Conversando com amigo ligado às coisas da política agora há pouco, um detalhe ressaltou no nosso diálogo: com a eleição de Geninho Zuliani a prefeito de Olímpia, abriu-se um vácuo total em termos de liderança política na cidade. A última tida até então, o próprio Zuliani, antecipou-se no tempo e já ocupou o seu espaço.

Agora, passando de liderança a administrador, suas fragilidades ficarão expostas. Se fizer um excelente governo, será imbatível na reeleição. Se decepcionar, terá sido uma liderança precocemente esfacelada. Mas, entre uma possibilidade e outra, haverá um espaço vazio a ser preenchido por um novo corpo político. Sim, porque, de qualquer maneira, há que se formar um grupo de oposição a Geninho Zuliani.

Observadores políticos entendem que do lado do próprio Geninho, dificilmente sairá alguém com o perfil de lider político para herdar seu galardão. Mesmo o vice, dizem não ter cacoetes de político – a não ser que aprenda os “macetes” nos quatro anos que estiver ao lado do prefeito Geninho. Quatro anos que, dizem estes mesmos observadores, podem ser apenas dois.

Explica-se: são cada vez mais fortes os rumores dando conta de que Zuliani tem sérias pretensões de disputar uma cadeira na Assembléia Legislativa- como já foi dito aqui alguns posts atrás. Arriscam dizer até que faria parte de compromisso assumido por Zuliani com o PSDB, para obter apoio – dizem mais: que esta estratégia teria sido tentada com o PT de Hilário Ruiz, hoje eleito vereador – como também já foi dito aqui posts atrás.

Mas, voltando ao asunto liderança procura-se, acreditam estes observadores que um nome deve surgir de dentro do habitat natural, ou seja, da Câmara Municipal. E, dizem ainda, mais facilmente no âmbito da bancada de oposição, se ela se mantiver como tal. Um nome? Não Tem. A performance individual e de grupo o definirá.

Porém, para tanto, a oposição tem que se manter como um bloco sólido, se quiser almejar um futuro político. Porque, caso contrário, se Zuliani levar também a Câmara, por defecções ou interesses outros, ao grupo só restará a morte política. Andorinha sozinha não faz verão. E sozinho ninguém se faz. Tem que ter base, tem que ter estrutura e, acima de tudo, tem que sedimentar o caminho com fiéis escudeiros.

Geninho hoje está escudado por ex-lideranças políticas, como os ex-prefeitos Rizzatti e Wilson Zangirolami, quando não por políticos de pouca envergadura eleitoral ou nenhum talento para liderar. Pelos lados do prefeito Carneiro, seu indicado para a sucessão, Dr. Pituca, fracassou na primeira tentativa. Não demonstrou afinidade nem disposição para assimilar o universo da política.

Tirante isso, ainda em sua volta não há quem se possa apresentar pelo menos como uma promessa num futuro próximo. Portanto, deve vir da Casa Legislativa este nome. E o mais lógico é que venha do grupo dos sete. Isso, claro, se na sua maioria não sucumbirem aos afagos e à capacidade de sedução zulianista.

Ninguém está aqui a prometer o paraiso agora para quem se arvorar em preencher esta lacuna política que ora se formará na cidade. Zuliani pode não confirmar as especulações sobre a Assembléia, pode fazer um Governo muito bom e assim ganhar o direito liquido e certo à reeleição – se tornaria imbatível, então. Mas o nome eventualmente posto para confrontá-lo teria ocupado o espaço sobrado.

Porque nossa política, infelizmente, não se alimenta da renovação verdadeira. Ela dá voltas em torno de si mesma, como a tentar morder o próprio rabo, e eis que estamos sempre discutindo sobre o mesmo tema, o mesmo teorema, sobre os mesmos nomes. Sempre. Vamos ver agora que a única liderança inata antecipou-se no tempo e já tomou o que lhe cabe.

Passado o vendaval, é hora de juntar os cacos, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Único quesito exigido: inteligência política, capacidade de aglutinação e ações propositivas. O resto vem por osmose.