tem, no máximo, três horas. Mas, somando o ano todo, cada edil custando R$ 20.400, cada sessão saiu ao custo de R$ 551, valor menor que o da “diária” acima, mas, ainda assim, o maior custo-dia-trabalhado de que sem tem notícia.

E isso não é tudo. Se os dez edis custaram R$ 15,3 mil por mês ao Erário, totalizaram um gasto de R$ 183.600 no ano, cada uma das sessões da Câmara Municipal custou, então, somente em gastos com os nobres edis, R$ 4.962. Lembrando que há outras despesas, o que tranquilamente pode elevar o valor de uma sessão da Câmara para quase o dobro deste valor.

Para finalizar lembramos que, nos quatro anos passados, os nove vereadores olimpienses consumiram, só em vencimentos, R$ 734.400. E “trabalharam” 148 dias apenas neste mesmo período.